Renault Duster Iconic Plus CVT 1.3 TCe é a versão topo de linha do SUV. Destaque para performance, espaço interno e porta-malas, ajuste da suspensão.
Se você ainda fala que o Duster é um "Sanderão", acho melhor dar um "F5" e rever com urgência seus conceitos. Recentemente testei a versão topo de linha do SUV da Renault e me sinto confortável para escrever: o Duster vive seu melhor momento desde quando foi lançado no Brasil. E vou além: o modelo é, sim, uma boa opção de compra em sua faixa de preço.
Não parece, mas o SUV fabricado em São José dos Pinhais (PR) está em sua segunda geração. E eu escrevo que “não parece” pelo fato de o carro ter preservado as medidas e os principais traços da primeira geração, lançada em outubro de 2011 (eu estava lá, sinal de que estou ficando velho). Para muitos, o Duster ainda está na primeira geração.
Lá no lançamento, a ideia da Renault era ter um SUV para disputar mercado com o Ford Ecosport (que dominava o segmento), apostando em duas características básicas: espaço interno e preço competitivo. Sendo assim, a marca francesa optou por um design nada ousado, acabamento simples, lista de equipamentos focada apenas no essencial e um conjunto mecânico apenas ok.
Hoje, quase 13 anos depois, o Duster é um carro diferente. Evoluiu em todos os sentidos. E em aspectos que o consumidor brasileiro vê valor. O SUV da Renault manteve o bom espaço interno e ainda tem preços alinhado com o mercado. Agora, porém, entrega – pelo menos em sua versão topo de linha Iconic Plus CVT 1.3 TCe – performance vigorosa, boa lista de itens de série, tecnologia em linha com a concorrência, acabamento mais refinado, e (cá entre nós) até um visual melhor.
O Renault Duster parte de R$ 123.990 na versão de entrada Intense Plus com motor 1.6 aspirado e câmbio manual. Uma configuração meio que morta para o mercado, pois quem quer SUV busca por versões automáticas.
Na sequência, aparecem as configurações Intense Plus CVT, por R$ 132.80, e Iconic Plus CVT 1.6, por R$ 141.790. A opção que acelerei, e que me permitiu constatar que o Duster é um SUV muito melhor do que já foi, e bom diante de seus rivais, foi a top Iconic Plus CVT com motor 1.3 turbo, que não sai por menos de R$ 155.890.
O Duster entrega excelente performance para um SUV. É o mesmo motor que estreou com o aposentado Captur. Estou falando do 1.3 TCe turbo, de quatro cilindros, flex, com injeção direta de combustível, e que gera 170 cv de potência máxima. Um número realmente excelente. Mas o que mais impressiona é o torque de 27,5 kgf.m a menos de 2.000 rpm.
O SUV está sempre vivo. Em todo e qualquer momento que se pisa fundo no acelerador, a resposta é mais que satisfatória.
O câmbio CVT é muito confortável no dia a dia – basta aprender a dosar o acelerador –, mas para performance ainda acredito que uma transmissão automática com conversor de torque tradicional e marchas definidas daria um fôlego ainda melhor ao Duster.
O consumo de combustível é algo que me chamou atenção de forma positiva. Na cidade, de acordo com a Renault, o Duster turbão faz 7,7 km/l, quando abastecido com etanol. Eu, durante os sete dias que andei com o carro, fiz mais de 8 km/l, quando busquei ser econômico – rodando apenas na “casquinha” do pedal da direita. Na rodovia, o número sobe para 8,4 km/l (etanol). Aqui, não consegui passar de 8,5 km/l.
Clique aqui para saber os números de consumo e mais informações técnicas do Renault Duster Iconic Plus CVT 1.3 TCe.
