Guia de Compra – Renault Clio: um carro várias versões

Lançado no final dos anos 90, o Clio se reinventou ao longo do tempo, graças às suas diversas versões.
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André Ramos
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- A Renault foi fundada , 1898 pelos irmãos Louis, Marcel e Fernand Renault e em pouco tempo o acerto de seus carros os levava a obter sucesso nas pistas da época, entretanto, Marcel sofreu um acidente fatal em 1903 o que fez Louis afastar-se das corridas, embora a empresa continuasse a ter um representante em competições.

O primeiro carro compacto da marca foi o Juvaquatre, lançado em 1937 trazendo suspensão dianteira independente e comando hidráulico dos freios. Dez anos depois veio o 4CV, que devido ao fato de ter o motor alojado na traseira, recebeu o apelido de “rabo quente” aqui no Brasil. Pouco tempo depois a Renault tornou-se uma empresa estatal e como durante a II Guerra Mundial prestou serviços aos nazistas, em 1944 Louis foi preso e faleceu atrás das grades sem poder formular sua defesa, tendo seus ativos todos confiscados.

A linha Dauphine/Gordini marcou o ressurgimento da empresa em 1956 e em 1961, graças a uma parceria com a Willys/Overland, surgia o R4, como motor e tração dianteiros. 1972 foi o ano do lançamento do R5, um dois-volumes de muitas versões com potência que ia de 34 a 160 cv mas na segunda metade dos anos 80, com a concorrência imposta por modelos como Fiat Uno, Opel Corsa, Volkswagen Polo, Peugeot 205 e Ford Fiesta, a marca teve de repensar sua estratégia para continuar a disputar mercado.

Surgia assim o Clio, primeiro carro não esportivo que recebeu um nome em vez de uma sigla. Lançado em 1990 no Salão de Genebra, seu nome era uma homenagem à deusa da história da mitologia grega e com 3,71 metros de comprimento – entre-eixos de 2,47 metros, exibia um ótimo coeficiente aerodinâmico para seu porte 0,32.

Clio no Brasil

A parceria firmada com a Willys/Overland fez com que a fábrica francesa produzisse veículos no Brasil até 1967, ano em que vendeu suas operações para Ford brasileira e abria uma planta fabril na vizinha Argentina.

O retorno ao país só veio se dar em 1990, quando então a Renault instalou-se por aqui como importadora, trazendo para cá os modelos 19 e 21 oriundos da fábrica portenha. A chegada dos primeiros Clio também se deu em 1996, já que a alíquota zero para o imposto de importação dentro do mercosul tornou viável o preço do carro por aqui. Foram importadas as versões RL e RT, ambas equipadas com motor 1.565 cm3, com comando de válvulas no bloco e 76 cv de potência, sendo que a segunda era a top de linha. O curioso nesta primeira leva de Clio a desembarcar por aqui é que este motor era o mesmo CHT da Ford, mas com 10 cm3 a mais.

Apesar da novidade, o Clio não foi exatamente um sucesso de vendas, já que lhe faltava a opção de um motor 1.0, algo já comum em concorrentes nacionais como o Fiat Palio, o Chevrolet Corsa e o Volkswagen Gol.

Foi somente com a inauguração da fábrica paranaense de São José dos Pinhais em março de 1999 que o Clio de fato começaria a ganhar mais espaço no mercado interno. Depois de lançar inicialmente a minivan Scénic, o Clio de segunda geração – lançado pouco meses antes no Salão de Genebra – aportava em nossas ruas com pequenas diferenças para o irmão europeu: apenas o pára-choque dianteiro fora alterado, com o nacional apresentando uma grande entrada de ar frontal que fazia o carro parecer sorrir.

Disponível apenas na versão cinco portas, eram oferecidas as versões RL, RN e RT e o motor de 1.598 cm3 das duas versões superiores era novo, apresentando comando de válvulas no cabeçote, que gerava 90cv, além de contar com direção com assistência elétrica e air bag frontal duplo. A chegada do 1.0 se deu logo depois, desenvolvido a partir do 1.2 vendido na Europa. Aqui ele foi configurado com 999 cm3, entrgava 59 cv e estava disponível tanto nas versões de acabamento RL e RN.

