O caro leitor viu aqui todos os detalhes da Haojue DL 160, modelo lançado essa semana pela marca chinesa no mercado brasileiro - onde é representada pela J.Toledo da Amazônia/JTZ Motos. Agora é hora de contar como é pilotar essa moto.
Antes de tudo, posso adiantar: a DL 160 tem tudo para dar o que falar e se tornar uma das motos mais vendidas da marca no país - senão a mais vendida. Entenda a seguir os motivos.
Nosso test-ride foi relativamente curto e rápido: em torno de 15 quilômetros em área urbana, na cidade de Jundiaí (SP) - onde fica a sede da J.Toledo da Amazônia/JTZ Motos. Mas já pudemos ver bem algumas características da moto.
A primeira impressão, visual, foi positiva: a moto exibe design interessante e coerente com o apelido de "mini-V-Strom", pela semelhança estética com a trail da Suzuki - principalmente na parte dianteira. E, mais bacana, é "inspirada" sem parecer uma simples cópia. Pode não ser linda, mas tem personalidade com seus faróis sobrepostos verticalmente e o "corpo" esguio, mas imponente, com especial atenção à rabeta arrebitada - o que é destacado pelo para-lama distante do pneu.
A DL 160 não tem aparência de moto simples ou genérica. O banco é bonito, a pintura aparente qualidade e o acabamento, em geral, é bom. Só não curti o adesivo "Haojue" nas lateais do tanque, que achei grandes demais. Apenas um detalhe.
Ao subir na moto, a impressão foi de "vestir" uma roupa feita sob medida. O corpo encaixou certinho e os pés e os braços encontraram naturalmente as pedaleiras e o guidão. Ponto positivo.
Saímos para o ride e logo descobri uma moto leve e muitíssimo fácil de pilotar. Ágil, muito maneável e que responde bem às mudanças de trajetória. O guidão um pouco mais alto e estreito do que costumo ver na maioria das motos de baixa cilindrada é ótimo e facilita as ações - inclusive transitar nos corredores, por entre os carros.
O banco me transmitiu sensação de maciez e conforto anatômico, mas vale ressaltar que só fiquei ali por cerca de meia-hora. Para rodagem diurna por horas a fio, pode ser que canse. O excelente encaixe dos joelhos nas laterais abauladas do tanque chamou minha atenção: ajuda muito a pilotar em posição relaxada e confortável.
À minha frente o bonito painel pareceu, num primeiro momento, ser bem visível. Mas liguei a iluminação da moto (farol etc) e entrou outro modo de exibição (diurno), menos brilhante e de visualização mais difícil sob a forte luz do sol. Sim, surpresa: a DL 160 tem comutador de farol, que não liga automaticamente no pós-partida como na imensa maioria das motos atualmente.
Outra deficiência que vi na DL 160 surgiu nos espelhos retrovisores. Embora tenha hastes de ótimo tamanho, que permitem boa retrovisão - acima de cotovelos e dos ombros -, as lentes distorcem a imagem. Faltou alguma qualidade ali.
As respostas do motor de 160 cm³, injetado e refrigerado a ar, são as esperadas. Não há milagre com 14,9 cv de potência e 1,4 kgfm de torque. Mas reage bem em todas as faixas de giros e exibe respostas até vigorosas - e satisfatórias para o ambiente urbano, que é seu lugar. A DL 160 não é um canhão, mas também não é "manca". Por fim, apesar de ser algo áspero, exibe níveis de ruído e de vibrações discretos, que não incomodam.
A embreagem é extremamente macia e o câmbio de cinco marchas não exigiu esforços nas trocas de marchas, embora os engates não tenham sido exatamente suaves. De toda forma, em nenhum momento foram incômodos.
Experimentações rápidas de mudança de trajetória e de frenagens de emergência mostraram que a DL 160 é uma moto realmente agradável de pilotar: não dá sustos e obedece bem, curvando e freando com a necessária eficiência - sem impressionar e sem decepcionar. Em resumo, é uma moto muito equilibrada.
As suspensões, por sua vez, surpreenderam positivamente: absorveram muito bem as imperfeições do piso. Principalmente a traseira, composta por um monochoque com sete ajustes na pré-carga.
Sim. Ao fim do ride, eu outros jornalistas especializados presentes do evento concordamos que a Haojue DL 160 é um produto muito interessante e eficiente em sua proposta. Criada para o uso diário na cidade, é extremamente adequada a isso.
Acredito que será mais procurada para mobilidade urbana, no ir e vir diário. Não vejo tanto como moto para uso no trabalho - mais pelo preço do que pelo desempenho. Mas quem comprá-la para a ralação sem dúvida terá uma moto confortável, leve, ágil e eficiente. E, em teoria, até superior às best-sellers do segmento.
A DL 160 foi um raro caso de moto de baixa cilindrada que me deixou com gostinho de quero mais: eu daria mais umas voltas com ela feliz da vida.
Preço: R$ 21.470 (mais frete e seguro)
Cores: Azul, vermelha, preta fosca e preta brilho
Motor: monocilíndrico, refrigerado a ar e injetado, com 162 cm³, 14,9 cv de potência a 8.000 rpm e 1,4 kgfm de torque a 6.500 rpm
Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente
Suspensões: dianteira convencional com tubos telescópicos e traseira monochoque com sete ajustes na pré-carga
Freios: a disco com ABS nas duas rodas
Pneus: 100/80 R17 na frente e 130/70 R17 atrás
Dimensões: 2,02 metros de comprimento, 75,5 cm de largura, 1,19 m de altura e 1,34 m de distância entre-eixos. Distância livre do solo de 16 cm e banco a 79,5 cm do solo
Peso: 149,5 quilos em ordem de marcha
Tanque: 13 litros



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