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BYD terá vendas direitas e quer dominar o mercado

Em entrevista exclusiva ao WM1, Fabio Lage, novo diretor comercial da BYD, revelou detalhes da nova estratégia da marca

por Marcelo Monegato

A ousadia da BYD não se limita a ser a marca que mais vende veículos eletrificados no Brasil ou a construir uma fábrica em tempo recorde para produzir localmente veículos híbridos e elétricos. A marca chinesa, que impressiona o mercado brasileiro com estratégias robustas, tem mais uma cartada certeira para crescer de forma acelerada em vendas e roubar clientes das fabricantes tradicionais. Estamos falando de vendas diretas, com foco em small business. Hoje, para se ter uma ideia, mais de 90% dos emplacamentos da BYD são por meio de vendas no varejo.
Em entrevista exclusiva ao WM1, o novo diretor comercial da BYD, Fabio Lage, revelou que, a partir da produção local dos modelos Dolphin Mini, King e Song Pro, a marca irá atacar o mercado das vendas diretas. Ou seja, clientes PcD (Pessoas com Deficiência), taxistas, pessoas com doenças graves, empresas, instituições e entidades de assistência social sem fins lucrativos poderão se beneficiar de isenções fiscais para esses três modelos.
De acordo com o executivo, as versões GL serão dedicadas totalmente às vendas diretas, enquanto a GS será focada nas vendas no varejo. Importante destacar que a configuração topo de linha também está disponível para clientes PcD e taxistas, mas não tem desconto.
Para exemplificar de maneira prática, Lage utilizou o sedã King como personagem. "Com a produção local (do King), vamos ter uma versão GL e GS. Na realidade, essas duas versões já existiam e eram vendidas no varejo. Só que a GS vende 95% do volume e a GL nada, pois os preços são bem próximos. Agora, aplicamos uma política de 15% de desconto na opção GL, que será dedicada ao canal de vendas diretas. Então, o King GL, que parte de R$ 169.990, passa a custar R$ 144.492 para o comprador com CNPJ. Além disso, para o cliente PcD e o taxista, que têm as isenções, o carro sai por R$ 132.090 e R$ 124.990 (respectivamente)", detalhou.

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Confira as condições de vendas diretas da BYD:
Dolphin Mini GL 25/26 Dolphin Mini GS 25/26 King GL 25/26 King GS 25/26 Song Pro GL Song Pro GS De acordo com Lage, o foco é fazer "1 pra 1" — uma venda no varejo para uma venda direta — e acelerar o crescimento das vendas desse trio da BYD. No entanto, ele fez questão de destacar que a estratégia da BYD se diferencia dos planos de Volkswagen, Fiat, Chevrolet e Hyundai, por exemplo, que realizam vendas diretas para locadoras em peso com Polo Track, Argo e Mobi, Onix e HB20. "Queremos fazer 2/3 small business e somente 1/3 locadoras", cravou.
Com relação à capacidade da recém-inaugurada fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia, de entregar esse novo volume de carros aos clientes, Lage confirmou que "sim". Hoje, segundo o executivo, o prazo de entrega está em "aproximadamente 19 dias", mas os trabalhos estão focados em "reduzir esse intervalo de tempo para 10 dias".
Para os interessados em comprar um Dolphin Mini, King ou Song Pro de forma direta, com todos os descontos a que têm direito, todas as mais de 190 concessionárias da BYD no Brasil já estão aceitando os pedidos.

BYD apresenta números vigorosos em 2025

Nos primeiros nove meses de 2025, a BYD acumula 76.342 veículos de passeio emplacados, o que a coloca na 7ª posição no ano, atrás de Volkswagen (1ª), Fiat (2ª), Chevrolet (3ª), Hyundai (4ª), Toyota (5ª) e Jeep (6ª). Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Quando olhamos apenas as vendas no varejo (automóveis de passeio), a marca chinesa salta para uma interessante 5ª posição, atrás somente de Volkswagen (1ª), Chevrolet (2ª), Fiat (3ª) e Hyundai (4ª). No entanto, quando analisamos os números de vendas diretas, a BYD sequer aparece entre as dez primeiras colocadas. Ou seja, a capacidade de crescimento da marca é significativa, já que, hoje, o mercado brasileiro é praticamente 50/50 entre os dois formatos de negociação.
O Dolphin Mini, por exemplo, acumula, em vendas no varejo, 21.317 unidades em 2025 e somente 1.588 exemplares em vendas diretas. O King tem 7.437 em vendas no varejo e 1.864 em vendas diretas. Já o Song Pro apresenta uma diferença ainda mais impressionante: 25.092 emplacamentos a partir de vendas no varejo e somente 1.804 em vendas diretas.

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