O Renault Kwid é, ao lado do Fiat Mobi e agora do Citroën C3, o carro mais barato do Brasil - parte de R$ 69.990. No entanto, o que muitos compradores do subcompacto da marca francesa se perguntam no momento de fechar a compra é "qual é a melhor versão do Renault Kwid?". Precisamos levar em conta que a pessoa que busca um carro como esse está, na grande maioria dos casos, com o dinheiro contado. E o foco é um só: custo-benefício.
Diante deste cenário, a configuração recomendada para quem está comprando um Renault Kwid zero-quilômetro é, se possível, a versão intermediária Intense, que parte de R$ 72.990.
Essa opção é R$ 3.000 mais cara que a opção de entrada Zen (R$ 69.990). No entanto, por este valor adicional, o comprador leva pra casa um carro bem mais completo, com equipamentos que farão diferença no seu dia a dia em termos de conforto e comodidade e que, definitivamente, vão garantir mais valorização no momento da revenda. Os equipamentos extras são:
Importante destacar que essa central multimídia, chamada de Media Nav, tem tela de oito polegadas colorida e sensível ao toque, que permite conexão com Android Auto e Apple CarPlay com o uso de cabo. A tela é intuitiva, principalmente por não ter muitas funções.
Destaque também para o recurso que mostra o nível de eficiência da condução do motorista – se está sendo econômica ou não – , e que dá dicas para melhorar seu desempenho.
Além desses itens, que realmente fazem diferença no cotidiano, a configuração Intense ainda tem alguns pequenos detalhes estéticos que a diferenciam da Zen. São eles:
Os dois únicos opcionais para a versão Intense são as rodas de liga leve de 14 polegadas e os acabamentos externos na cor preta, que são vendidos juntos em um único pacote e acrescentam ao preço final mais R$ 3.200, totalizando o valor de R$ 76.190. Para nós, esses dois itens podem ser ignorados pelo alto valor.
Além desses diferenciais em relação à configuração de entrada Zen, a versão intermediária Intense sai de fábrica equipada com:
O Renault Kwid Outsider, configuração topo de linha do subcompacto, custa R$ 75.990. Ou seja, exatos R$ 3 mil a mais que a opção intermediária Intense. Esse valor extra se refere, basicamente, às rodas de liga leve de 14 polegadas, algo que é perfeitamente possível descartar diante do custo-benefício que e busca.
Não importa a versão a combustão, todos os Renault Kwid são equipados com motor 1.0 flex (gasolina e etanol) de três cilindros, aspirado, e que entrega potência máxima de 71 cv (etanol)/68 cv (gasolina), com torque de 10,0 kgf.m (etanol)/9,4 kgf.m (gasolina). O câmbio é sempre manual de cinco velocidades e a tração, dianteira.
Dependendo da versão, o Kwid pode pesar de 818 quilos a 825 quilos, o que é pouco e ajuda demais no fato de o hatch ser espertinho na cidade tanto nas acelerações quanto nas retomadas. Apenas a título de curiosidade, o zero a 100 km/h acontece em 13,2 segundos (etanol)/13,5 segundos (gasolina). Já a velocidade máxima é de 160 km/h (etanol) e 159 km/h (gasolina) – dados oficiais da fabricante.
E também por ser um carro leve – e ter o sistema Start-Stop, que liga e desliga o motor automaticamente nos semáforos e no anda e para dos congestionamentos – , o consumo do Kwid na cidade é de 10,8 km/l (etanol)/15,3 km/l (gasolina). Na estrada, é de 11 km/l (etanol) e 15,7 km/l (gasolina).
O Renault Kwid tem 3,68 m de comprimento, 2,42 m de distância entre os eixos, 1,48 m de altura e 1,76 m de largura. O porta-malas tem capacidade para 290 litros. Já os ângulos de entrada e saída são de 24,1° e 41,7°, respectivamente, e a altura livre em relação ao solo é de 18,5 cm.
O WM1 avaliou a versão Intense por oito dias, sempre em perímetro urbano. O Kwid atende às necessidades de quem busca um primeiro carro, ou que precisa de um veículo econômico para o dia a dia nos grandes centros.
Com seu baixo peso, o Renault tem boas acelerações e retomadas satisfatórias. Para fazer uma ultrapassagem nas marginais, onde a velocidade máxima é de 90 km/h, o Kwid não enfrenta problemas. Destaque negativo apenas para o isolamento acústico, que filtra multo pouco os ruídos externos, especialmente aqueles vindos do motor. A transmissão tem engates "ok", mas que poderiam ser mais silenciosos.
Chamou a atenção de maneira positiva o consumo de combustível. De acordo com os dados do computador de bordo do painel de instrumentos, que traz iluminação de LED, conseguimos a excelente marca de 12,3 km/l, rodando 100% com etanol. Um número que, sim, nos deixou muito satisfeitos.
A posição ao volante é ligeiramente elevada. Para quem mede cerca de 1,70 m de altura, encontrar uma posição satisfatória ao volante não é difícil. A falta de ajustes de altura no assento e de profundidade e altura na coluna de direção, no entanto, impedem que o motorista busque uma postura realmente ideal.
Por ser um carro estreito, os pedais acabam sendo próximos. Pessoas com os pés maiores podem encontrar alguma dificuldade inicial. E os mais altos, com mais de 1,80 m de altura, com certeza ficarão incomodados com a sensação de o volante estar no colo - algo muito ruim durante o dia.
Os botões dos vidros elétricos posicionados logo abaixo da tela da central multimídia causam estranhamento no início, mas é uma questão de se acostumar. Claro que o ideal seria nas portas. Para os passageiros que viajam no banco traseiro, subir e descer os vidros é na base da manivela – e não tem há função elétrica opcional, infelizmente.
O acabamento é simples. Muito plástico duro por todos os lados, atendendo à necessidade de ser um carro com o "menor custo possível". Não é justo cobrar requinte, mas materiais mais agradáveis ao toque poderiam ser um excelente diferencial. Os tecidos utilizados nos bancos, no entanto, são de boa qualidade.
O Renault Kwid é um carro com muitas limitações, fato. Porém, quem está buscando um automóvel zero-quilômetro pelo menor preço possível, e com um pouco mais além do basicão – direção elétrica, travas e vidros elétricos, e ar-condicionado – , poderá encontrar na versão Intense do subcompacto uma alternativa interessante.
E antes de terminar a matéria, vale sugerir à Renault que bote o Kwid em um programa de melhoria constante, como a Toyota fez com o Etios. Quando lançado no Brasil, o modelo da marca japonesa recebeu duras críticas em vários pontos, mas de tempos em tempos – de ano/modelo em ano/modelo –, a Toyota aplicou melhorias que foram deixando o carro cada vez mais ao gosto do brasileiro, o que lhe rendeu elogios antes da sua aposentadoria. O mesmo poderia ser feito com o Kwid.
Que tal, Renault?
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