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Aceleramos a nova Royal Enfield Scram 411

A scrambler tem visual divertido e harmonioso, e custa R$ 22.490. Confira como é pilotar a irmã mais jovem da Himalayan

por Roberto Dutra

Alguns dias atrás o caro leitor pôde conferir aqui em primeira mão algumas informações importantes sobre a Royal Enfield Scram 411, que estava prestes a ser lançada no mercado brasileiro. Pois isso aconteceu, já aceleramos a novidade e agora vamos contar como foi a experiência.
Para quem não lembra - ou passou os últimos meses em Marte e nunca ouviu falar -, a Royal Enfield Scram 411 é uma espécie de irmã "mais scrambler e menos trail" da Himalayan 411. Foi lançada na Índia em março de 2022, e depois chegou progressivamente a outros países. Agora, um ano depois, é a vez do Brasil.

Royal Enfield Scram 411: uma nova scrambler

As duas são basicamente a mesma moto, mas há diferenças interessantes. O visual da Scram 411, por exemplo, é bem mais harmonioso. Não há peças que pareçam foram do lugar, tudo combina e as cores disponíveis são bem legais e de bom gosto.
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As soluções estéticas criadas, como a moldura do farol, o reposicionamento dos piscas e a rabetinha diferente, também ficaram bacanas. E como não tem as proteções laterais do tanque, o para-brisa e o bagageiro traseiro da Himalayan, a Scram desfila um jeito mais leve, jovial e limpo. Arrisco dizer que o público feminino vai curtir, também.

As abas acopladas às laterais do tanque não servem para nada: são apenas um recurso visual para não deixar alguns parafusos aparentes. E têm um efeito curioso: sob certos ângulos, são interessantes e exóticas; sob outros ângulos, são esquisitas. Lá atrás, o novo conjunto de para-lama e rabeta, com os piscas reposicionados, ficou elegante.
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Outro aspecto que vale a pena mencionar: a Royal Enfield manteve o escape da Himalayan e não se rendeu à obviedade de um conjunto escape/ponteira mais alto, no legítimo "estilo scrambler" de ser. Esses escapes elevados nas laterais podem ser bonitos, mas no mundo real são pouco práticos - apenas esquentam a perna no trânsito,  e alteram o centro de gravidade da moto.

Diferenças em relação à Himalayan

A Scram 411 compartilha vários componentes com a Hima - quadro, motor, freios, painel, tanque, guidão, roda traseira etc. Mas tem suas particularidades. Por exemplo, usa roda dianteira com aro de 19 polegadas e pneu 100/90 R19. Na Himalayan, é aro 21 com pneu 90/90 R21.
Além disso, a Scram tem 19 cm de curso nas suspensões dianteiras, 20 cm de distância livre do solo e pesa 185 quilos - na Hima, curso de 20 cm, vão livre de 22 cm e 200 quilos de peso, respectivamente. Segundo a Royal Enfield, o aro menor na frente deixou a dianteira um pouco mais baixa, o que em teoria deixa a moto mais arisca no ataque às curvas.

Hora de acelerar a Scram 411

O motor da Scram é exatamente o mesmo da Himalayan, assim como a transmissão de cinco marchas, a secundária por corrente e as relações de marcha. O monocilíndrico injetado e refrigerado a ar tem 411 cm³ e rende 24,5 cv de potência a 6.500 rpm e 3,2 kg.m de torque a 4.250 rpm
Isso quer dizer que o desempenho da Scram é muitíssimo parecido com o da Himalayan. Ou seja, assim como na irmã mais antiga, a Scram tem peso demais para potência e torque de menos, e seu desempenho é apenas comportado.

O fato de pesar cinco quilos a menos faz pouca diferença. O que se deve esperar da Scram é uma rodagem suave, gostosa e tranquila, mais divertida pela versatilidade que a moto oferece do que pelas respostas do conjunto motor/câmbio.
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A Scram arranca e ganha velocidade com gostosa progressão, mas sem adrenalina. Tudo funciona direitinho e não há dificuldades nas trocas de marchas. Aliás, elas são frequentes, pois é preciso "encher" o monocilíndrico quase todas as vezes em que a velocidade cai.

