Entenda a ficha técnica de uma moto

Tipos de motor, torque, suspensões: decifre termos e números que nem sempre são muito compreensíveis para o público

  1. Home
  2. Motos
  3. Entenda a ficha técnica de uma moto
Roberto Dutra
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

O caro leitor já se deparou, muitas vezes, com complexas fichas técnicas das motos, nos sites da marcas e até mesmo nas matérias jornalísticas internet afora. Algumas informações são bastante subjetivas e outras, pouco compreensíveis para os mais leigos.

1. Motor Três Cilindros Da Yamaha Mt 09
O motor da furiosa Yamaha MT-09 é esse três cilindros em linha
toggle button

Então, elaboramos aqui uma lista com os termos mais comuns e seus significados para ajudar o caro leitor a compreender melhor as especificações de uma moto - e, assim, ajudá-lo a levar em conta mais critérios na compra de sua própria motocicleta. Entenda a ficha técnica da sua motocicleta.

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

1. Tipos de motor:

  • Um cilindro: monocilíndricos;
  • Dois cilindros: bicilíndricos;
  • Três cilindros: tricilíndrios;
  • Quatro cilindros: tetracilídricos;
  • Acima disso, o habitual é referir-se ao número de cilindros por extenso: cinco cilindros, seis cilindros etc.
  • 2. 16V ou 8V:

    • Aludem ao número de válvulas do motor, oito ou dezesseis válvulas.
    • O famoso motor boxer da BMW: dois cilindros contrapostos, um em cada lado do bloco
      Crédito: Divulgação
      toggle button

      3. Posicionamento dos cilindros:

      • Em linha: quando são alinhados um ao lado do outro;
      • Em V: quando parecem formar essa letra, com um cilindro "aberto" em relação ao outro em uma determinada distância medida em graus, que geralmente é em torno de 45° (caso das Harley-Davidson);
      • Em L: mesmo caso dos motores em V, mas com abertura maior, em torno dos 90°, como em algumas Ducati e KTM;
      • Contrapostos: quando os cilindros são horizontais e distribuídos em unidades ou pares para cada lado da moto, como em muitas BMW.
      • 4. Transversal ou longitudinal:

        • É a posição do motor em relação ao chassi. Os transversais parecem "atravessar" a moto de um lado a outro e os longitudinais seguem o comprimento do chassi, como é caso do enorme tricilíndrico da Triumph Rocket III.
        • O inusitado motor de três cilindros em linha e em posição longitudinal da Triumph Rocket III
          Crédito: Divulgação
          toggle button

          5. Capacidade cúbica:

          • Medida em cm³ no Brasil, é o total deslocado pelo funcionamento dos pistões dentro dos cilindros. Por exemplo, uma moto de 999 cm³ desloca, dentro dos cilindros, essa medida somada em centímetros cúbicos. No Brasil, também é habitual chamar essa medida de "cilindrada". Em resumo, é o "tamanho" do motor. Quanto maior a capacidade cúbica, mais combustível ele é capaz de admitir, comprimir e explodir.
          • Curiosidade: nos Estados Unidos, a capacidade cúbica é medida em polegadas cúbicas cubic inches, ou "Ci"). Por isso, os motores da Harley-Davidson levam números como 96, 103, 107 e 114: são as polegadas cúbicas. Para virar cm³, multiplique as polegadas cúbicas por 16,3. Exemplo: um motor de 107 Ci tem 1.744 cm³.
          • O motor V2 da Harley-Davidson: 107 polegadas cúbicas, ou 1.774 cm³
            Crédito: Divulgação
            toggle button

