E enfim a esperada Royal Enfield Shotgun 650 foi oficialmente lançada no mercado brasileiro. A mais nova moto da marca anglo-indiana em solo nacional usa a mesma plataforma - conjunto chassi e motor - das já conhecidas Interceptor, Continental GT e Super Meteor, e também compartilha outros componentes com esses modelos. Mas tem suas particularidades - muito interessantes, por sinal. Conheça os detalhes da nova Shotgun 650 abaixo.

A Shotgun 650 nasceu como uma derivação da custom Super Meteor 650. O objetivo e foi criar um segundo modelo dentro da mesma linha cruiser, mas com pegada um pouco diferente. A Royal Enfield diz que a Shotgun tem um perfil mais "roadster", mas na prática a moto aproxima-se mais de uma proposta "bobber" - categoria caracterizada pelo banco solo e pelo visual mais minimalista, sem muitos detalhes vistosos.
Aqui, porém, é importante ressaltar que a Shotgun 650 será vendida sempre com o banco e com as pedaleiras do garupa. A marca entende, acertadamente, que isso é uma exigência do consumidor brasileiro. Depois quem quiser pode tirar o banco do garupa e ter uma moto solo, apenas com o banco do piloto e o para-lama traseiro exposto, ou ainda sem o banco do garupa mas com o seu suporte - uma espécie de subchassi que também funciona como grelha para amarrar bagagens. Na prática são três opções em uma mesma moto - boa idéia, dona Royal Enfield!
Aliás, a marca diz que criou a Shotgun 650 também para ser uma moto com mais possibilidades de customização do que a custom. De fato, o novo modelo pode ser uma espécie de "tela em branco" para projetinhos simples ou ousados.
Embora seja uma "irmã" muito próxima da Super Meteor 650 e um pouco mais distante da conservadora Interceptor 650 e da cafe racer Continental GT 650, a Shotgun 650 tem personalidade própria. Aparenta ser mais baixa e comprida, não tem cromados, e exibe componentes exclusivos.
O tanque, por exemplo, é mais estreito que o da Super Meteor. Por isso, tem capacidade um pouco menor: 13,8 litros contra 15,7 litros na custom. O banco do piloto também é só dela, com estilo "flutuante" - é preso apenas na parte dianteira, enquanto a traseira fica livre.
E as rodas - sempre de liga leve - têm aros de 18 polegadas na frente e 17 polegadas atrás, contra 19 e 16 polegadas na Super Meteor. Os pneus têm medidas 100/90 R18 na frente e 150/70 R17 atrás (a Super Meteor 650 usa 100/90 R19 na frente e 150/80 R16 atrás).
E há mais: as ponteiras de escape e o motor são completamente pintados na cor preta, o farol é envolvido por uma moldura - que a marca chama de "nacele" - e os espelhos também são exclusivos, igualmente na cor preta. Por fim, é bem visível que as pedaleiras do piloto são recuadas em comparação aos comandos avançados da custom, o que distancia um bocado as duas em visual e proposta.
Lá atrás, a lanterninha tipo de jipe já é nossa conhecida de outros modelos da Royal Enfield, e os piscas são os mesmos da Super Meteor 650, porém reposicionados - na Shotgun 650 ficam em posição mais alta.
O painel de instrumentos da Shotgun 650 é exatamente o mesmo da Super Meteor 650, assim como o dispositivo GPS Tripper. Os botões nos punhos também são iguais, mas os comutadores são pintados na cor preta, e não cromados como na custom. Já os punhos são os mesmos da "irmã".
A parte mecânica, por sua vez, é absolutamente igual. O motor é o mesmo bicilíndrico refrigerado a ar e óleo com 649 cm³, que entrega 47 cv de potência a 7.250 rpm e torque de 5,3 kgf.m a 5.650 rpm. O mesmo vale para o câmbio de seis marchas, para a secundária por corrente, para os freios Bybre (segunda linha da Brembo italiana) com discos e ABS nas duas rodas e para as suspensões com tubos Showa invertidos na frente com 12 cm de curso e o bichoque traseiro, também Showa, com 9 cm de curso e cinco ajustes na pré-carga.
A nova Shotgun 650 tem 2,22 metros de comprimento, 1,46 m de entre-eixos, 82 cm de largura e 1,10 m de altura máxima. Ou seja, o mesmo comprimento, 4 cm a menos de entre-eixos, 5 cm a menos na altura e 7 cm a menos na largura que a Super Meteor.
Curiosamente o banco é mais alto: está a 79,5 cm do solo, contra 74 cm na custom, enquanto a altura mínima em relação ao solo, de 14 cm, é 0,5 cm maior que a da "irmã". Por fim, a Shotgun 650 pesa 240 quilos em ordem de marcha, apenas um quilinho a menos que a custom. Mas se você tirar o banco do garupa e o subchassi/grelha, aí a diferença é maior: 6,5 quilos!
Além do design com estilo "bobber", o que faz diferença neste novo modelo é a posição de pilotagem. Segundo a Royal Enfield, o "triângulo" composto pelo assentamento do quadril no banco, das mãos no guidão e dos pés na pedaleira é bem diferente em relação aos outros modelos de 650 cm³ da marca. Confira na ilustração abaixo:
Além do "triângulo", que é determinado por estes três pontos de apoio, outro componente faz muita diferença na pilotagem da Shotgun 650: o tanque. Como é mais estreito que o da Super Meteor 650, permite um encaixe mais certeiro dos joelhos, o que resulta em uma pilotagem diferente e até mais interessante.
Quer saber como é pilotar a nova Royal Enfield Shotgun 650? Então veja aqui na minha avaliação - rodei quase 200 quilômetros com a moto para explicar em detalhes!
A Shotgun 650 parte de R$ 33.990 na cor Sheet Metal Grey, que tem tom único de cinza com logotipos discretos. A seguir, as "intermediárias" custam R$ 34.490 nas cores Drill Green (verde) e Plasma Blue (azul), que têm detalhes em dois tons. E o preço da topo de linha é R$ 34.990 - chama-se Stencil White e tem pintura nas cores branca e preta, com alguns detalhes em vermelho.
Sim, são exatamente os mesmos preços da versões da Super Meteor 650 - R$ 33.990 para as Astral, R$ 34.490 para as Interstellar e R$ 34.990 para a Celestial. Só que os preços da Super Meteor 650 vão subir agora em março, tanto por necessidade de reajuste - as motos custam a mesma coisa desde o lançamento, no ano passado - como também para reposicionamento, já que a custom é a topo de linha da Royal Enfield no Brasil.