Ducati Hypermotard 698: aqui tem que ser piloto!

Testamos a exclusiva e nervosa supermoto italiana, que só terá 100 unidades no Brasil. Veja nossas impressões ao pilotar

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Marcelo Barros
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O WM1 teve a oportunidade de acelerar uma das 100 unidades do único lote destinado ao mercado brasileiro da Ducati Hypermotard 698 Mono RVE. Nosa avaliação foi feita em um kartódromo.

Pode parecer estranho - ou limitado -, mas esse é o ambiente perfeito para sentir o verdadeiro espírito de pilotar uma supermoto: circuito fechado, asfalto de qualidade e zero preocupação com leis de trânsito.

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Muito leve, muito ágil e muito forte. A Hypermotard empolga mas exige respeito
Crédito: Kaique Costa/Búfalos
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Estilo e desempenho sobrando

Como toda Ducati, a Hypermotard 698 exala estilo e esportividade, com um visual que chama muito a atenção — ainda mais na versão RVE, que se destaca pelo grafismo especial e pelo quickshifter bidirecional de série, que entrega trocas de marcha precisas tanto nas acelerações quanto nas reduções antes das curvas. Isso soma muito à experiência esportiva de pilotagem que essa Ducati oferece.

Definitivamente, não é uma moto para quem quer passar despercebido. Mas o primeiro desafio vem antes mesmo de girar o acelerador: a altura do banco, com 90,4 cm do solo, é coisa séria. O assento é estreito, reto e alto — típico de supermotos e motos off-road — e exige atenção de quem tem menos estatura.

Com 1,83 m de altura, a ergonomia me agradou nessa Ducati. Mas o banco é bem alto
Crédito: Kaique Costa/Búfalos
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Pessoas de baixa estatura terão que improvisar para apoiar um dos pés no chão. Eu, com 1,83 m, fiquei na ponta dos pés ao tentar colocar os dois pés no chão sentado na moto. Vale considerar esse detalhe antes de sonhar com essa Ducati.

Comecei o teste no modo Road, um dos quatro disponíveis, para me entender com a moto e com o traçado — ambos inéditos para mim. Depois de algumas voltas e com a confiança subindo, fui para o modo Sport, que entrega o máximo do conjunto. A cada curva, a diversão aumentava, mas vale dizer: a Hypermotard não é uma moto óbvia - exige respeito.

A versão escolhida para o Brasil foi a RVE, que tem grafismo especial e quickshifter de série
Crédito: Divulgação
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Com o centro de gravidade alto, é diferente das populares maxitrail, que geralmente são mais fáceis de domar nas mudanças de direção, mesmo com menos técnica. A Hypermotard precisa de algumas voltas tranquilas até que piloto e moto entrem em sintonia. Quando isso acontece, aí sim dá para subir o ritmo e curtir de verdade o que o modelo tem a oferecer.

É uma moto arisca, bruta, feita para quem curte motos com personalidade forte. Não é uma moto para todos — e é exatamente isso que a torna tão especial.

A saída dupla da Hypermotard com o Termignoni, que canta alto e acorda o bairro todo
Crédito: Divulgação
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Motor forte, escapamento alto e um conjunto superlativo

Se original já não passa sem ser notada, imagina a unidade testada, equipada com escapamento Termignoni, parte de um kit de preparação vendido como acessório pela Ducati, que sobe a potência do motor de 77,5 cv para 84,5 cv.

O som é alto e, nas reduções, uns estalos do escapamento, como vemos em superbikes em corridas de motovelocidade. Tudo isso contribui para a sensação de pilotagem mais visceral, com a Hypermotard te convidando sem dizer uma só palavra a acelerar mais e mais com ela. Mas esse escapamento não é homologado para andar em vias públicas: seu uso é restrito a circuitos fechados.

O motor de um cilindro mais potente do mundo vem com um ótimo quickshifter
Crédito: Divulgação
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Notei no teste as vibrações do motor em alta rotação, comportamento que faz parte do pacote em um grande monocilíndrico como esse. É uma moto que precisa de um motociclista habilidoso, sim, mas que em troca entrega uma experiência crua, direta, de conexão total com a moto. E os freios, com assinatura da Brembo, são bem fortes, especialmente o dianteiro — inclusive o bastante para acordar, nas primeiras frenagens, um piloto que esteja distraído.