No entanto, o que mostra que o Duster evoluiu e que "entendeu' as necessidades do consumidor brasileiro é o acerto da suspensão. Muito bom. Firme na medida certa, e com a capacidade de absorver as imperfeições do asfalto. Os ângulos de ataque (30°) e de saída (34,5°), e a altura livre em relação ao solo (237 mm) também ajudam a ser mais ousado em valetas e lombadas. A carroceria rola pouco e inclina na medida em frenagens bruscas e curvas acentuadas em velocidades mais elevadas.
Interessante como o Duster não transmite uma sensação de fragilidade. Pelo contrário. O Renault ainda mantém estilo “pau para toda obra”! Claro, não é um "veículo fora de estrada", mas para o off-road urbano, o SUV está mais do que bem-preparado. Aguenta o tranco!
A lista é bem completa, e com itens que fazem diferença. Destaque para a central multimídia com tela de oito polegadas sensível ao toque e compatível com Android Auto e Apple CarPlay, sem necessidade de cabo para o espelhamento. E tem, ainda, carregamento de celular por indução, direção elétrica, assistente de frenagem de emergência, controles de tração e estabilidade, alerta de veículo no ponto cego, sensor de estacionamento, seis sirbags (frontais, laterais e de cortina), Start & Stop, entre outros.
Poderia ter um controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e frenagem autônoma de emergência, como alguns concorrentes que estão na mesma faixa de preço, mas a lista não é defasada.
A posição é boa, típica de um SUV. Os bancos revestidos de couro são amplos. Fazem mais o tipo poltrona, com abas laterais bem largas, do que algo mais esportivo e que abraça o motorista.
Aliás, só aproveitando o gancho, os materiais utilizados no interior estão melhores. No entanto, o que realmente me transmitiu uma boa impressão, foi a qualidade da montagem. As peças estão bem encaixadas. Nada de folgas. Poderia, de repente, colocar algumas peças emborrachadas. E o silêncio é outro ponto positivo.
O volante tem ajustes de altura e de profundidade. Não são amplos, mas ajudam a encontrar uma boa posição. O volante é multifuncional para as funções do carro projetadas na tela de TFT no painel de instrumentos, mas o Renault ainda exibe o ultrapassado comando satélite na coluna de direção para mexer nas funções da central multimídia.
Falando nela, a tela poderia estar mais bem posicionada. Na minha opinião, poderia estar mais alta, como acontece com a Oroch, por exemplo.
Vale mencionar o bom espaço interno. O Duster tem 4,37 m de comprimento e bons 2,67 m de distância entre os eixos. E o porta-malas tem capacidade para 475 litros - muito bom.
Bonito é uma palavra forte para o Renault Duster, assim como feio também é. Se olharmos para o Duster de mais de 10 anos atrás, o atual é sim muito mais atraente. Faróis e lanternas de LED garantem personalidade noturna, e qualidade de iluminação.
Outro ponto que gostei bastante são as rodas de liga leve de 17 polegadas, que são de série e têm um desenho moderno e bonito.
As revisões periódicas do Renault Duster acontecem a cada 12 meses ou 10 mil km, aquilo que acontecer antes. E as seis primeiras manutenções periódicas – até 72 meses ou 60 mil km – custarão R$ 5.511,22. Atenção especial para o serviço de 48 meses ou 40 mil km, que não sai por menos de 1.671,90.
Falando de carros 0km, o Renault Duster é sim uma boa opção de compra, na minha avaliação. O carro evoluiu, mantendo suas principais características, especialmente espaço interno. E não, ele não vai te dar status. O Duster não é esse tipo de utilitário esportivo.
E olhando para o mercado, vamos combinar que o Duster é osso duro de roer. O SUV continua firme e forte, e o rival que motivou sua chegada (Ecosport) já se aposentou há vários anos. O Duster até fez o Captur, seu “irmão”, pendurar as chuteiras. E, olha, a nova geração do Duster não deve chegar tão cedo ao Brasil e, quando chegar, não duvido que a Renault mantenha essa geração como uma opção de entrada.
RENAULT - DUSTER - 2025 |
1.3 TCE FLEX ICONIC PLUS X-TRONIC |
R$ 157990 |
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