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Fez bonito? Avaliamos o scooter Yamaha XMax 300!

Aceleramos o parrudo scooter, que foi apresentado em junho último, e a experiência foi surpreendente - de novo. Confira!

por Roberto Dutra

Lá se vão quase cinco anos. Exatamente no final de setembro de 2020, quando o mundo começou a andar de novo, pós-pandemia, eu tive a oportunidade de fazer um longo test-ride no Yamaha XMax 250.
O modelo era novidade. Tinha sido lançado no Salão Duas Rodas de 2019 mas, pouco tempo depois, o mundo parou devido à pandemia. As vendas foram prejudicadas, a Yamaha fez um novo lançamento e aí começou a vendê-lo normalmente.
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Foi quando experimentei o modelo e, na época, dei meu veredicto: era o melhor scooter que havia pilotado na vida, até aquele momento. Está tudo aqui, para o caro leitor lembrar!
Nestes cinco anos o mundo andou pra frente, as tecnologias evoluíram bastante e muitos modelos surgiram. A concorrência ficou mais acirrada. E, em junho último, a Yamaha lançou no Brasil o XMax 300 - sucessor do XMax 250. Será que mudou muito?

Bem, não veio uma revolução. Nem era de se esperar. Mas mudou bastante - e para melhor. Então antes mesmo de detalhar minha experiência com o XMax 300, posso afirmar: esse scooter merece muita atenção!

O painel é duplo, completo e conectável

Agora o XMax 300 leva o sobrenome Connected. É que, assim como outros modelos da Yamaha, também ganhou conectividade do painel de instrumentos com o smartphone por Bluetooth.
O painel, aliás, é um capítulo à parte no XMax 300. Dividido em dois, tem uma tela de LCD e outra de TFT, lado a lado. A de LCD, menor, mostra velocímetro, nível de combustível e hodômetros.

A de TFT, maior, exibe vários modos de exibição que o piloto seleciona, um menu de configurações e permite espelhar o GPS com visualização completa do mapa ou modo "turn by turn", mostra chamadas recebidas, mensagens de texto e informações da música tocada no smartphone. Tudo isso usando um aplicativo próprio (Yamaha Motorcycle Connect) compatível com Android e iOS.
Em resumo, saudade zero do antigo painel, que até era bonito e bem completo, mas ainda era composto por dois relógios analógicos com telinha verde de LCD entre eles.

Beleza põe mesa, sim

E o design do XMax 300 é irrepreensível. A frente é agressiva, mas elegante, e acomoda dois faróis e dois filetes de luzes de rodagem diurnas (DRLs), tudo em LED. Quando estão todas acesas, as luzes formam um "X" aberto bem bacana.
Lá atrás, as lanternas afiladas porém de bom tamanho são modernas, também de LED e parecem ser inspiradas nas de carros de luxo. O conjunto é completado por alças laterais grandes e anatômicas, banco em dois níveis, belíssimas rodas de liga leve pintadas na cor bronze (na versão que avaliamos, pintada na linda cor cinza Aura Grey) e um para-brisa de ótimo tamanho e ainda por cima com ajustes elétricos.
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Se você gosta de ser "notado", fique tranquilo: com o XMax 300 você não passa despercebido. Comigo foi assim.
Outros detalhes interessantes do XMax 300 são o excelente espaço sob o banco - cabem um capacete e outros objetos -, sua abertura por botão, o bom porta-objetos no lado esquerdo da parte interna do escudo frontal, a tomadinha 12 Volts que fica ali dentro e a chave presencial.

Mecânica foi aprimorada

O motor do XMax cresceu. Claro, porque mudou lá fora, porque a concorrência aumentou e, principalmente, para que o modelo continuasse adequado às leis brasileiras de emissões (Promot). Que ótimo!
Continua com quatro válvulas e refrigeração líquida, mas agora tem 292 cm³ de cilindrada e entrega 27,9 cv de potência a 7.250 rpm e 2,9 kgfm de torque a 5.750 rpm. Antes, eram 249 cm³, 22,8 cv a 7.000 rpm e 2,5 kgf.m a 5.500 rpm. Ou seja, os números aumentaram bem!

Outras especificações importantes do modelo são as rodas de 15 polegadas na frente e de 14 polegadas atrás, os freios a disco com ABS nas duas rodas, os pneus nas medidas 120/70 na frente e 140/70 atrás, o inédito controle de tração, as suspensões com tubos convencionais na frente e bichoque atrás e o tanque para 13,2 litros. O XMax 300 pesa 183 quilos em ordem de marcha. Não é leve e nem pequeno. Mas, veja abaixo, isso não prejudica em nada.

