A Bajaj está mesmo disposta a conquistar um lugar ao sol no mercado brasileiro. E isso quer dizer que a marca indiana não vai se contentar com a sétima posição entre as que mais vendem motos no país - posto que ocupa atualmente, e que já é excelente para seus apenas dois anos e meio de operação por aqui.
Para tentar ampliar sua participação, a Bajaj acaba de lançar a Pulsar N150. A moto chega para ser a mais barata da linha e, ao mesmo tempo, dar início à "familia Pulsar" no Brasil - na coletiva de apresentação do modelo, a Bajaj revelou que pretende ter por aqui outros modelos dessa linha, como lá na Índia.

Só que, lá, os outros modelos atuais da linha Pulsar são a N160 e a N250, que já são vendidas por aqui como Dominar 160 e Dominar 250. E a Pulsar N125, por conta da cilindrada ainda mais baixa, não deverá ser lançado por aqui. De toda, forma, como é tudo uma questão de nomenclaturas, ao que tudo indica teremos uma Pulsar 400 no segundo semestre - provavelmente uma naked "pura" com o mesmo motor da Dominar 400. A conferir.
Enquanto isso, fiquemos com a Pulsar N150. A moto estreia com preço competitivo e um conjunto muito interessante, capaz de fazer frente aos dos modelos mais vendidos no país - Honda CG 160, Yamaha Factor 150 - e também enfrentar a Yamaha FZ15, as Haojue DK 150 e 160 e a Shineray Jef 150s, entre outras.
Se custo-benefício e fundamental, é nesse aspecto que a Bajaj Pulsar N150 é forte. Repare: a moto custa R$ 16.300 já com frete. E esse valor inclui freio dianteiro a disco com ABS - o traseiro é a tambor -, iluminação dianteira full-LED (piscas e lanterna são halógenos: não existe milagre) e um bonito painel de instrumentos com tela de LCD bem completo e com conectividade multifunção.
E não é só isso: a moto também tem rodas de liga leve com pneus sem câmara, tomada USB muito bem localizada à frente do tanque, um banco bem confortável, punhos retroiluminados, suspensão traseira monochoque, protetor de motor, spoiler sob o motor, para-barro traseiro e um design moderninho e bem-resolvido, entre outros quitutes. É bastante coisa, não?
É um conjunto realmente bom. Já o motor é monocilíndrico e refrigerado a ar e óleo. Tem 149,6 cm³ e entrega honestos 14 cv de potência a 8.500 rpm e 1,3 kgfm de torque a 6.000 rpm. São praticamente os mesmos números fornecidos pela Honda CG 160 (14,4 cv e 1,4 kgfm), mas aqui é importante lembrar que a Pulsar N150 pesa 145 quilos em ordem de marcha - 15 quilos a mais que a CG na mesma condição.
Essa diferença é relevante para o desempenho da moto, pois atinge diretamente a relação peso/potência da moto. Então não espere dessa Bajaj Pulsar N150 o mesmo desempenho surpreendente que a Honda CG 160 tem exibido nos últimos anos.
Sabe o que isso quer dizer? Absolutamente nada. Motos dessa faixa de cilindrada não são pensadas para proporcionar desempenho emocionante. Devem, isso sim, ter baixos custos de aquisição e de manutenção, robustez, o menor consumo de combustível possível e oferecer algum conforto, já que são modelos muito usados pela turma do delivery - motoboys e similares. E essa indiana surpreende nesses aspectos, que compensam a performance discretamente mais contida.
Importante destacar que o valor de R$ 16.300 é bem mais baixo que o da líder de mercado: a CG 160 Fan tem preço sugerido de R$ 17.990 e a CG 160 Titan, de R$ 19,520. Mas, com frete, seguro e os sobrepreços habitualmente pedidos nas concessionárias, não chegam na sua garagem por menos de R$ R$ 20 mil e R$ 23 mil, em média, respectivamente. É uma bela diferença.
E o custo de manutenção? Confira abaixo os preços das revisões da Bajaj Pulsar N150, conforme constam no site da fabricante. Nada fora do normal.
Tabela de revisões com preços fixos:
Para completar nossas contas, a Pulsar N150 tem tanque para 14 litros de combustível. O consumo da moto não foi revelado pela Bajaj, mas como modelos desse segmento costumam fazer pelo menos 45 km/h sob condução civilizada, temos aí uma autonomia teórica superior a excelentes 600 quilômetros.
