Qual comprar: carro manual ou automático? Embora o automóvel com transmissão automática seja mais confortável - principalmente no trânsito mais pesado -, muita gente gosta da caixa manual pelo prazer de trocar as marchas na manopla e apertar o pedal de embreagem. Se você se enquadra em uma dessas situações, talvez não tenha nem dúvida de qual levar para casa.
Mesmo assim, tem gente que coloca na frente outros quesitos na hora de decidir a compra, como a economia de combustível. Mas, como saber qual desses tipos de transmissão é a mais econômica? Para descobrir, vamos levantar os dados de consumo de carros diferentes - e equipados com os dois tipos de transmissão - abaixo para descobrir.
Antes de citar os dados medidos pelo programa de etiquetagem do Inmetro, é importante frisar que em nossa lista vamos utilizar somente carros que têm o mesmo motor e conjunto de equipamentos com sistemas de transmissão diferentes, para não sermos injustos com qualquer tipo de câmbio.
Vamos começar com o Polo, que tem a mesma versão de acabamento e equipamentos oferecida com caixa de câmbio manual de cinco marchas ou automática de seis velocidades. O motor em questão é o EA211 classificado pela Volks como "1.6 MSI".
Com caixa de câmbio manual:
Com esses números e o tanque de 52 litros, em percurso rodoviário e com gasolina no tanque, um Polo 1.6 com câmbio manual consegue rodar até 723 quilômetros.
Agora vamos aos dados com transmissão automática:
Com esses números, o Polo 1.6 automático percorre 718 quilômetros com um tanque de gasolina na estrada. Os números, portanto, confirmam que o Polo manual é mais econômico que o automático quando equipado com o mesmo motor e lista de equipamentos.
Vamos dar sequência a essa análise com o carro que desde 2015 é o mais vendido do país - mas que deve perder o posto esse ano para a Fiat Strada -: o Chevrolet Onix. Na versão LT com motor 1.0 turboflex e câmbio manual de seis marchas, o hatch alcança os seguintes números:
Com gasolina no tanque e em percurso predominantemente rodoviário, a autonomia máxima do Onix LT com câmbio manual é de 704 quilômetros.
Agora vamos considerar os dados da mesma versão LT, mas com câmbio automático - para não haver diferenças em relação à quantidade de equipamentos, o que influenciaria no peso. Vamos aos dados:
Nas mesmas condições de rodagem citada acima, o Onix automático percorreria 664 quilômetros com um tanque cheio de gasolina na estrada. Como se vê, o carro da GM também é mais econômico quando equipado com câmbio manual do que com o automático.
Mesmo assim, precisamos frisar que a história nem sempre é assim - e que os dados dependem totalmente do peso no pé no acelerador e do modo como o carro é guiado. Obviamente, uma direção menos defensiva gasta mais combustível do que dirigir de forma calma e precavida. Vamos citar outro exemplo.
Agora trouxemos para exemplificar essa história uma das queridinhas do mercado brasileiro, a picape Fiat Toro, líder entre as picapes intermediárias. Na prancheta, dados da Toro da mesma versão que existia até o ano passado, a Endurance de entrada, com câmbio manual de cinco marchas e depois automático de seis velocidades - ambas com motor 1.8. Vamos começar com a manual:
Com gasolina no tanque, a Toro manual consegue atravessar 654 quilômetros graças ao tanque de 60 litros.
Agora, os dados da mesma versão da picape, com o mesmo motor, mas com transmissão automática:
Curiosamente, a Toro automática supera a manual somente em uma única medida (dados rodoviários com gasolina), o que significa que a picape pode ir mais longe nessa medição - 672 quilômetros. Isso não significa que a Toro A/T seja mais econômica que a M/T, afinal nas outras três aferições a picape com câmbio manual foi menos gastona.
Para não deixar dúvidas, vamos também levantar os dados de um carro com câmbio automático do tipo CVT (relação continuamente variável), como a nova geração do Renault Duster, vendida com caixa de câmbio manual de cinco marchas ou automática CVT com simulação de seis velocidades.
Vamos aos números do Duster manual:
Com o câmbio mecânico, os números são muito próximos tanto na cidade como na estrada. Com gasolina no tanque e em percurso rodoviário, os 50 litros de capacidade do compartimento podem fazer o SUV rodar cerca de 555 quilômetros.
Agora vamos aos dados com o mesmo motor 1.6 de 120 cv, equipada com transmissão CVT:
Nas mesmas condições com o câmbio CVT, o Duster roda os mesmos 555 km com o tanque lotado de gasolina. No entanto, nos demais indicadores, o gasto de combustível é inferior no câmbio manual. Isso permite concluir que os dados são muito próximos com as duas caixas de transmissão, mas que a manual é ligeiramente mais econômica que a CVT.
A conclusão com esses dois exemplos é a seguinte: um carro com câmbio manual tende a ser mais econômico que sua mesma versão com transmissão automática, mas é importante frisar que isso depende diretamente do peso do pé do motorista e de como o automóvel é guiado.
Portanto, se você coloca no papel o quesito consumo antes de considerar o conforto ou o prazer de dirigir proporcionado pelas diferentes caixas de transmissão, agora temos uma resposta.



Email enviado com sucesso!