As suspensões são robustas e de curso longo, com mais de 20 cm nas duas rodas, e transmitem muita confiança e precisão nas curvas, mesmo em trechos mais travados. Já os pneus Pirelli Diablo Rosso IV seguram bem no asfalto e são ótimos para o que a moto se propõe — embora o mercado ofereça várias boas opções para quem quiser ajustar ao seu perfil de uso.

Talvez você preferisse um grande painel de TFT nessa supermoto, mas o escolhido, de LCD, é propositalmente minimalista
Crédito: Divulgação
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O painel de LCD é pequeno e direto ao ponto: tem só o essencial. E faz todo sentido. A proposta da Hypermotard 698 é praticamente ser uma supermoto de corrida que pode andar nas ruas. Um painel grandalhão e cheio de ajustes iria contra essa essência de simplicidade. A ideia do painel, nesse caso, é ser puramente funcional.

A posição de pilotagem acomoda muito bem pilotos mais altos, sem pernas muito dobradas ou nada do tipo que costuma incomodar em motos mais baixas. Mas, atenção: ela te convida facilmente a ultrapassar os limites de velocidade das ruas — e não dá para considerar essa moto confortável e adequada para longas viagens, com ou sem garupa, com seu tanque para 12 litros, banco fino e zero proteção contra o vento.

O acabamento dessa Ducati impressiona em cada detalhe
Crédito: Divulgação
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Mas afinal, para quem é a Hypermotard 698?

Ao devolver a moto, a sensação foi a mesma de quando você sai do volante de um supercarro. A Ducati Hypermotard 698 é exótica, bruta, visceral. É para quem busca exclusividade, desempenho e emoção a cada aceleração.

Essa moto é feita para quem quer diversão pura em circuitos fechados ou em estradas sinuosas. Não espere conforto em viagens longas ou praticidade no dia a dia. Mas se você quer tirar o pó do macacão de couro guardado no fundo do armário para andar forte, fazer curvas com precisão e sentir o DNA esportivo que tornou a Ducati mundialmente famosa, achou o brinquedo certo. Sorte de quem pode chamar a Hypermotard de sua.

Se você tem o perfil (e a grana) para algo assim, corra: apenas 100 unidades serão vendidas no Brasil. O preço? R$ 94.990. Sim, é brinquedo de gente grande! Se venderem todas, aí só comprando uma usada de um dos 100 donos…

Visualmente impecável, definitivamente a Hypermotard não é uma moto para tímidos
Crédito: Kaique Costa/Búfalos
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Ficha Técnica – Ducati Hypermotard 698 Mono RVE

Preço: R$ 94.990

Motor: monocilíndrico, injetado e refrigerado a água, 659 cm³, potência de 77,5 cv a 9.750 rpm (original) e torque de 6,5 kgfm a 8.000 rpm. Potência com escapamento esportivo Termignoni: cerca de 85 cv

Transmissão: câmbio de seis marchas com quickshifter bidirecional e transmissão final por corrente

Suspensões: dianteira invertida Marzocchi com 45 mm de diâmetro, totalmente ajustável, e traseira monochoque Sachs ajustável na pré-carga e no retorno. Cursos de 21,5 cm na frente e 21,6 cm atrás

Freios: a disco nas duas rodas, com 330 mm e pinça radial Brembo M4.32 de quatro pistões na frente, e 240 mm com pinça de pistão simples atrás, ambos com ABS em curvas

Pneus: 120/70 R17 na frente e 160/60 R17 atrás

Dimensões: 2,13 m de comprimento, 1,44 m de entre-eixos, 86,5 cm de largura, 1,21 m de altura, 17,6 cm de distância livre do solo e banco a 90,4 cm do solo

Peso: 151 quilos a seco (peso em ordem de marcha não divulgado)

Tanque: 12 litros

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