Quando alguém quer comprar um carro 0 km, uma dúvida comum é quanto ao pagamento. Afinal, se você tem dinheiro para quitar determinado veículo à vista, paga em cash ou dá uma entrada e financia o resto? Apesar de a matemática ser uma ciência exata, não há uma resposta absoluta. Tudo depende de cada caso, e isso é bom.
WM1 pediu a ajuda do professor Ricardo Teixeira para abrir os caminhos financeiros e monetários para a compra de um carro. Ele e coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) e vai explicar que o pagamento à vista tende a ser a melhor opção, mas que o financiamento pode ser uma alternativa em tempos de incertezas econômicas.
A primeira dica é fazer uma análise de sua situação. Tem a grana exata para pagar à vista? Está com dinheiro de sobra? Está inseguro em termos profissionais e precisa ter um fundo de reserva? Entenda as opções.
Ter o dinheiro para pagar à vista é o ideal para poder barganhar um desconto no preço final do carro. E aqui o importante não é o percentual do desconto: vale a velha dica (que sempre damos aqui) de pesquisar muito antes de fechar negócio.
“Do ponto de vista financeiro, o melhor é barganhar um desconto. E é preciso pensar mais no valor final que se vai pagar do que no percentual de abatimento. Por isso, é necessário fazer um comparativo bom de preços e, em cima disso, trabalhar os descontos”, sugere Ricardo Teixeira.
Pois é, aquela manha de dar uma boa entrada, investir o restante do dinheiro e pagar o financiamento com o rendimento, pelo menos nos dias atuais, não vale a pena. Isso porque as aplicações financeiras consideradas conservadoras, de baixo risco, não têm retorno compatível com os juros - nem mesmo se as prestações do automóvel tiverem taxas de menos de 1% a.m..
Para ter alguma vantagem nesse tipo de operação, seria preciso recorrer aos fundos de renda variável, que fazem o dinheiro render mais, porém, são bem mais arriscados. Afinal, no dia em que o cliente precisar da quantia, pode calhar de aquela carteira estar em baixa e o investidor vai perder grana.
Ricardo Teixeira, contudo, observa que em tempos de incertezas econômicas, o financiamento de parte do veículo pode ser estratégico para a pessoa ter algum fundo de reserva para uma eventual emergência.
Neste caso, ele recomenda aplicações na tradicional poupança ou mesmo em renda fixa ou Tesouro Direto - consciente de que o dinheiro não vai alcançar o patamar de rendimento que cubra os juros do financiamento.
“De qualquer maneira, é sempre bom fazer as contas e comparar com os juros cobrados. Do ponto de vista de planejamento, a pessoa pode usar a quantia em uma aplicação conservadora, sabendo que não vai ganhar dinheiro, e sim minimizar perdas. E nos casos do Fundo de Renda Fixa, se certificar que a taxa de administração desse fundo seja menor que 0,5%”, orienta o coordenador da FGV-RJ.



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