            6. Torque e potência:

            • Torque: é uma unidade de medida que indica a força que o motor tem para produzir movimento. É essa força que faz o veículo sair da inércia, arrancar e vencer ladeiras íngremes. Quanto maior o número, mais força o carro tem. No Brasil, usa-se as medidas quilograma-força-metro (kgf.m) e Newton-metros (Nm), que são diferentes, mas indicam a mesma coisa. Normalmente o índice Nm é bem maior e, para obter a mesma medida em kgf.m, basta dividir o número indicado em Nm por 9,8. Exemplo: 170 Nm = 17,3 kgfm;
            • Potência: simplificando, é a energia útil gerada por unidade de tempo. No Brasil, a unidade de medida é cavalo-vapor (cv). A grosso modo, a potência é responsável pela velocidade de um veículo, enquanto o torque está ligado à capacidade de arrancada. Quanto maior for a potência do veículo em cv, maior será sua capacidade teórica de ganhar velocidade.
            • 7. Taxa de compressão, diâmetro e curso:

              • Essa é mais difícil de entender, por ser um tanto subjetiva. Mas a taxa de compressão é, basicamente, o volume total do cilindro mais o volume da câmara de combustão, dividido pelo volume da câmara;
              • O diâmetro alude à medida total do pistão e o curso, à distância que ele cumpre entre o ponto morto baixo e o ponto morto alto dentro do cilindro.
              • 8. Arrancada e velocidade máxima:

                O recorde de 400 km/h batido na Turquia com uma Kawasaki H2R: Rio - São Paulo em pouco mais de uma hora
                Crédito: Divulgação
                toggle button

                • Essa é fácil. No Brasil, o padrão é a aceleração de zero a 100 km/h apontada em segundos e a velocidade máxima é medida em quilômetros por hora. Ou seja, quantos segundos o veículo demora para sair da inércia e chegar aos 100 km/h, e quantos quilômetros ele estaria percorrendo em uma hora, mantendo aquela velocidade constante.
                • 9. Distâncias entre os eixos, distância livre do solo, e centro de gravidade:

                  • A primeira é a medida, em metros e centímetros, entre os dois centros das rodas da motocicleta. A segunda, também chamada de "vão livre", é a menor distância entre a parte de baixo da moto e o solo;
                  • O centro de gravidade é o ponto de equilíbrio de pesos e massas da moto.
                  • A geometria da moto: distância entre os eixos, vão livre e centro de gravidade
                    Crédito: Divulgação
                    toggle button

                    10. Peso a seco e peso em ordem de marcha:

                    • Peso a seco é o peso da moto sem gasolina, óleos, fluidos e líquido de arrefecimento;
                    • Peso em ordem de marcha é o peso total, com tudo isso - e a moto está prontinha para rodar.
                    • 11. Suspensões dianteiras e traseiras:

                      • Na frente, o padrão mais comum são os garfos telescópicos, com tubos superiores de diâmetro menor inseridos em tubos inferiores de diâmetro um pouco maior, subindo e descendo e trabalhando com a ajuda de molas internas e óleo específico para essa função. Existem os garfos invertidos, cuja vantagem é ter mais leveza na área próxima ao eixo da roda e mais resistência e peso perto da mesas inferior e superior, o que daria mais rigidez ao conjunto, justamente por ter maior área em contato com a mesa;
                      • Atrás, os sistemas mais comuns são o monochoque (um amortecedor centralizado ou na lateral do chassi) e o bichoque (dois amortecedores em posições semilares. As balanças (ou braços oscilantes) são em dupla trave (uma de cada lado) ou monobraço, com apenas um lado segurando o conjunto transmissão secundária/roda/freio.
                      • A suspensão dianteira invertida, hoje presente em muitas motos
                        Crédito: Divulgação
                        toggle button

                        12. Pneus:

                        • Existem muitas informações nas bordas dos pneus, incluindo importantíssimas, como índice de velocidade e capacidade de peso. Mas as três principais aludem à largura, altura (perfil) e aro. Sendo assim, no exemplo 150/50 R16: o primeiro número é a largura em milímetros (ou 15cm); o segundo é a altura, mas não é um número absoluto - é em percentual, ou seja, 50% da largura de 150m (75mm ou 7,5cm); e o terceiro é o tamanho do aro - no caso, de 16 polegadas.