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Exportações alavancam produção de veículos no país

Anfavea anuncia alta de 23,3% na fabricação de carros e caminhões e de quase 60% nas vendas externas no 1º semestre

por Redação WM1

A estabilização da inflação, a queda gradual da taxa básica de juros e, principalmente, o aumento expressivo das exportações levaram otimismo para o setor automotivo. Durante coletiva realizada na última quinta-feira (6) com o balanço do primeiro semestre de 2017, a Anfavea, associação que representa as montadoras, reviu de 11,9% para 21,5% a projeção de alta na produção de veículos leves e pesados para este ano.


A Anfavea avalia que 2017 deve terminar com a produção total de veículos em cerca de 2,62 milhões de unidades no país, contra 2,41 milhões anteriormente estimados, enquanto em 2016 esse número foi de 2,156 milhões. Considerando apenas os automóveis leves, de passeio, a projeção de crescimento na produção é de 21,2% (anteriormente era de 11,4%), com 2,517 milhões de unidades, contra 2.313 estimados no levantamento anterior.


No entanto, quando se trata de licenciamentos, ou seja, automóveis comercializados e emplacados no mercado interno, a projeção de alta foi mantida em 4%, com 2,133 milhões de unidades totais – 2,067 milhões de veículos leves e 65,6 mil de pesados. Sinal de que as vendas de automóveis no Brasil estão reagindo, mas ainda falta bastante para uma recuperação mais expressiva.


Enquanto isso, para compensar, as exportações vão de vento em popa, com a projeção de crescimento revisada de 7,2% para 35,6% nas vendas totais para outros países, totalizando 705 mil unidades contra 558 mil estimadas anteriormente. O maior volume, de acordo com a estimativa, será de veículos leves (669 mil). Para se teuma ideia, do total projetado de produção de carros de passeio para 2017, cerca de 26,6% vão corresponder a unidades feitas aqui e embarcadas para outros mercados neste ano.


"As exportações de veículos devem ser as melhores registradas desde 2005, quando o Brasil enviou cerca de 724 mil unidades para outros países", destaca Antonio Megale, presidente da Anfavea, lembrando que a capacidade ociosa das fábricas de veículos no Brasil hoje está em torno de 50% e deve cair para pouco mais de 40% no fim do ano. "O razoável seria cerca de 15%, considerando que hoje a capacidade produtiva instalada no país é de quase 5 milhões de veículos leves e pesados por ano”, avalia o executivo.



Balanço do primeiro semestre


Saindo das projeções e mudando para a frieza dos números consolidados, a Anfavea informa que a produção de veículos (leves e pesados) nos primeiros seis meses deste ano teve uma alta de 23,3% na comparação com o período de janeiro a junho de 2016, somando 1,263 milhão em 2017, contra 1,025 milhão.


Comparando apenas o mês de junho deste ano com o do ano anterior, foi registrado crescimento de 15,1%, de 184,5 mil unidades para 212,3 mil. No entanto, junho de 2017 teve queda de 15,4% em relação a maio deste ano, quando a produção foi de 250,9 mil veículos. Megale afirma que essa queda é pontual, levando em conta que junho teve um dia útil a menos que o mês anterior e que duas montadoras conccaptionam férias coletivas e uma terceira, a Volkswagen, está ajustando a linha de montagem em São Bernardo do Campo (SP) para iniciar a produção do novo Polo, que já está em fase de pré-série na planta do ABC paulista.



Considerando os licenciamentos, houve alta de 3,7% no primeiro semestre, percentual bem próximo da projeção para todo 2017 feita pela Anfavea, com 1,019 milhão de unidades, contra 984 nos primeiros seis meses de 2016. Levando em conta somente junho (195 mil veículos), a elevação foi de 13,5% em relação ao mesmo mês no ano passado (171, 8 mil), enquanto na comparação com maio de 2017 (195,6 mil) a queda foi de 0,3%, pelos mesmos motivos relatados acima.


Já as exportações subiram consideráveis 57,2% no semestre, totalizando 372,6 mil unidades contra 236,9 mil em igual período de 2016. Comparando apenas junho de 2017 com junho de 2016, a elevação foi ainda maior, chegando a 40,9% (66,1 mil contra 46,9 mil). Em relação a maio deste ano, a queda foi de 9,3% (66,1 mil contra 72,8 mil).


Os estoques nas fábricas e nas concessionárias são outro termômetro importante para aferir o momento atual da indústria automotiva, ele se manteve estável, em cerca de 35 dias na comparação com maio, somando cerca de 222,7 mil unidades no mês que passou, contra 229,2 mil em maio.



Economia 'descola' da crise política


Para Antonio Megale, a instabilidade política atual está apresentando “gradualmente um descolamento do setor econômico". “A economia está andando, a inflação, caindo, a meta, inclusive, foi alterada para baixo. Estimamos que, na próxima reunião do Copom, a taxa de juros terá um corte de mais 0,75 ponto percentual”, avalia o presidente.


Megale admite que as reduções recentes na taxa básica estão apenas começando a chegar ao consumidor, pois os bancos ainda estão "conservadores e reticentes" quanto à oferta de crédito. Ainda assim, ele acredita em uma oferta maior de crédito para financiamento de veículos em um futuro próximo. "Estamos conversando com os bancos oficiais para que adotem uma visão menos crítica para a aprovação do crédito solicitado. Já vejo avanços."


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