Quando foi lançada no mercado brasileiro, no ano passado, a Royal Enfield Super Meteor 650 fez sucesso de imediato. A marca vendeu o primeiro lote em apenas dois dias, na pré-venda, quando esperava que durasse pelo menos um mês. Desde então, tenta estabilizar as entregas prometidas - o que deverá acontecer agora em março.
Pois há um par de semanas a Royal Enfield voltou à carga e lançou a Shotgun 650. É uma espécie de "irmã quase gêmea" da Super Meteor 650: compartilha chassi, motor, freios com ABS na duas rodas, painel de instrumentos com Tripper de navegação curva-a-curva e vários outros componentes.
Mas tem pegada um pouco diferente: enquanto a Super Meteor 650 é uma legítima custom, pensada para uso em viagens, a Shotgun 650 é uma bobber, com evidente indicação de uso mais urbano.
Mas as duas têm o mesmo tamanho, praticamente o mesmo peso, desempenho similar e até preços iguais - pelo menos por enquanto, porque os da Super Meteor 650 subirão agora em março - em torno de mil reais. Mesmo assim continuarão muito próximas.
Com tudo isso, perguntamos: e agora? Qual seria a melhor para você? Para ajudar o caro leitor e tirar essa dúvida, fazemos aqui um breve e objetivo comparativo com as principais características de cada uma. Aí é só escolher a mais adequada à sua intenção de uso e partir para a diversão!
Um dos baratos da Super Meteor 650 é o design bem clássico, legitimamente custom. A moto tem tanque em forma de gota com capacidade para 15,8 litros, banco em dois níveis, sissy-bar (encosto de garupa) e para-brisa na versão topo de linha e opções de cores de bom gosto, em um ou dois tons.
A pilotagem é feita em posição relativamente descansada, com as pernas esticadas à frente e os pés apoiados em comandos avançados, e as duas opções de bancos são razoavelmente confortáveis. Pode ser bem customizada, pois tem uma vasta linha de acessórios originais e paralelos, que a turma das custom costuma gostar de instalar - protetor de motor, afastadores de alforges, baús rígidos e bagageiro traseiro, por exemplo.
A Super Meteor 650 até vai bem na cidade, mas se sai melhor na estrada. É que a posição de pilotagem mencionada acima tira um pouco de sua agilidade urbana, mas é bem adequada às viagens em pistas livres. Por fim, o desempenho do motor bicilíndrico de 650 cm³, 47 cv de potência e 5,3 kgf.m de torque - cujo foco é mais na força do que na velocidade - é satisfatório nos dois ambientes.
Ao contrário da Super Meteor 650, a Shotgun 650 tem vocação bem mais urbana. Não decepciona na estrada - afinal, seu motor é exatamente o mesmo da "irmã quase gêmea". Mas tem posição de pilotagem ligeiramente diferente, com melhor encaixe dos joelhos no tanque, que é diferente do usado pela Super Meteor 650, e pernas e pés mais recuados, cujos apoios ficam na linha dos quadris. Desta forma, parece ser bem mais leve do que a custom e exibe muito mais agilidade na cidade - mas, por outro lado, cansa mais rapidamente na estrada.
Além disso, vale destacar que o banco do piloto é bem duro - e menos confortável que o da Super Meteor 650 -, e o tanque para 13,8 litros é menor que o da custom. Estas características também tornam a bobber mais adequada a trajetos curtos e menos indicada para viagens.
É possível instalar acessórios como para-brisa e sissy-bar, mas visualmente eles vão destoar: a Shotgun 650 é uma moto mais discreta e minimalista, e esse é um dos seus baratos. Embora na maioria das fotos de divulgação a moto apareça com banco solo, todas serão vendidas no Brasil com assento destacável para garupa - que também é minimalista e pouco confortável.
Em resumo: na minha opinião, se você procura uma moto com pegada custom e tem intenção de viajar - com ou sem garupa -, a Super Meteor 650 é mais indicada para você. Mas se você curte o estilo bobber, não faz questão de encher sua moto de acessórios e pretende rodar muito mais na cidade e apenas eventualmente fazer uns passeios curtos - de preferência sem garupa -, então a Shotgun 650 é diversão garantida.



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