O Clio e suas versões

Em setembro de 2000 era a vez de aparecer a versão sedan do Clio, cuja traseira apresentava o mesmo desenho do Symbol, que dez anos mais tarde desembarcaria por aqui. Seu motor era um 1.6 de 16 válvulas fabricado por aqui mas que gerava apenas 102 cv, contra os 110 cv da versão importada que equipava a Scénic. Por ser mais pesado, o Clio Sedan não tinha disponível a versão 1.0, o que fazia com que saísse de fábrica disponível apenas nas versões RN e RT.

Três meses depois era lançada uma versão esportiva, agora equipado com o motor que gerava 110 cv, freios ABS opcionais novidade na época, rodas de alumínio esportivas e faróis com refletor elisoidal para o facho baixo.

Em 2001 a Renault decidiu levar a tecnologia do 1.6 16V ao 1.0 e com isso, este motor passou a gerar 70cv, o que o fez também equipar o Clio Sedan e o hatch na versão RT – o RL permanecia com o antigo motor de oito válvulas. Como os duplos air bags frontais oneravam o preço do Clio, a Renault decidiu lançar uma versão mais simples do carro – a Yahoo. Vendida pela internet em parceria com o portal, seu acabamento e motor 1.0 eram similares aos da versão RL, mas o preço era menor por causa da ausência das bolsas frontais.

Depois desta veio a Jovem Pan, lançada em abril de 2002. Fruto de uma parceira com a emissora de rádio, baseava-se no hatch RL 1.0 16V e trazia tacômetro conta-giros, instrumentos de fundo branco, defletor traseiro e rádio/CD com comandos junto ao volante.

O negócio parecia estar dando certo, tanto que um mês mais tarde a Renault apresentava mais uma versão, a Boticário, resultado de uma parceira com a empresa de cosméticos. Disponível apenas na versão Sedan, tinha por objetivo sensibilizar o público feminino: vinha equipado com o motor 1.0 16V, trazia bancos com revestimento diferenciado que não desfiava meias ou roupas finas e espelho no parassol do motorista. Dois anos mais tarde esta versão foi relançada, desta vez com opção dos motores 1.0 e 1.6.

A série Alisé, considerada a mais comum da linha Renault, teve duas edições com o Clio. Contando com ar condicionado e outros acessórios dentro de um pacote promocional, foi aplicada em setembro de 2002 à versão hatch e em junho de 2005 à versão sedan, ambos equipados com motor 1.0 16V e com acabamentos da linha RN.

As linhas Hi Flex e Hi Power surgiram entre o final de 2004 e o início de 2005 e destacavam o motor 1.6 flex e o 1.0 mais potente, além de algns itens de série a preços promocionais.

Uma série curiosa que surgiu em 2002 foi a Tech Run: apesar do visual esportivo herdado do Si, tinha motor 1.0 de apenas 70cv, enquanto que o motor de 110cv era destinado ao Clio das versões 1.6. Em março daquele ano 2002, o RT passava a contar com os faróis do Si, enquanto que o Sedan passou a ter a opção da versão de entrada RL.

Em fevereiro de 2003 o Clio sofreu sua maior modificação. A frente passava a contar com o novo padrão visual da marca, apresentava faróis de duplo refletor e superfície complexa, enquanto que a grade era dividida pelo logotipo no centro. Já sua traseira passou por pequenas alterações – apenas as lanternas do hatch e o pára-choque. Quem esperava ver o painel utilizado na versão europeia se decepcionou, já que a Renault manteve o antigo, apenas com a parte inferior em tom claro.