A performance proporcionada pelo motor da Bajaj Pulsar N150 não é exatamente instigante, mas isso é compensado amplamente por alguns atributos da moto.
Para começar, a posição de pilotagem é bastante boa: braços e pernas apenas parcialmente dobrados e sem fazer esforços desnecessários. A maciez do banco está acima da média. Os punhos retroiluminados são uma bossa visual e ajudam a localizar e acionar os comandos rapidamente.
O painel, por sua vez, é grande, bonito, rico em informações e conectável - mas é preciso se acostumar com suas funções. Nem dá saudade dos painéis de TFT, pelo menos dos mais simples.
Nosso ride foi bastante inusitado: a Bajaj propôs uma espécie de gincana noturna - ou rally fotográfico -, na qual jornalistas especializados, influencers e afins teriam que cumprir uma série de tarefas. Desta forma, tentou reproduzir a rotina de um motoboy, com idas e vindas por trajetos curtos e complicados, sempre em ambientes urbanos.
Andei e parei com a moto pelo menos uma dezena de vezes em cerca de uma hora e meia. Em cada uma, desliguei, desci, cumpri tarefa, subi, liguei e parti. Foi possível ver como essa Bajaj se comporta na vida real. E, aqui, um detalhe legal: além da partida elétrica, a Pulsar N150 também tem quique - o pedal de partida. Gostei!
O motor responde bem ao acelerador, mas é comportado. O que não é ruim: trabalha liso, com baixos níveis de ruídos e de vibrações. Já o câmbio é bem macio e tem engates corretos, enquanto a embreagem é incrivelmente leve - não exige qualquer esforço em seu acionamento.
Apesar de ter freio a disco com ABS na roda dianteira, as frenagens não me impressionaram. Mas também não decepcionaram. Inclusive travei intencionalmente o freio traseiro algumas vezes, e em nenhum momento a moto rabeou a ponto de incomodar ou assustar.
O mesmo posso dizer das suspensões dianteira e traseira. Não impressionaram, mas não decepcionaram. A traseira, inclusive, é bem eficiente - e o banco bem macio reforça o conforto. Apenas eventualmente tive que me descolar do banco para ter certeza de que não sentiria o impacto de algum buraco maior.
Nos corredores, a Pulsar N150 foi bem. Mas cuidado com os espelhos: se têm a virtude de proporcionar boa retrovisão com suas hastes compridas, também "alargam" um pouco a moto. Outro senão é o esterço do guidão, mais limitado que o desejável. Mas basta algum cuidado que não se perde a agilidade no trânsito.
Neste primeiro e relativamente rápido contato, a Bajaj Pulsar N150 me pareceu ser uma opção competitiva e interessante para quem busca uma moto para a mobilidade urbana diária, ou mesmo para quem usa a moto para trabalhar.
Naturalmente o modelo enfrentará os argumentos de sempre:
Respondidas essas perguntas, temos uma moto de 150 cm³ que, em relação à líder de mercado e até a algumas outras do segmento, custa R$ 5 mil a menos. E tem a mesma potência (embora seja um pouco mais pesada), painel bacana e completo, partida elétrica e por pedal, design atraente, banco confortável e desempenho honesto. E que pode ser comprada com parcelas de R$ 160 via consórcio, no plano de 100 meses.
Será que a Bajaj Pulsar N150 vai conquistar um espaço relevante no mercado brasileiro? Só o tempo dirá, mas acredito que tem boas chances. Aqui, custo/benefício é fundamental - e esse modelo oferece isso. Eu gostei bastante da moto neste primeiro contato.
Preço: R$ 16.300
Cores: vermelha, branca ou preta
Motor: monocilíndrico, injetado, refrigerado a ar e óleo, 149,6 cm³, 14 cv de potência a 8.500 rpm e 1,3 kgfm de torque a 6.000 rpm
Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente
Partida: elétrica e por pedal
Iluminação: farol com projetor e luzes de rodagem diurnas (DRLs) com LEDs, e piscas, lanterna e luz de freio halógenos
Suspensões: dianteira com tubos convencionais de 31 mm e traseira monochoque
Pneus: 90/90 R17 na frente e 120/80 R17 atrás, ambos sem câmara e calçados em rodas de liga leve
Tanque de combustível: 14 litros
Dimensões: 1,99 cm de comprimento, 1,35 m de entre-eixos, 76,4 cm de largura, 1,05 m de altura, vão livre de 16,5 cm
Peso em ordem de marcha: 145 quilos
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