O que você acha de andar em um Volkswagen Golf com porta-malas maior e não pagar muito mais por isso? Gostou da ideia? Então sua escolha pode ser o Bora, um três-volumes compacto que tem as mesmas características de seu irmão menor.
O Bora apareceu pela primeira vez na Europa, em 1980 com o nome de Jetta. Por aqui, desembarcou em dezembro de 2000 como modelo 2001 através do acordo provisório entre o Brasil e México, cuja alíquota de importação era de 8%. Feito na fábrica mexicana de Puebla, o sedã era oferecido inicialmente nas versões Básica e Comfortline que adicionava ar-condicionado, air bag, freios ABS com distribuidor eletrônico de frenagem EBD, rodas de liga-leve, além de um interior mais caprichado. As duas opções contavam com o mesmo motor do Golf intermediário, de 2,0 litros de 116 cv e torque de 17,3 kgf.m a 2400 rpm. Opcionalmente o câmbio automático de quatro marchas com gerenciamento eletrônico era disponibilizado nas duas versões.
Em 2001, o Bora ganhou em sua lista de opcionais, a oferta de novas rodas de alumínio, ar-condicionado Climatronic e computador de bordo, além de oferecer rádio com CD-player de série.
A linha 2005 passava a vir com ar-condicionado Climatronic de série para todas as versões. Além deste item, havia computador de bordo, piloto automático, faróis de neblina, rodas de liga leve, duplo air bag e freios ABS. Por fora, cromados nos para-choques, frisos e grade do radiador, além da luz de seta na cor branca nas lanternas traseiras que dava um ar mais esportivo ao modelo.
No mês de setembro de 2007 o Bora sofria a sua primeira reestilização ganhando nova frente e traseira, além de contar com câmbio Tiptronic de seis marchas. Até o fim deste ano a marca contabilizava 13.306 unidades vendidas. Dois anos depois, chegava a versão flex para o Bora. Equipado com o mesmo propulsor dos hatchbacks Golf GT e Polo GT, o modelo rendia 116 cv com gasolina e 120 cv no etanol. O torque era de 17,3 kgf.m independentemente da opção do combustível. No final de 2010, o Bora deixou de ser importado do México.
DE OLHO NA COMPRA
A sua oferta no mercado de usados costuma ser bastante variada - apesar de ser um modelo que não é mais fabricado - e é possível achar um 2009 que já vem de série com trio elétrico, direção hidráulica, câmbio Tiptronic de seis marchas, bancos dianteiros com regulagem de altura e portas com trava elétrica através de controle remoto por módicos R$ 30.000, menos que um Fiat Palio Fire 0Km básico! A grande vantagem é que por ser pouco visado pelos ladrões, o seguro não chega a ser tão caro quanto ao irmão Golf.
Na hora da escolha pelo Bora usado, dê preferência às versões mais recheadas e evite a qualquer custo a versão 2.0 básica sem o ar-condicionado, fabricadas entre o final de 2000 até agosto de 2002. São bem raras no mercado e também bem mais complicadas de revender, de acordo com lojistas de multimarcas. No caso das versões flex e a gasolina, ambas têm boa aceitação e aí vai depender mais da necessidade de cada um.
Quanto ao acabamento, cheque com atenção se os painéis de porta e de instrumento não estão descascados. Este é um problema comum do revestimento que é feito de borracha, presente não só no Bora, mas em modelos como Golf e Audi A3. A ação do tempo e produtos que prometem dar brilho nos painéis, às vezes, podem contribuir para isso. Mesmo tomando cuidado, com o tempo a forração na cor preta fosca acaba perdendo a textura, ficando esbranquiçada. Aproveite também para verificar se a tampa do porta-luvas está abrindo e fechando normalmente, pois a fechadura é sensível e pode quebrar com facilidade. Em concessionárias, chegam a cobrar mais de R$ 900 pelo conserto, dependendo do problema.
Na hora de verificar a existência dos manuais de proprietário e manutenção devidamente carimbados, não se esqueça da chave reserva que é codificada (do tipo canivete). Para mandar fazer outra completa (com chave e botões de acionamento de travas) numa concessionária autorizada não sai por menos de R$ 900. Já num chaveiro o valor médio é de R$ 400.
Cheque se o Bora que você procura, fabricado entre março e setembro de 2001, foi feita a verificação do componente da unidade de controle do sistema ABS. Alguns modelos tiveram que substituir o chip que futuramente poderiam apresentar superaquecimento e eventualmente pegar fogo, incendiando componentes próximos, no compartimento do motor.
E o mais importante de algumas destas dicas é ficar atento ao estado do motor e câmbio. Por ser um carro de vocação mais esportiva e jovem, muitos destes Bora, às vezes, podem estar com o motor cansado, o câmbio patinando e com folga no escalonamento de marchas. Boa compra!
OUTRA OPÇÃO É: FORD FOCUS SEDAN 2.0
Além de ter um acabamento digno de elogios, o Focus Sedan cai bem para quem realmente gosta de abarrotar o porta-malas de objetos. São 22 litros a mais em relação ao VW Bora (455 litros).
Outro atrativo do modelo é o seu design. Lançado em 2001, o Focus é mais inovador que o Bora, graças ao famoso estilo “New Edge”, inaugurado pelo Ford Ka. Polemizado na época por muitos, seu desenho até hoje chama a atenção nas ruas. O sedã da Ford pode ser encontrado nas versões 1.8 16V de 115 cv ou Guia com motor 2.0 16V de 130 e a partir do modelo 2004 a versão 1.6 de 103 cv. Desde a versão mais simples, já era possível encontrar direção hidráulica, conta-giros, ajuste de regulagem de altura e profundidade do volante, cinto traseiro de três pontos e CD-Player. Na Guia adicionava acabamento que imitava madeira, ar-condicionado, rodas de alumínio de aro 15, airbags frontais, freios ABS e teto solar com acionamento de abertura manual.
Agora se você prioriza maior agilidade e esportividade no trânsito, a sua escolha será o Bora 2.0 que tem engates mais diretos do câmbio.
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