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Kwid x Mobi, baixinhos que brigam pelo seu bolso

Em nosso duelo virtual reunimos os modelos mais baratos do mercado brasileiro para mostrar o que cada um tem de melhor

por Fernando Miragaya

Dizem que o brasileiro compra carro a metro. Mesmo assim, o segmento de subcompactos retomou importância nos últimos anos, com novos produtos e, principalmente, posicionamento destes modelos. Renault e Fiat travam uma briga particular nesta base do mercado com Kwid e Mobi - uma vez que o VW Up! tem preço fora da curva e o Chery QQ nos deixou em 2019.
Nosso comparativo virtual é justamente com os dois carros mais baratos do país. Porém, como gostamos de você, e não somos uma versão automotiva do reality show Largados e Pelados, colocamos neste duelo as versões de Kwid e Mobi com o mínimo para sobreviver na selva urbana.
Ou seja, as configurações com ar e direção assistida, pelo menos. Em um canto do ringue, o Mobi Like, que custa R$ 49.293. No outro, o Kwid Zen, por R$ 46.990. Veja qual se sai melhor em cada quesito.

Desempenho e dirigibilidade

O Mobi perdeu bastante nesta categoria ao abandonar o motor três-cilindros Firefly. A gama agora só roda com o velho Fire Evo, de 75/73 cv e torque máximo de 9,9 e 9,5 kgf.m a 3.850 rpm. O rodar do quatro-cilindros é mais áspero, as arrancadas são demoradas, mas há boa disposição em rotações mais baixas do que no Kwid, o que facilita em alguns trechos de ladeira.
A posição de dirigir é ergonomicamente funcional, altinha e com o motorista com visão dianteira e lateral. O volante até tem boa pegada, mas o banco é bastante estreito e desconfortável.

O Kwid tem motor três-cilindros mais fraco nos números. São 70/66 cv, contudo seu baixo peso de 779 kg colabora para as saídas de semáforo. O drama fica mesmo nas retomadas, ainda mais que seu torque de 9,8/94 kgf.m só aparece mesmo acima das 4 mil rotações. Ou seja, pegou aquela subida, tome de reduzir.
A posição de dirigir é um ponto crítico em boa parte dos Renault, e no Kwid isso fica mais evidente. O motorista precisa arquear demais os braços, a posição dos pedais é esquisita e até a alavanca de marcha requer deslocamento exagerado do corpo.

Consumo

O Kwid se sai bem melhor nas médias aferidas pelo Inmetro para o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). O Renault, inclusive, é nota A (máxima) em eficiência e consumo por categoria e na classificação geral.

Média com etanol na cidade

Média com gasolina na cidade

Média com etanol na estrada

Média com gasolina na estrada

Espaço e conforto

Não queira uma sala de estar, pois falamos de subcompactos. Como o próprio nome já sugere, são carros para se andar em duplas, ou, no máximo, levar quatro de vez em quando. Como usa base do Uno, o Mobi até proporciona para o passageiros da frente alguma folga para pernas e joelhos, mas o ombro do motorista corre o risco de raspar no do carona, além dos bancos estreitos já citados.

Quem vai atrás, sofre. Primeiro, pelo acesso: o vão de entrada é bastante estreito e uma solução da Fiat foi aumentar o ângulo de abertura da porta para diminuir o drama. Com apenas 2,30 m de entre-eixos, os joelhos raspam nos encostos dianteiros - mesmo que estes não estejam muito recuados. Isso não significa nem um porta-malas razoável: só 210 litros.
O Kwid trata melhor os ocupantes de trás. Não que seja uma fartura de espaço, mas a sensação de amplitude é melhor, devido ao teto elevado, além de pouco mais de vão para pernas e joelhos. Na frente, porém, motorista e passageiro ficam mais íntimos, ombro com ombro, além de volta e meia o joelho do carona esbarrar no câmbio. Em compensação, tem porta-malas mais “generoso” - com o perdão da palavra -, com 290 litros.
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No isolamento acústico, nenhum dos dois se sai bem. Os barulhos do motor e de rodagem entram sem pedir licença na cabine. Já o acerto de suspensão preserva melhor a coluna dos passageiros do Mobi, que usa um eixo de torção traseiro e absorve melhor os buracos. O Kwid quica mais com seu robusto (e barato) eixo rígido.

Equipamentos

Como dissemos, aqui é a base do mercado e não vamos ter carros com oferta incrível de equipamentos. Tanto Mobi Like quanto Kwid Zen oferecem ar-condicionado, vidros dianteiros e travas elétricos e banco traseiro rebatível.
O Renault se destaca em alguns pontos, como o fato de ter airbags laterais além dos frontais obrigatórios - coisa que o Fiat não oferece nem como opcional. Além de direção elétrica e abertura interna da tampa do porta-malas, o desembaçador, limpador e lavador do vidro traseiro são de série no Kwid.

No pequenino da marca italiana, em compensação, a direção com assistência hidráulica tem regulagem de altura e há computador de bordo. Só que, enquanto o rival sai de fábrica com rádio com Bluetooth, o Mobi Like cobra R$ 2.907 por uma multimídia de 7" com tela touchscreen e sistemas  Android Auto e Apple CarPlay com conexão Wireless.
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O Fiat ainda tem o kit opcional Comfort, de R$ 690, que traz faróis de neblina, cintos dianteiros com ajuste de altura, capas dos retrovisores e maçanetas na cor do veículo e comando interno de abertura do porta-malas e do tanque de combustível.

Pós-venda e seguro

Nas simulações de seguro do AutoCompara, perfil motorista homem, 40 anos, morador da Zona Sul de São Paulo, as duas apólices mais baratas apresentaram valores bem próximos. O Mobi tem custo de R$ 1.298 e franquia de R$ 3.385, enquanto o Kwid cobra R$ 1.267 e franquia de R$ 3.317.
Já nas revisões com preço fixo (base São Paulo), o Renault se mostra com manutenção mais em conta. Confira os preços.

Mobi

Kwid

Conclusão

O Kwid chama mais à razão. Se o negócio é não gastar, o subcompacto da Renault é econômico e tem custo de revisões menor que o do rival. Além disso, oferece um pouco mais de espaço traseiro, mais equipamentos e porta-malas melhor aproveitável. Agora, se você prioriza um pouco mais de desempenho e uma posição de dirigir mais funcional para o dia a dia, o Mobi é a saída.

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