Algo que também mudava era a maneira como passavam a ser chamadas suas diferentes versões. Yahoo e RL passaram a se chamar Authentique sem air-bags; a RN virou Expression e a RT passou a ser conhecida por Privilegè, com freios ABS opcionais. Em maio daquele ano saía a versão Authentique 16V saía de fábrica com um inédito design de três portas, algo que mais tarde estaria disponível também no Expression.

Era um preâmbulo para que em março de 2004 surgisse o Dynamique, uma versão de aspecto esportivo, disponível apenas na versão três portas, com motor 1.6, rodas aro 15”, calçadas com pneus 185/55 e saias e defletores laterais com opcionais. Esta linha 2004 trazia ainda o Authentique cinco portas com motor 1.6 16V, além da 1.0 com opção de direção assistida eletricamente para a versão equipada com motor 1.0 8V.

Mas foi em novembro de 2004 que surgiria o primeiro Clio do mundo com motor flexível, o Hi-Flex 1.6 16V, que gerava 115cv rodando no álcool e um pouco menos na gasolina em razão de não ser taxado. Além disso, era o primeiro flexível a trazer quatro válvulas por cilindro e capaz de rodar com gasolina pura sem adição de álcool, o que o habilitava para ser exportado para outros países do mercosul.

No ano seguinte 2005, o Clio trazia novos equipamentos, como computador de bordo nas versões top e em fevereiro, mais uma novidade: o motor 1.0 16V fora otimizado e agora, batizado de Hi-Power, desenvolvia 76 cv e 9,7 kgf.m, números com os quais a marca prometia “desempenho de 1.4”, mas a novidade durou até 2006, quando então o Hi-Flex voltou, desta vez com 77cv rodando no álcool. No acabamento, pára-choques sem faixa protetora e tampa traseira sem placa, além de um novo volante e novos botões dos vidros elétricos.

O que observar na hora da compra?

Algo que provocou muita dor de cabeça ao certos proprietários de Renault Clio em suas versões mais antigas era a perda de codificação da chave do carro, o que acabava impedindo de o carro abrir as portas automaticamente ou mesmo, de ligar o carro. Segundo apurado em concessionárias o problema se dava por dois motivos: falha no sistema eletrônico localizado no interior da chave que deixa de se comunicar com a central eletrônica que gerencia este sistema ou simples decodificação da chave. Dependendo do caso, o problema somente era resolvido em até 45 dias a um custo que poderia esbarrar nos R$ 1.000.

Outro problema que deve ser verificado com atenção está no câmbio do Clio. Considerado um pouco duro, às vezes a terceira marcha apresenta uma certa resistência ao engate. Portanto, atente a isso na hora de comprar o teu carro.

A queima da bomba do esguichador de água do limpador de pára-brisas e o excesso de ruídos internos em razão da grande quantidade de plásticos em seu interior também é apontada por certos proprietários como sendo itens de incômodo no carro. Além disso, alguns também reclamam do nível de acabamento de tais peças.

Em alguns casos também já foram observados problemas relacionados ao empenamento do eixo traseiro do veículo e vazamento de fluido de amortecedores, bem como problemas relacionados à bobina do veículo. O sensor de rotação do carro, por apresentar uma resistência muito baixa, também pode apresentar falhas e com isso, o carro morre de repente e ao ser religado, não mantém a marcha lenta.

Também atente para verificar o alinhamento e o isolamento das portas. Há casos de ex-proprietários que reclamam que as portas fazem muito barulho em certos modelos de Clio, além de permitirem a entrada de vento com o carro em movimento.

Recalls

Em julho de 2003 a Renault convocou proprietários dos Clio para checagem e eventual substituição da balança da suspensão dianteira. O motivo foi que esta peça, importada a França, tinha alguns lotes fora de especificação.
Em novembro do mesmo ano, a montadora convocou um novo recall, desta vez para “possível” substituição das pastilhas e discos de freio dianteiros de um total de 5317 veículos, entre as versões 1.0 e 1.6

Assim, fique atento ao Manual do Proprietário do carro, pois é nele que ficam as observações referentes ao atendimento ao chamado da montadora.

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.

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