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Jeep Renegade Altitude: fôlego de novinho

O motor 1.3 turbo é um dos mais potentes entre os SUVs compactos e garante desempenho de sobra. Mas é só isso?

por Evandro Enoshita

O Jeep Renegade está longe de ser um menino. Já completou dez anos de Brasil e é, atualmente, o SUV compacto mais antigo do nosso mercado em uma mesma geração.
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Mas depois de amargar anos com o motor 1.8 E.torQ aspirado, as versões mais acessíveis do Renegade ganharam fôlego renovado desde a adoção do motor 1.3 turbo flex, na linha 2023. E este motor sobrealimentado, no final das contas, se tornou o grande diferencial competitivo do carro.
E aí chegamos ao Renegade Altitude desse teste. Com preço de tabela de R$ 142.990, é mais barato que boa parte dos seus concorrentes diretos, mesmo dando um banho neles quando o assunto é potência. Mas será que essa é a única qualidade do modelo? Confira a seguir.

Teste: Jeep Renegade Altitude

Cara de SUV

Uma implicância de muita gente em relação aos SUVs é que esses automóveis se parecem mais com hatches altinhos do que com aqueles modelos 4x4 raiz dos tempos anteriores à febre dos SUVs.
E você pode até não gostar do Jeep Renegade, mas não dá para negar que esse modelo é o exato oposto disso. O para-brisa bem vertical, a carroceria alta e, claro, os sete slots na grade são claras referências aos rústicos Willys do passado.
Ainda que com plataforma monobloco e todos os confortos de um carro de passeio atual. E, no caso desse Altitude, a ausência da tração 4x4.
Eu acho que está no estilo a razão do Renegade ainda agradar tanto no aspecto visual, mesmo tendo sido revelado em 2014 no mercado internacional. Afinal, sempre foi um carro que mira em referências do passado.
Em relação ao tamanho, o Renegade mede 4,27 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,70 m de altura e tem distância entre-eixos de 2,57 m. É menor do que concorrentes como o Nissan Kicks e o Hyundai Creta, mas bem maior que SUVs compactos de entrada como o Renault Kardian e o Fiat Pulse.

Estiloso, porém apertado

Um mérito da Jeep é que a marca nunca deixou de atualizar o interior do Renegade. Por isso mesmo, apesar de ter mantido as mesmas linhas básicas do carro lá de 2015, o SUV compacto não fica devendo em nada em relação aos concorrentes mais recentes.
Mesmo nessa versão Altitude, que é uma das mais acessíveis do modelo, o Renegade é equipado com itens como painel digital configurável, multimídia de 8,4 polegadas e o ar-condicionado de duas zonas que também pode ser comandado na tela central.

O acabamento também fica um nível acima de outros concorrentes, com materiais macios ao toque no painel e nas laterais das portas. E, fiel ao estilo Jeep, a posição de guiar também é bem elevada.
Essas características fazem do Renegade um carro bacana para um casal sem filhos. Já para quem precisa de mais espaço, vale a pena repensar a compra. Apesar da cabine alta garantir espaço de sobra para pessoa de maior estatura, a área disponível para pernas e joelhos é bem próxima à de um hatch compacto.
E nem o porta-malas é tão amplo assim: são 385 litros de capacidade. Não é minúsculo. Mas está bem longe de ser uma capacidade impressionante.

Equipamentos

O Renegade Altitude tem uma boa lista de equipamentos, principalmente considerando os itens de conforto. Sai de fábrica com ar-condicionado de duas zonas, painel digital configurável, multimídia com tela de 8,4 polegadas, rodas de 17 polegadas e rack no teto, seis airbags, câmera de ré, controlador automático de velocidade, frenagem autônoma e assistente de manutenção em faixa.
Por outro lado, fica devendo itens como bancos de couro, chave presencial, controlador adaptativo de velocidade e faróis com acendimento automático. Itens que estão presentes em outros  modelos na mesma faixa de preço.
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Mecânica

O Renegade Altitude é equipado com um motor 1.3 turbo flex de 176 cv de potência e 27,5 kgf.m de torque a 1.750 rpm. Apesar de ter perdido potência em relação aos anos anteriores, ainda fica atrás apenas dos 193 cv do motor 1.6 turbo do - bem mais caro - Hyundai Creta Ultimate e dos 185 cv dos esportivos Fiat Fastback e Pulse Abarth.
O câmbio é automático de seis marchas e esse conjunto motriz traciona apenas as rodas dianteiras. O Renegade Altitude acelera de zero a 100 km/h em 8,7 segundos e registra médias de consumo de 11,1 km/l (cidade) e 12,4 km/l (estrada).
Os freios são a disco nas quatro rodas - ventilados na dianteira e sólidos na traseira - e a suspensão é McPherson na dianteira e na traseira.