Hora de acelerar: o XMax 300 corresponde em quase tudo

Confesso que, ao longo da convivência de uma semana e meia, fiquei tão impressionado com o XMax 300 quanto fiquei, cinco anos atrás, com o XMax 250. O modelo atual é uma espécie de versão revista e melhorada do anterior, que já era muito bom.
O XMax 300 acelera forte e ganha velocidade com rapidez. Em ambiente urbano - seu habitat natural - sobressai no trânsito ao chegar facilmente a 80 km/h a todo momento.  Se enrolar o cabo, o bicho passa dos 120 km/h! Cuidado com os radares...

O XMax 300 é muito estável e transmite muita sensação de segurança. Por isso mesmo frequentemente parece estar em velocidade inferior à real. Tomei alguns sustos com isso, e aí descobri outra virtude desse scooter: os freios poderosos, que param o bicho com força e em curtos espaços.
As retomadas são igualmente vigorosas, ainda que sempre ocorra aquela "patinada" típica dos scooters, por causa da transmissão continuamente variável (CVT). Algo natural, embora nem sempre agradável.

Apesar de ser bem encorpado, o XMax 300 não dá sustos nas curvas. Pelo menos na configuração original, com bons pneus Dunlop, agarra bem no asfalto. O consumo, por sua vez, não impressionou: fez média de 25 km/l comigo. Bom, mas nada fora do normal.

Manobras não são tão fáceis

Embora a posição de pilotagem seja muito agradável - o piloto vai sentadinho, claro -, as manobras não são tão fáceis. É que o banco do condutor está a 79,5 cm do solo. Então, pilotos de baixa ou até de média estatura, como eu com meus 1,70 m, encontram certa dificuldade: apenas as pontas dos pés alcançam o chão, e não há boa "tração" para estacionar. A solução é chegar bem pra frente, já que lá o banco é um pouco mais baixo.
Falando em banco, eis aqui um aspecto curioso do XMax 300: se o antecessor XMax 250 era mais macio do que anatômico, aqui é mais anatômico do que macio. No geral, o anterior era mais confortável.

Isso, junto com as suspensões naturalmente rígidas e de curso curto típicas dos scooters, reduzem um pouco o conforto a bordo. Mas é algo que não compromete: rodei trechos de 40 quilômetros com asfalto nem sempre bom e não fiquei com dor nas costas - algo que quase sempre acontece quando piloto scooters. Então é um bom sinal.
Mas de fato um banco mais macio faria o conjunto do XMax 300 ser ainda melhor. Isso e os espelhos com hastes curtas, que só deixam ver pouco além dos próprios cotovelos, são os pontos de atenção neste modelo. De resto, o XMax 300 é, sem qualquer sobra de dúvida uma das melhores - senão a melhor - opção de scooter nessa faixa de cilindrada. Embora não seja exatamente barato.

O Yamaha XMax 300 é caro?

Sim, é caro. Mas qual scooter, moto ou carro de muito boa qualidade  é barato no Brasil - onde os impostos podem corresponder a 40% dos preços dos veículos?
O XMax 300 custa, na tabela, R$ 37.990. Acrescente a isso mais R$ 1.347 de frete e seguro. Já foi para R$ 39.337. Some emplacamento, taxas disso e daquilo, e bateu em R$ 40 mil. É caro, e é o preço de uma moto média.
Mas se você não quer trocar marchas, quer a segurança do escudo frontal, um banco bem largo (ainda que um pouco duro), praticidade e, em resumo, almeja um scooter bom de cidade e que também pode passear na estrada com segurança, o XMax 300 é uma excelente opção.

Quais são os rivais do Yamaha XMax 300?

Um rival direto é o Zontes E350, que custa R$ 38.650 na tabela, mas também chega nos R$ 40 mil com os adicionais. É mais potente e torcudo - entrega 39 cv a 7.500 rpm e 3,9 kgfm a 6.000 rpm -, é ótimo de pilotar e bem tecnológico.
Mas os modelos Zontes são vendidos nas concessionárias Suzuki / Haojue / Kymco / Hisun, que existem em menor número (são 140 lojas de Suzuki e afins contra 590 da Yamaha) e cujas estruturas costumam ser mais modestas que as da Yamaha.
Além disso, a Zontes ainda é uma marca relativamente nova no país. E certamente um XMax 300 será mais fácil de revender e desvalorizará menos no futuro do que um E350. São aspectos que devem ser levados em conta em toda compra de scooter ou moto.
Outros concorrentes são os três scooters da Dafra - Cruisym 300, de R$ 34.990, e Joyride 300, de R$ 29.990, na mesma faixa de cilindrada, e até o recém-chegado Maxsym 400 GT, pela faixa de preço - custa R$ 39.990.
Os três são ótimos produtos. Mas, como sabemos, a Dafra também tem uma rede de concessionários relativamente limitada (não mais que 90 pontos, entre revendas e pontos  credenciados para serviços).
E aí, qual desses você escolheria?

Ficha técnica - Yamaha XMax 300

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