Escolher o compacto completo ou partir para o médio de entrada? O preço dos carros zero-quilômetro pode ter mudado bastante nos últimos anos, mas o velho dilema ainda é vivido por clientes de marcas que oferecem produtos de portes diferentes em faixas de preço muito próximas.
É o caso dos Jeep Renegade e Compass. Até janeiro deste ano, a versão mais cara do compacto e a mais acessível do médio ofereciam propostas bem distintas apesar da pequena diferença de preços. Afinal, o compacto se destacava pelo motor a diesel e pela capacidade off-road leve.
Mas essa escolha deixou de ser tão óbvia com o lançamento da linha 2022 do Renegade. Agora sem o motor 2.0 turbodiesel (substituído pelo mesmo 1.3 turbo do Compass), o SUV compacto ganhou ainda a versão Série S, que pelo mesmo preço da aventureira Trailhawk oferece um pacote visual urbano. Tudo isso por R$ 169.090. Ou apenas R$ 2.900 a menos do que o valor sugerido para o Compass Sport. E agora? Será que ainda vale a pena escolher o compacto ou partir para o médio?
Nas linhas seguintes, vamos apresentar os atributos de cada um desses dois modelos nos quesitos espaço, equipamentos e conjunto mecânico. Mas caberá ao consumidor eleger qual é a melhor escolha para o que ele espera de um carro novo.
O Renegade tem 4,27 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,71 m de altura e 2,57 m de entre-eixos. O porta-malas leva 320 litros. No geral, o SUV compacto tem espaços muito semelhantes aos oferecidos por hatches compactos - tanto para passageiros quanto para carga. O que o torna uma escolha mais interessante, por exemplo, para um casal sem filhos.
O Compass, por sua vez, tem 4,40 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,63 m de altura e 2,64 m de entre-eixos. O porta-malas leva 410 litros. Pode não parecer uma diferença muito gritante. Mas, além do visual mais sofisticado da cabine, já dá para pensar em levar dois adultos no banco traseiro sem precisar se preocupar com o conforto deles - e 90 litros a mais no bagageiro já acomodam um pouco mais de traquitanas.
Se o Compass Sport leva a melhor em espaço, o Renegade dá o troco em equipamentos. Vale destacar que ambos têm uma lista de itens de conforto bem semelhante, com ar-condicionado automático de duas zonas, multimídia com tela de 8,4 polegadas e espelhamento sem fio, faróis com acendimento automático, controlador automático de velocidade, sensor de chuva e chave presencial.
Mas o SUV compacto sobressai por ter mais mimos e um pacote de assistentes eletrônicos mais robusto: só o Renegade Série S tem monitor de pontos cegos, sistema de estacionamento semiautônomo, frenagem autônoma, retrovisor interno eletrocrômico, painel digital e carregador de celular por indução. Isso tudo além do airbag para os joelhos do motorista.
O Renegade Série S tem o propulsor GSE 1.3 turbo flex de 185 cv, que é combinado a um câmbio automático de nove marchas e ao sistema de tração 4x4 com o seletor de terreno Selec-Terrain. Os largos pneus 235/45 calçados em rodas de 19 polegadas, porém, estão longe do perfil que se espera de um carro trilheiro. Segundo a fábrica, o Renegade acelera de zero a 100 km/h em 9,5 segundos e registra médias de consumo com gasolina de 9,1 km/l (cidade) e 10,8 km/l (estrada).
Já o Compass Sport está equipado com o mesmo motor turbo de 185 cv, mas combinado a um câmbio automático de seis marchas e ao sistema de tração apenas nas rodas dianteiras. Mesmo com um conjunto de roda e pneu de perfil mais alto (225/60 R17), é mais ágil no uso urbano e também consome menos combustível. Os dados de fábrica apontam que o SUV médio acelera de zero a 100 km/h em 8,8 segundos e registra médias de consumo com gasolina de 10,5 km/l (cidade) e 12,1 km/l (estrada).
Ao oferecer uma linha de produtos complementares, todo fabricante de automóveis espera fidelizar o cliente, que vai comprar um SUV compacto e, depois de algum tempo, retornar para trocá-lo por um modelo médio ainda mais equipado - e caro.
Mas isso não significa que você precisa seguir este roteiro. No caso do Renegade Série S e do Compass Sport, apesar da pequena diferença de preços e de usarem o mesmo motor 1.3 turbo, cada um deles é feito para atingir um público com expectativas diferentes.
Em resumo: não pensa em ter filhos e faz questão de ter um carro recheado de recursos tecnológicos (mesmo que seja para usá-los apenas uma vez)? Então o Renegade topo de linha é uma escolha melhor para você.
Já o Compass é uma escolha mais equilibrada. Pode não ser tão completo, mas oferece mais conforto e melhor desempenho e economia no asfalto. Eu, com um filho pequeno em casa, me tornei uma pessoa que faz escolhas mais racionais. Nesta disputa em família, eu ficaria com o SUV médio.