Ferrari 612 Scaglietti, um monstro de gravata borboleta

Belo, requintado e elegante, modelo topo de linha da marca sabe ser estúpido quando necessário
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Jason Cammisa
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- O modelo mais velho da Ferrari em linha, o 612 Scaglietti, é o menos desejável, se a demanda de mercado servir como parâmetro. Enquanto o F430 e o 599 GTB Fiorano desfrutam de longas filas de espera, o topo de linha da Ferrari pode, em algumas ocasiões, ser comprado a pronta-entrega. Isso o torna um carro ruim? Claro que não. O Ferrari menos desejável será sempre um Ferrari.


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O problema é que o comportamento elegante e reservado do 612 é decididamente oposto à ousadia que nos acostumamos a esperar de Maranello. A dança adolescente de rua do comportamento dinâmico do F430 e o som de bazuca de gueto do V8 que grita a até 8.500 rpm, com acelerações embebidas em fumaça de pneus. Esse tipo de comportamento soa juvenil diante do polido Scaglietti, que se sente melhor quando está passeando calmamente pela cidade. Seu V12 é silencioso, no interior da cabine, a marcha é suave como pelúcia e a direção é leve, oferecendo muito menos resposta do que você poderia esperar. O interior é tem um acabamento levado à perfeição, com couro de primeira qualidade em cada superfície.


Mas então você acidentalmente vira o “manettino” para o modo espotivo e a transmissão manual automatizada do 612 dispara trocas de marcha de quebrar o pescoço em 100 milisegundos. Talvez seja por isso que o botão de acionamento das trocas manuais esportivas, que parece totalmente fora de lugar neste cupê subestimado, se mantenha sempre em um vermelho “prenda-me”. O 612 pode ser polido, suave e refinado, mas ainda assim pode dançar a música da marca quando a estrada começa a se contorcer.


A Ferrari fez algumas mudanças sutis ao Scaglietti para seu quinto ano de mercado e outras, não tão sutis, ao preço. O 612 mais barato que você pode ter custa, nos EUA, quase incompreensíveis US$ 318.538, ou cerca de R$ 700 mil. No ano passado, você poderia sair de um concessionário da Ferrari dirigindo seu 612 por quase US$ 55 mil, ou R$ 120 mil, a menos. Então, o que você ganharia pelo valor a mais?


Em primeiro lugar, uma versão melhorada da transmissão manual automatizada SuperFast Ferrari F1 agora é equipamento de série, completado pelo citado “manettino”. Não existe mais a opção de uma transmissão manual pura. Se você o forçar a isso, o novo Scaglietti acelerará seus 1.860 kg de 0 a 100 km/h em 0,2 s a menos do que o modelo anterior, em 4 s, cravados. E ele continua acelerando até os 320 km/h sem perder o fôlego, marca que certamente impressiona mais seus potenciais clientes.


O Scaglietti aperfeiçoado também tem um sistema de entretenimento eletrônico Bose, com sistema de navegação e um teto panorâmico em vidro. Um comando elétrico de três posições, montado no console central, controla elementos eletrocrômicos no vidro para ajudar a bloquear os raios solares e manter o interior mais agradável em dias quentes.


Se o preço ainda não for alto demais para você, ainda é possível recorrer ao programa One-to-One da Ferrari, que permite a você personalizar seu carro de acordo com seus próprios gostos. Isso é o que eu faria com minha frota: compraria um F430 para quando precisasse só de dois lugares, um Maserati Quattroporte para quando precisasse de quatro e um VW Jetta Variant a diesel para meu uso diário. E esses meus três carros ainda custariam o mesmo que um 612 Scaglietti.

The New York Times Syndicate

Tradução de Gustavo Henrique Ruffo

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