Vale ressaltar que a Royal Enfield - como qualquer outra marca -, faz aprimoramentos constantes em suas motos, e por isso o funcionamento do motor está muito mais suave e linear do que nas Himalayan dos anos passados - nada daquela aspereza incômoda, ou de ruídos desagradáveis (ok, o ronco do motor ainda não é bonito, mas melhorou).
Você roda em quarta ou quinta marchas a 80 km/h ou acima disso e os níveis de vibração e ruídos são bem pequenos. As outras respostas dinâmicas da moto também são satisfatórias, ainda que nenhuma seja especialmente entusiasmante.

Ou seja, as frenagens (com ABS nas duas rodas) transmitem sensação de segurança, mas não são impactantes. E as inclinações nas curvas são corretas, mas não admitem abusos - os pneus de fábrica, da marca Ceat, não transmitem impressão de grande aderência.
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Por outro lado, a Scram tem uma vantagem dinâmica evidente sobre a Himalayan: é bem mais confortável. A suspensão traseira é igual à da Himalayan e, como na trail, absorve bem os impactos. Mas o que faz diferença aqui é o novo banco especialmente cômodo - além de mais bonito, também.

Além disso, vale ressaltar que a posição de pilotagem da moto é bem descansada. As mãos no guidão e os pés nas pedaleiras ficam naturalmente dobrados, sem exageros para mais ou para menos. As pedaleiras, aliás, são bem largas, e permitem brincar um pouco com pilotagem em pé.
Ainda no aspecto conforto, porém, não curti muito os punhos da Royal Enfield Scram 411. Até proporcionam boa pegada, mas como são pouco macios, cansam as mãos. Além disso, os espelhos redondos da moto podem ser um charme à parte, mas não geram boa retrovisão - têm hastes curtas e trepidam mais do que deviam.

Conclusão

Falando de maneira objetiva, a Scram tem três vantagens básicas em relação à Himalayan. Primeiro, é definitivamente mais bonita e charmosa. Ok, gosto é algo muito pessoal, mas e inegável que a Himalayan tem um visual pesadão, rústico e com certas desarmonias.
Segundo, a Scram é mais barata. A diferença, na tabela, é de R$ 1.800. E no fim das contas, o comprador está levando para casa quase a mesma moto. Claro, com personalidade e pegadas diferentes, mas por baixo dos panos é quase tudo igual. E essa grana já paga o seguro da moto!
Terceiro, a Scram é mais confortável. Isso faz muita diferença em qualquer moto - ou versão -, ainda mais quando se trata de um modelo voltado para o uso urbano.

Vale a pena?

Por R$ 22.490 na tabela, sem frete (pense em uns R$ 24 mil para chegar na sua garagem), a Scram 411 é uma boa compra para quem quer uma moto de uso misto, trail mas nem tanto, confortável, com visual jovem e divertido, sem compromisso com desempenho emocionante e com manutenção simples.
A vermelha e branca, aliás, seria muito bem-vinda à minha garagem. Mas também gostei da cinza e amarela - confira na galeria abaixo:

Ficha técnica - Royal Enfield Scram 411

Preço: R$ 22.490 (sem frete) Motor: monocilíndrico injetado, refrigerado a ar, 411 cm³, potência de 24,5 cv de potência a 6.500 rpm e 3,2 kg.m de torque a 4.250 rpm Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente Freios: a disco nas duas rodas, com ABS Suspensões: garfos convencionais com 19 cm de curso na frente e monochoque com 18 cm de curso atrás Pneus: dianteiro 100/90 R19 e traseiro 120/90 R17 Dimensões e peso: 2,16 m de comprimento, 84 cm de largura, 1,16 m de altura, 1,45 m de entre-eixos, banco a 79,5 cm do solo, vão livre de 20 cm e 185 quilos de peso a seco Tanque de combustível: 15 litros Consumo: 31,4 km/l (dado de fábrica) Cores disponíveis: White Flame (branco e vermelho); Silver Spirit (cinza e azul);Graphite Red (cinza e vermelho); Graphite Blue (cinza e azul); Skyline Blue (azul com amarelo e cinza) e Graphite Yellow (cinza com amarelo)

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