Pilotar o Honda Civic Type R na pista é incrível!

Aceleramos a recém-chegada e inédita versão esportiva do Civic, com carroceria hatch, câmbio manual e dinâmica absurda!

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André Deliberato
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Você viu no WM1 que nesta semana acontece, depois de muito tempo de especulação, o aguardado lançamento do Honda Civic Type R.

Inédita, a versão mais esportiva da história do modelo traz de volta ao mercado brasileiro a variante hatchback, algo que não acontecia desde 1997, quando a Honda vendia o Civic VTi como modelo 98.

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Também publicamos uma reportagem para falar sobre quais são os maiores rivais do mais recente lançamento da marca japonesa.

Agora, vamos dedicar alguns parágrafos para falar sobre como é o comportamento do carro na pista. Prepare o coração!

Honda Civic Type R vê pista como habitat

O subtítulo acima resume quase tudo. Uma pista é o real habitat do Honda Civic Type R, simplesmente o carro com tração dianteira mais rápido do mundo.

A Honda do Brasil, porém, não revelou os dados de desempenho do Civic Type R 2023. Com conjunto ligeiramente mais potente lá fora (329 cv), ele acelera de 0 a 100 km/h em 5,7 s e chega a 272 km/h.

Por aqui, deve precisar de 0,2 ou 0,3 segundo a mais, portanto algo perto de 6 segundos. Lembrem-se que falamos de um carro de 1.451 quilos.

Quem move a fera é um motor 2.0 turbo a gasolina de quatro cilindros com 297 cv, injeção direta e duplo comando de válvulas variável, conhecido pela famosa sigla VTEC.

O que já é incrível fica ainda melhor quando detalhamos a caixa de transmissão: um sistema manual de seis marchas, que tem engates extremamente curtos e diretos.

O conjunto de suspensões independentes na frente e atrás e de discos de freio ventilados de alumínio da Brembo com pinças pintadas de vermelho reforçam o que já estava ótimo.

O aerofólio na tampa do porta-malas, que representa mais da metade de downforce que o carro precisa, é a cereja do bolo.

Hora de pisar fundo

Rodamos com o Honda Civic Type R no autódromo do Velocitta, em Mogi-Guaçu (SP).

Com fome de asfalto desde o início, ainda no modo Comfort, demos algumas voltas leves com o carro para aquecer os pneus e reconhecer o traçado.

O ritmo aumentou quando o carro madrinha - um Civic híbrido - entrou para os boxes e permitiu que colocássemos o Type R no modo de condução chamado "+R", justamente o mais quente.

O ronco mudou na hora.

Ainda que seja um ronco virtual, mais para quem está no cockpit do que para quem ouve de fora, os "berros" são insanos.

Com o seguinte detalhe: o Type R tem um sistema que faz punta-taccos de forma automática a cada redução - o que é ótimo para manter o giro lá em cima, na maior faixa de potência e torque.

Chego na primeira curva da pista a cerca de 170 km/h e reduzo de quinta para terceira, freio até a entrada da curva e dou pé.

Por conta do dia chuvoso, o asfalto parecia ensaboado e o carro escorrega bem, de traseira. Seguro no braço, ainda que o controle de tração estivesse presente para me salvar, se fosse o caso.

O instrutor me elogia e seguimos para a próxima curva, mesmo com uma sutil mensagem passada por ele, querendo dizer "pega leve", ainda que enviada por um sorriso... meio sem graça.

Considerei só o elogio.

Na chegada à segunda curva, bem mais fechada e à direita, reduzo para uns 50 km/h e engato a segunda marcha, para depois escalonar para a terceira na saída e reduzir novamente para a segunda na entrada da terceira curva, à esquerda, antes da subida.

Pé embaixo no "subidão" e mais uma escorregada - desta vez um subesterço, ou como podemos dizer na linguagem popular, uma saída de frente (quando o carro aumenta o raio da curva pela perda de aderência das rodas dianteiras).

Mais uma segurada e leve intervenção eletrônica do controle de tração. O ruim é que com isso meu tempo de volta diminuía.

Faço a curva à direta, continuo a subida fazendo as alças pela tangência e chego ao "cotovelo" no fim do morro, que precede a grande descida para a parte final da pista.

Até aqui, o comportamento do Type R beirou a excelência - afinal ele mostrou dinamismo ao fazer as curvas com vontade, equilíbrio certeiro ao acionar o controle de tração em uma possível "escapada" de traseira (juro que proposital!) e segurança ao corrigir o subesterço.

Posso dizer, sem dúvidas, que eu parecia estar em um carro de corrida, e não em um veículo que será vendido a 15 felizardos clientes mensalmente.

Pode ser exótica a combinação de cores, mas o Civic Type R é um legítimo carro de corrida feito para as ruas
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Os bancos me agarraram de forma firme e confortável, a ponto de dizer que me senti íntimo com ele na primeira "abraçada".

Nem prestei atenção na central multimídia ou em detalhes tecnológicos - isso a gente deixa para fazer quando testarmos o carro na cidade.

Começo a descida, faço um slalom improvisado pela equipe da Honda na reta final e contorno o "S" que vem antes da entrada dos boxes mais uma vez surpreso com a capacidade do carro.

Faço a curva final à direta, antes de entrar mais uma vez na reta principal, e paro o Type R no traçado de chegada para fazer um 0 a 100 km/h.

Ainda que a Honda não divulgue oficialmente, o app LogR que só o Civic Type R oferece vai oferecer aqui no Brasil mostra que minha arrancada levou 6,1 segundos.

Por fim, acelero mais uma vez até o final da reta e chego no fim dela, para novas voltas, perto dos 160 km/h.

Depois dessa primeira, as outras foram ainda mais fáceis. É realmente uma delícia tocar um Type R na pista, ainda mais em condições tão divertidas que podem surgir em um dia de garoa leve com a pista bem molhada...

Importante dizer que os pneus também ajudaram demais - o Type R que virá ao Brasil será "calçado" pelo excelente Michelin Pilot Sport, que cubrirá rodas 265/30 R19, de 19 polegadas.

O que os pneus Michelin Pilot Sport dão dinamismo ao Type R não está escrito...
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E agora?

Depois de algumas voltas, vem aquela sensação estranha de "deixar o personagem" comprador de um Type R e de voltar para casa de Volvo ou Mercedes-Benz - e, aqui, falo dos ônibus municipais de São Paulo.

Mas o gostinho maravilhoso de saborear um Type R em uma pista profissional não se apaga. É esse tipo de pauta - e de história - que vou guardar para contar no futuro.

E para quem tiver a oportunidade de ter um Type R próprio, só tenho uma coisa a dizer: seja prudente, não force a barra e divirta-se!

 

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