Mesmo com a recente queda nos preços dos combustíveis, abastecer o carro segue sendo uma tarefa difícil do ponto de vista financeiro. Nesse cenário, a conta passa a ser feita quase sempre no limite e prezando muitas vezes pela alternativa mais barata.
O último levantamento feito pela Agência Nacional de Derivados do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado nesta semana, mostrou que o preço médio da gasolina no país recuou para R$ 7,12, enquanto o do etanol foi para R$ 4,72.
Mas será que o etanol, mesmo com valor menor, é a melhor alternativa? Uma das maneiras de resolver essa questão é utilizar o bom e velho "cálculo dos 70%". Na prática, essa conta revela qual dos dois combustíveis compensa considerando as diferenças de preço e de desempenho.
O cálculo é feito da seguinte maneira: divide-se o valor do litro do etanol pelo valor cobrado pela gasolina e, se esse resultado for inferior a 0,7, a melhor alternativa para abastecer será o combustível derivado da cana.
Se considerarmos o preço médio divulgado pela ANP, a diferença entre os dois combustíveis fica em 0,66. Na prática, isso significa que você gasta menos botando o etanol no tanque, mesmo que ele renda, em média, 25% a 30% menos que a gasolina. Em São Paulo, o índice é ainda melhor: 0,65.
Além de escolher o combustível mais em conta, há outras práticas que podem aliviar o peso da ida ao posto no orçamento. A mais importante cabe ao motorista: a sua forma de dirigir, especialmente de quem é impaciente e estressado. O temperamento costuma fluir para o pé do pedal direito e fazer o motor girar quase sempre acima do ideal. Nessa condição, fazer cálculos para escolher gasolina ou etanol não fará diferença.
Dito isto, a melhor opção é tentar se acalmar ao volante e dirigir como manda o figurino: não acelere desnecessariamente, troque as marchas no momento certo e use o freio-motor - nesse momento a injeção é praticamente cortada, injetando apenas o mínimo necessário para que o motor não "apague'.
O uso do ar-condicionado também influencia no gasto de combustível. Então, use-o apenas quando for realmente necessário. Manter apenas a ventilação em dias frios, por exemplo, pode ajudar nessa questão.
Outra regra importante, mas à qual nem todo mundo dá importância, é manter as revisões do carro em dia. A mecânica do carro costuma ajudar, se estiver ok, ou atrapalhar, se estiver desajustada. Por isso é importante visitar o mecânico nos prazos estabelecidos para a troca ou manutenção de cada item. Pneus gastos e/ou com calibragem errada, rodas desalinhadas, e filtros de ar e de combustível sujos, por exemplo, fazem o consumo aumentar. Em resumo, não é tão difícil melhorar o consumo do carro: bastam apenas um pouco de bom senso, planejamento e disciplina.
Em alguns estados a gasolina é mais cara e em outros, mais barata. Isso se deve, principalmente, à variação nos percentuais do ICMS cobrado em cada um e a alguns outros aspectos, como valor de frete. Mesmo com o novo teto de 18% recentemente estabelecido pelo Governo Federal para o ICMS do combustível, as diferenças deverão continuar. Segundo dados da ANP, as listas são as seguintes (valores médios pesquisados em março, mas que servem como referência até agora):
Piauí — R$ 7,99
Rio Grande do Norte — R$ 7,92
Rio de Janeiro — R$ 7,73
Ceará — R$ 7,64
Acre — R$ 7,54
Minas Gerais — R$ 7,53
Bahia — R$ 7,52
Goiás — R$ 7,45
Pará — R$ 7,45
Distrito Federal — R$ 7,41
Amapá — R$ 6,27
São Paulo — R$ 6,86
Rio Grande do Sul — R$ 6,97
Mato Grosso do Sul — R$ 7,03
Paraíba — R$ 7,03
Mato Grosso — R$ 7,05
Roraima — R$ 7,10
Santa Catarina — R$ 7,16
Alagoas — R$ 7,24
Paraná — R$ 7,26
LEGENDAS:
F1 - O cálculo de paridade considera a variação de desempenho: o etanol rende 30% menos do que a gasolina
F2 - A condução paciente pode interferir diretamente no consumo de combustível



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