A Honda avisa que irá abandonar a Fórmula 1 após a temporada 2021. A montadora japonesa, que fornece motores para Red Bull e AlphaTauri, justificou a saída com o argumento de que deseja concentrar seus recursos em novas tecnologias, a fim de “alcançar a neutralidade de carbono até 2050”.
Ainda de acordo com o comunicado, a Honda garante que seguirá com Red Bull e AlphaTauri “em busca de mais vitórias até o fim da temporada 2021”. Takahiro Hachigo, presidente e CEO da empresa, ressaltou que o objetivo da companhia é conquistar o título mundial do próximo ano.
O chefe da Red Bull Racing, Christian Horner, disse que respeita a decisão da Honda. Horner também garantiu que a equipe está pronta para encarar o desafio de buscar novos motores para 2022.
A verdade, porém, é que a Red Bull e sua coirmã AlphaTauri estão em maus lençóis. Os times poderão ter que voltar a trabalhar em parceria com a Renault. A relação entre a montadora francesa e a escuderia, que durou 11 anos e rendeu quatro títulos mundiais, não terminou da melhor forma, com um lado disparando críticas públicas contra o outro.
Por ter menor número de clientes, os franceses, hoje, se veriam na obrigação de fornecer motores para Red Bull e AlphaTauri. Vale destacar que a decisão da Honda de sair da Fórmula 1 deixa a categoria com apenas três fornecedores de motores: além da Renault (McLaren e Renault), Ferrari (Alfa Romeo, Ferrari e Haas) e Mercedes (Mercedes, Racing Point e Williams).
A Honda tem um histórico de idas e vindas da Fórmula 1. Como equipe, estreou na categoria em 1964, mas abandonou o circo em 1968. Brigaria novamente como construtora nos anos 2000, com passagem conturbada pela categoria entre 2006 e 2008. Em 2009, a empresa vendeu a escuderia para Ross Brawn, que, com motores Mercedes, teve um ano mágico com a Brawn GP.
A Honda teve muito mais sorte, e sucesso, como fornecedora de motores na F1. O ápice na categoria aconteceu nos anos 1980, quando a montadora “emprestou” seus propulsores à McLaren e se valeu da rivalidade entre Alain Prost e Ayrton Senna.
Os japoneses deixaram o circo novamente em 1992, após temporada na qual as McLaren de Ayrton Senna e Gerhard Berger sofreram para bater as Williams de Nigel Mansell e Riccardo Patrese. A empresa retornaria à categoria oito anos depois, para trabalhar, entre 2000 e 2005, com BAR e Jordan.
A Honda voltaria ao mundo da Fórmula 1 em 2015, com motores para a McLaren. No entanto, após uma série de resultados desastrosos, a parceria teve final agridoce em 2017. No ano seguinte, os japoneses passaram a fornecer propulsores para a Toro Rosso, hoje AlphaTauri. Em 2019 também se tornaram parceiros da Red Bull.
A dobradinha entre Honda e Red Bull rendeu cinco vitórias nos últimos dois anos. O último triunfo foi no inusitado Grande Prêmio da Itália desta temporada, com o emocionante primeiro lugar conquistado pelo francês Pierre Gasly, da AlphaTauri.