Nosso duelo virtual desta vez vai mostrar uma disputa não só dentro do mesmo quintal, mas também dentro da mesma casa. Pegamos o SUV mais vendido da Jeep e do Brasil e o colocamos para brigar entre si. De um lado, o Renegade com motor 1.8, na topo de linha com propulsor flex, Limited (R$ 113.990). Do outro, sua versão mais básica com o conjunto turbodiesel, Longitude (R$ 141.990).
Vamos mostrar onde cada configuração se sai melhor. Desde desempenho e consumo, até custo/benefício e valores de manutenção, você vai ver as principais diferenças entre os Renegade flex e a diesel. O que está por trás dos R$ 28 mil que os separam?
Aqui, a vantagem é do conjunto turbodiesel. Além do motor 2.0 e seus 170 cv oferecerem um desempenho mais bem disposto e interessante, o câmbio automático de nove marchas deixa o Renegade ágil e esperto. As retomadas também são beneficiadas pelo escalonamento da transmissão, aliado ao bom torque de 35,7 kgf.m disponível já em 1.750 rpm.
Além disso, o Renegade Longitude a diesel vem com sistema de tração integral, o que otimiza as arrancadas e reforça o já bom comportamento dinâmico do SUV compacto em curvas. O modelo ainda tem opção de reduzida, para dar aquela brincada em um fora de estrada leve. Fora o fato que a versão 2.0 tem melhores ângulos de ataque e saída do que o irmão flex.
Em contrapartida, o Renegade flex parece outro carro. O cansado 1.8 E.torQ de até 139 cv tem força nas arrancadas, mas tem rodar áspero, ruidoso e com fama de beberrão (veja os dados de consumo mais abaixo). O câmbio automático de seis marchas pouco ajuda, e tem imprecisões em médias rotações. É um conjunto competente para o uso urbano.
Dados da Jeep
A versão Limited flex é a mais cara com motor bicombustível e tem itens de série a mais. Destaque para os seis airbags, enquanto a Longitude turbodiesel só vem com as duas bolsas obrigatórias frontais.
Monitoramento da pressão dos pneus, retrovisor eletrocrômico, sistema start/stop do motor, sensores de luminosidade e de chuva e chave presencial também só existem no Renegade flex mais completo. O modelo a diesel oferece o controle de descida como único "diferencial" em relação ao irmão.
Em comum, ambos os modelos são vendidos com ar automático bizona, direção elétrica, freios a disco nas quatro rodas, Isofix, controles de estabilidade, de tração e de subidas, rodas de liga leve, bancos de couro e volante com regulagens de altura e de profundidade. A central multimídia é igual, com tela de 8,4”, conectividade Apple CarPlay e Android Auto, seis alto-falantes e comandos de voz.
Motores a diesel costumam ser mais eficientes e aqui não é diferente. Principalmente com o ótimo casamento entre o propulsor Multijet II de 170 cv e a transmissão de nove velocidades. Os dados são do Inmetro.
Os Renegade flex e a diesel têm planos de revisões diferentes. Nos prazos e na conta total até os 60 mil km, o modelo 2.0 tende a ser mais atraente. Os intervalos do Longitude são a cada 20 mil km, contra a cada 12 mil km do flex. Confira os preços fixos de manutenção informados pela Jeep - também temos o guia de revisões de todos os SUVs compactos do mercado.
Se você roda bem com o carro (coisa de 50 km/dia) e viaja com frequência, o Jeep Renegade Longitude turbodiesel pode valer a pena. Afinal, esses R$ 28 mil vão retornar a médio prazo com manutenção mais barata e consumo mais eficiente. Além de se ter mais conforto no rodar e robustez para encarar um fora de estrada.
Agora, se você vai usar o SUV para ir ao shopping, pegar os filhos na escola e ficar preso no engarrafamento, a pedida é o Renegade Limited flex. Para início de conversa, ele é mais equipado que seu par a diesel. E para quem roda pouco, o retorno dessa diferença de quase R$ 30 mil pode levar cinco anos.