Como é dirigir o Jeep Renegade Altitude?

Verdade seja dita: esse Renegade com o motor 1.3 turbo é bem gostoso de guiar. Lembro do primeiro contato que eu tive com os antigos Renegade 1.8. A impressão era de uma carro bacana, mas sem motor.
Bem diferente desse carro aqui. O motor 1.3 tem fôlego de sobra, mesmo com um acerto mais voltado para o conforto do câmbio automático de seis marchas, já que - principalmente nas retomadas e em marchas mais altas - você chega a duvidar algumas vezes que está no comando de um carro tão potente.
Mas se causou um problema com um acelerador menos sensível e um câmbio mais lento nas trocas, a própria Jeep vende a solução. É o botão Sport, quase escondido em meio aos comandos de climatização da cabine, que faz a transmissão espantar a preguiça para bem longe.
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E aí, meus amigos, é só alegria! O Renegade fica aceso 100% do tempo e responde com muita agilidade a qualquer pisada no acelerador. Tanto que fica difícil não se empolgar. Se você curte essas características, é quase obrigatório ligar o motor e acionar o modo Sport.
Mas aí você se lembra que está ao volante de um SUV, que apesar do conjunto de suspensão firme, tem uma carroceria relativamente alta. E como não dá para brigar contra a física, é inevitável sentir o carro inclinar. Mesmo assim, não deixa de ser uma máquina divertida de guiar.
Diria que o Renegade é uma belíssima escolha para pegar uma rodovia. Mas também não faz feio naquelas situações em que é preciso pegar uma estradinha de chão. Mesmo sem a tração 4x4, tem bons 18 cm de vão livre para o solo e ângulos de entrada e saída de rampa de 21,0° e 31,0°, respectivamente.
Sem contar a presença do Jeep Traction Control + em todas as versões 4x2. Esse recurso entra em ação quando uma roda começa a patinar, distribuindo todo o torque para roda em contato com o solo.
Você com certeza já deve ter visto vídeos do Renegade antigo empacado numa subida de rampa. Pois é. Esse Renegade atual não tem mais esse problema.

Custos do Renegade

O plano de manutenção do Renegade prevê revisões obrigatórias a cada 12 mil quilômetros ou um ano. E para manter o carro até a quarta revisão, o proprietário terá que desembolsar R$ 3.644. Esse valor é válido para as concessionárias da região da Vila Olímpia, na capital paulista.
No papel, um custo de revisão ligeiramente mais alto que o cobrado para as quatro primeiras revisões de concorrentes como o Hyundai Creta (R$ 3.048,50) e Chevrolet Tracker (R$ 3.380). Mas vale um adendo: esses dois concorrentes precisam passar pela manutenção obrigatória a cada 10 mil quilômetros.
Logo, se você roda mais de 10 mil quilômetros por ano, a conta de revisões do Renegade - no final das contas - será menos salgada.
E o seguro? Fiz a cotação para um homem, de 38 anos, casado e morador de São Paulo. A cobertura completa para o Renegade Altitude variou entre R$ 2.356,90 e R$ 12.802,40. Valores sem descontos ou bônus.
Para comparação, o seguro completo de um Volkswagen T-Cross 200 TSI variou entre R$ 1.926,01 e R$ 10.193. Já para o Renault Kardian Première Edition, o valor oscilou entre R$ 2.144,46 e R$ 10.521,90.

Vale a pena comprar um Renegade Altitude?

O Renegade Altitude tem um belo custo-benefício, já que custa menos que alguns concorrentes menores como o Renault Kardian Première Edition (R$ 145.990) e o Fiat Pulse Impetus (R$ 146.990), e também é bem mais barato que SUVs do mesmo porte como o Hyundai Creta Comfort (R$ 149.620) e o Volkswagen T-Cross 200 TSI (R$ 154.990).
Além do ótimo preço e do desempenho empolgante do motor 1.3 turbo, o Renegade Altitude também agrada por ter uma lista de equipamentos bem recheada e uma dinâmica bacana.
Se você não precisa de tanto espaço interno - para pessoas e bagagens - e está disposto a abrir mão de um ou outro equipamento de conforto ou mais tecnológico, então ainda vale a pena considerar o Renegade. Fôlego de novinho não falta para esse veterano. Literalmente.

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