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O que impulsiona a venda de elétricos e híbridos?

Eletrificados devem fechar ano com mais de 28 mil unidades vendidas. Gasolina cara e maior informação impulsionam setor

por Fernando Miragaya

O segmento de elétricos e híbridos vive um momento especial. Em maio de 2021, os eletrificados alcançaram recorde de participação no mercado brasileiro, com 1,8% do total de emplacamentos no país. Pelas projeções, o setor deve fechar o ano com mais de 28 mil unidades, volume considerável para uma categoria que ainda é um nicho de mercado. Os motivos para esta ascensão passam pelo bolso e pela informação.
A evolução na comercialização de eletrificados obviamente tem sua principal raiz no bolso. "O consumidor tem o primeiro choque brutal quando racionaliza a questão econômica e compara o custo de rodagem dos elétricos com os modelos a combustão", ressalta Pedro Bentancourt, vice-presidente de Leves da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
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Na ponta do lápis, a diferença é absurda. Em uma conta conservadora, um carro elétrico roda 7 km por cada quilowatt/hora (kW/h). Na cidade de São Paulo, o kW/h residencial, com todos os impostos e sob "bandeira vermelha", custa R$ 0,83.
Desta forma, um automóvel com bateria com capacidade de 40 kW/h gastaria R$ 32 para ser completamente carregado do zero. O preço médio do litro da gasolina comum na capital paulista na segunda semana de junho, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), ficou em R$ 5,418. Para encher o tanque de 50 litros de um Hyundai HB20 1.0, por exemplo, o custo seria de R$ 270.
Pelas médias urbanas de consumo aferidas pelo PBEV/Inmetro, o compacto da marca coreana faz 12,5 km/l de gasolina no ciclo urbano, o que lhe confere uma autonomia de mais de 600 km. Mas mesmo com o alcance médio de um elétrico na casa dos R$ 300 km, o carro sem motor a combustão representa só 23% do custo com combustível de um modelo normal.
Além dos elétricos, os híbridos também configuram uma boa vantagem no bolso. Em geral, os modelos que combinam motor a combustão com outro elétrico registram médias superiores a 15 km/l na cidade. Porém, muitos passam dos 20 km/l no ciclo urbano.

Pesquisa

Só que o crescimento do mercado de automóveis elétricos e híbridos não se dá apenas pelo que dói na carteira do motorista. Para Bentancourt, a desmistificação deste tipo de mobilidade também contribuiu fortemente para esta evolução do mercado. E neste cenário, a pandemia acabou por favorecer uma maior pesquisa por parte do consumidor sobre o tema.
"As empresas, imprensa e a internet têm trazido cada vez mais informações sobre o elétrico. Está ocorrendo uma desmistificação progressiva do que significa a eletromobilidade. Todos os mitos e angústias em relação ao elétrico que rondavam a cabeça do consumidor estão sendo progressivamente respondidos. E a partir do momento em que ele toma contato com o elétrico, percebe que está num ponto sem volta", acredita o executivo da ABVE.
Segundo Pedro Bentancourt, as lendas que envolvem o carregamento dos veículos ainda são um dos grandes obstáculos para os elétricos e híbrido plug-in. Uma questão que passa pela percepção de que o carro só precisa ser carregado frequentemente se a pessoa rodar muito diariamente e de que tomadas convencionais também servem, mesmo que para uma recarga mais lenta.
"O carregamento nunca foi complexo, a gente que fantasiava. Está sendo a descoberta de um mundo novo. Qualquer veículo elétrico pode ser carregado com o próprio carregador que ele traz em uma tomada de 20 ampères, uma tomada comum que existe em qualquer estacionamento", destaca Bentancourt.

Crescimento constante

Com a oferta cada vez maior de elétricos e híbridos, a tendência é de evolução constante do segmento. A equipe do WM1, inclusive, elaborou recentemente um guia completo com todos os elétricos e híbridos disponíveis no mercado brasileiro.
Verdade que a curva de crescimento dos eletrificados está apenas no início no Brasil. De qualquer forma, as projeções da ABVE apontam para um mercado total acumulado no ano de elétricos e híbridos no Brasil na faixa das 28 mil unidades. Isso vai representar um aumento de 42% da categoria.

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