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SUVs pedem pneus reforçados e mais caros

Pneu para utilitário esportivo não é igual ao usado em automóveis de passeio e pede cuidados especiais

por Alessandro Reis

Pneu de SUV é igual ao de um hatch ou sedã? Na verdade, não. Embora pareçam iguais, os pneus de utilitários esportivos trazem características de construção diferentes para lidar com o maior peso e a carroceria mais alta típicos dos utilitários esportivos. Por conta disso, são mais caros e exigem alguns cuidados especiais.
"Pneus projetados para equipar SUVs geralmente têm perfil mais alto e IC (Índice de Carga) maior. Alguns também são mais largos. Considerando o maior porte do utilitário, o respectivo pneu é muito mais reforçado, especialmente no talão, onde ele é fixado na roda, e também na parte lateral, para lidar com a carga maior", explica Rodrigo Alonso, gerente sênior de vendas da Dunlop. A marca lançou recentemente um modelo de pneu que retrata isso: tem versões específicas para SUV e carro de passeio, chamado de SP Sport Maxx 050+.
Alonso destaca que pneus de medidas iguais, um específico para utilitários, outro para um sedã, por exemplo, podem apresentar diferenças estruturais e de custo - embora possam parecer iguais. Confira abaixo as principais diferenças entre pneus para utilitários esportivos e para carros de passeio.
Preço De acordo com Rodrigo Alonso, o pneu de um Honda CR-V com rodas aro 17 pode custar de 70% a 110% a mais que o pneu de mesmo diâmetro de um Civic, sedã da mesma fabricante. No caso, ele compara um Civic EXL com pneus na na medida 215/50R17 91V e um CR-V da geração anterior na configuração EXL, "calçando" pneus 225/65R17 102V.
Para entender: o numeral 225 indica a largura do pneu em milímetros, enquanto a dezena 65 aponta que a altura corresponde a 65% da largura. R17 informa o raio em polegadas, enquanto o número 102 é referente ao índice de carga. Por fim, a letra V é o índice de velocidade, no caso, de até 240 km/h.

Portanto, o pneu do CR-V, embora tenha o mesmo diâmetro, é mais largo, mais alto e suporta mais carga - no caso, o código 102 significa que cada pneu do utilitário é capaz de suportar com segurança até 850 kg. No Civic, o numeral 91 aponta até 615 kg por pneu. "Para levar mais carga, o pneu recebe mais reforços na estrutura", destaca o especialista.
Consumo de combustível Pneus mais largos naturalmente geram mais arrasto com o solo e tendem a elevar o consumo de combustível, somados ao maior peso que um SUV costuma ter em relação a um sedã com o mesmo conjunto mecânico. "Sozinho, não dá para dizer que o pneu vai fazer determinado carro gastar mais ou menos", ressalta Alonso.

De acordo com informações da Honda, um Civic EXL 2.0 tem consumo médio de 7,2 km/l na cidade com etanol, enquanto o CR-V com o mesmo motor faz 6,4 km/l, ambos equipados com motor 2.0 flex de 155 cv. É verdade que não é só o pneu que entra na conta de gasto de combustível, mas no caso o sedã é até mais pesado que o utilitário: 1.695 kg contra 1.579 kg.
Pneu de uso misto ou todo-terreno Alguns SUVs vêm equipados com pneus para uso tanto na terra quanto no asfalto, popularmente chamados de uso misto e identificados, no jargão técnico, pela sigla AT (que significa all terrain ou todo terreno).

Os pneus AT trazem banda de rodagem com mais blocos, para maior aderência em vias não pavimentadas, e borracha um pouco mais mole. Porém, existem proprietários que instalam esse tipo de pneu para dar um visual mais robusto ao veículo, embora rodem quase 100% do tempo no asfalto. "Antes de trocar, é preciso ver o tipo de uso do veículo. Se usar só na cidade, esses pneus são mais ruidosos e sofrem desgaste mais rapidamente", destaca o gerente da Dunnlop.

Manutenção Fatores como peso maior do veículo e a maior altura da carroceria em relação ao solo exigem mais dos pneus dos utilitários esportivos e, por isso, estão mais suscetíveis a danos e desgaste prematuro causados por manutenção incorreta ou mau uso. "Pneu desbalanceado, por exemplo, quica mais no solo por conta da suspensão de curso maior e da carga mais elevada. Isso pode causar desgaste irregular da banda de rodagem e acelerá-lo", diz Rodrigo Alonso. O especialista também destaca que os utilitários esportivos são mais sensíveis à calibragem incorreta e eventuais problemas na suspensão.
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