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Aos 75 anos, a Piaggio Vespa ainda é um charme

Criado na Itália, o primeiro scooter do mundo ainda é um símbolo de mobilidade urbana, elegância e praticidade

por Roberto Dutra

O ano era 1943. A Piaggio, então uma fábrica italiana de aviões, estava tão destruída quanto o resto da Itália e sua economia. Seguindo a lógica de alguns fabricantes japoneses, também sobreviventes da Segunda Guerra, e inspirado nos conceitos de produção do americano Henry Ford, o italiano Enrico Piaggio decidiu produzir um veículo de locomoção pequeno, barato e que pudesse ser feito em larga escala, em uma linha de montagem.
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Piaggio ainda tinha um bom estoque de motores estacionários, que eram usados para dar partida nos aviões que produzia antes. Montou um protótipo, a Moto Piaggio 5, e depois foi aprimorá-lo com o engenheiro aeronáutico Corradino D´Ascanio - e foi este quem teve a ideia de "cobrir" a motoquinha com carenagens, como em um avião.

Outros detalhes foram inspirados em aeronaves, como a roda dianteira presa por um garfo monobraço. Posicionaram o motor monocilíndrico dois tempos junto à roda traseira, encaixaram uma transmissão com três marchas e um tanque para cinco litros de combustível. Aí, reza a lenda que Enrico Piaggio viu aquele veículo bicudinho e disse que era parecido com uma vespa.
O primeiro scooter do mundo estava batizado e ainda ganhou um apelido: "Paperino", ou "Pato Donald", porque lembrava o personagem da Disney. As vendas começaram em 1946.

A Vespa rapidamente fez sucesso na Itália. Tornou-se um símbolo de mobilidade urbana, elegância e praticidade, e ainda virou estrela de cinema ao aparecer em vários filmes como no clássico "A Princesa e o Plebeu", com Gregory Peck e Audrey Hepburn, de 1953. O design incrivelmente bem resolvido sofreu poucas alterações e modernizações ao longo de décadas. A mecânica também foi aprimorada, e cresceu: do motor original de 98 cm³, logo chegou a 125 cm³ e, depois, a 150 cm³.

No Brasil, a Vespa teve duas passagens. Na primeira, de 1958 a 1964, era montada com peças importadas pela Panauto - nas versões M3 e M4 (três e quatro marchas, respectivamente), com motor dois tempos de 150 cm³. Na segunda, em 1974, a B. Forte passou a montar a versão 150 Super na Zona Franca de Manaus. Dez anos depois, formou sociedade com a Caloi e a Piaggio - e surgiu a Motovespa, que aumentou a produção e impulsionou as vendas no Brasil com a linha PX 200.

O auge foi em 1986, mas nos anos seguintes as vendas começaram a minguar. A operação da fábrica foi encerrada em 1990 - depois de aproximadamente 45 mil unidades vendidas no período. Hoje, a Vespa continua por aqui: um importador traz os modelos Piaggio atuais da Itália, mas como veículos de nicho.

Série especial comemorativa

Enquanto isso, na Itália, a Piaggio lançou a série especial "Vespa 75" para comemorar os aniversário do ícone. Serão versões para os modelos Primavera e GTS, para vendas na Europa e nos Estados Unidos. Terão a cor "Giallo 75th", um amarelo metálico quase dourado, logotipos com o número 75 nas laterais, banco em nobuck, rodas pintadas na cor cinza e alguns detalhes cromados.

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