Aceleramos a nova Ducati Monster 1200S:

Naked da marca italiana ganha novo motor, recursos eletronicos
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Karina Simões
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Se apenas o nome impressiona, experimente girar o manete da direita da nova Ducati Monster 1200S. Foi isso o que eu fiz (e muito) nos quatro dias em que tive o prazer de dividir a rotina com esta naked parruda da marca italiana.

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Quem pensa que ela é novata, se engana, já se vão 20 anos de estrada no currículo. A inédita versão, agora com 1200 cc ao invés das 1100 cc, chegou ao País em abril deste ano com a pretensão de “conquistar o Brasil”. Sem dúvida, ela é mesmo atraente e herdou de seus conterrâneos a vocação conquistadora, porém, alguns meses depois de sua chegada, não é esta realidade que vemos aqui. Importada da Itália e, segundo a marca, sem chances de ser montada por aqui, ela veio com preço bem salgado: R$ 73.900.

Certamente, por causa do preço elevado, é mais fácil ver na rua uma mosca branca de olho azul do que um exemplar desta naked. Uma pena, pois ela é bonita demais.

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Bela por fora, monstra por dentro!

A Monster é muito estilosa. A começar pelo tanque, que é grande e tem um desenho musculoso, com linhas extremamentes sedutoras. Mesmo assim, ele é ergonômico e magro entre as pernas, oferecendo bom encaixe ao piloto. O modelo que testamos era da cor branca, chama menos atenção que o vermelho – também disponível – mas em contrapartida casa muito melhor com a pintura bronze do chassi e os garfos dourados da suspensão dianteira. As curvas do escapamento saindo pela lateral direita da naked também vão fazer você virar o pescoço ao ver uma dessas, assim como a balança monobraço, que deixa a roda totalmente exposta.

A posição de pilotagem é confortável e descontraída e o guidão, mais alto e largo. Se você gosta de motos com assento mais baixo, onde os pés encontram apoio no chão facilmente, a Monster pode ser uma opção.

Outro ponto interessante é a estrutura de chassi desta moto. Ela é montada a partir do motor e não do quadro – assim como a superesportiva Panigale 1199. O quadro, uma treliça de aço tubular, fica preso de forma engenhosa e elegante pela extremidade dos cabeçotes. Coisa fina.

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O acabamento também é de primeira e os detalhes estão em toda a parte. Um deles é a bandeira da Itália próxima ao bocal de abastecimento no tanque com a inscrição “1200 S”, apenas para te lembrar que você está pilotando a versão mais arisca do modelo.

Ao ligar a moto, antes do motorzão barulhento e impetuoso entrar em cena, você se surpreende pelo painel colorido digital. A marca Ducati salta aos olhos e depois, o painel recebe o layout priorizando dados essenciais aos três modos de pilotagem que a naked oferece: Sport, Touring ou Urban. No modo Sport o ABS e o controle de tração ficam menos intrusivos, respectivamente níveis 1 e 2, há resposta máxima do motor e o conta-giros domina o painel. Já no modo Touring, o ABS entra no nível 2, o controle de tração no 4, o motor tem respostas não tão ariscas e o painel incui dados de quilometragem, e horário. Por fim, no modo Urban, o giro sobe mais devagar, a moto incorpora um perfil mais manso para conviver em meio urbano e o velocímetro invade a tela. O painel mostra até se o descanso lateral, o pézinho, está abaixado, por exemplo, mas marcador de combustível e indicador de marchas, não tem.

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Domável

Tanto a versão standard como a “S”  são equipadas com o motor 1198 Testastretta 11° Dual Spark com os característicos dois cilindros em "L". Na versão arisca, ele gera 145 cv e impressionantes 12,7 kgf.m de torque, que chegam antes do que você imagina, a míseros 7.250 giros. Além dos 10 cv a mais, a diferenças para Monster “normal” incluem suspensões Öhlins, pinças de freio Brembo M50 na dianteira e para-lama dianteiro de fibra de carbono. Além de R$ 12 mil a mais na etiqueta – a Monster standard custa R$ 64.900.

O comportamento do motor não é dos mais lisos, mas, combinado ao urro que sai das duas belas ponteiras de escape, empolga muito. Segundo a Ducati a Monster está menos ruidosa, mas meus vizinhos descordam. Mesmo em marcha-lenta o motor não é discreto. O guidão é largo e a posição de pilotagem agrada na cidade. Com embreagem de acionamento hidráulico e câmbio mais moderno, as trocas de marcha são suaves.

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Ela vai bem no conforto na cidade (a suspensão pode ser ajustada) e passa tranquilamente entre os carros. Já para manobras cansa um pouco, pois o ângulo de esterço é bem limitado. O acelerador eletônico, muito sensível, exige cautela. Para sair da monotonia, experimente colocar no modo Sport e girar a manopla com vontade nas saídas de semáforos. Com muita força e apenas 183 kg de peso seco, a roda dianteira levanta do chão rapidamente em primeira e segunda marchas. Freios também respondem rápido quando solicitados. Diversão garantida.

Vale lembrar que mesmo optando por um modo de pilotagem, a moto permite que você selecione três regimes do motor (High, Medium e Low). Precisa e estável nas curvas, a Monster fica mais à vontade na estrada. Bolha não tem, tampouco qualquer proteção aerodinâmica – e convenhamos, que mataria o estilo da naked.

Nada contra o garupa, mas se for sair com uma Monster, melhor deixá-lo em casa. Embora o assento seja muito confortável para o piloto, quem vai atrás não usufrui de tanto espaço e alças são desajeitadas para segurar. Muito mais estiloso colocar a capa do assento, que transforma a moto em um monoposto e desfilar por aí (o acessório vem junto ao adquirir o modelo).

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Milagre não tem

A Monster 1200S tem pegada, tem estilo, motor de sobra e muita eletrônica, responsável por deixar esta verdadeira streetfighter fácil de ser domada. Ela tem muitos atributos para se destacar perante a concorrência, mas o preço a coloca de lado no páreo. Entendemos que ela vem importada da Itália e que a variação câmbial que estamos enfrentando agora é a mais pesada em muitos anos, mas, mesmo assim é muita grana. Se não está disposto a gastar tanto, mas quer uma verdadeira italiana, basta procurar na própria linha da Ducati. Prometo que irá encontrar modelos tão legais quanto esta naked por um preço mais camarada, inclusive uma versão mais mansa e igualmente bela está na lista, a Monster 821, recém-chegada ao País. Fica a dica.

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