Muitas vezes a gente bate o olho em uma moto e pensa: "essa faria sucesso no Brasil". Esse é exatamente o caso da KLR 650, modelo que a Kawasaki vai lançar em breve nos Estados Unidos e que seria um interessantíssimo próximo degrau para a legião de fãs da irmã menor Versys-X 300, que é vendida aqui.
O modelo já teve uma encarnação anterior, que deixou de ser produzida em 2018. Para deleite de seus admiradores, essa nova geração não tenta reinventar a roda e tem tudo o que eles gostam: aparência invocada, conjunto mecânico forte, alguma simplicidade e economia em modernidades e eletrônicas.
Claro que algumas evoluções eram necessárias. A moto agora tem farol com LEDs, piscas elevados para proteção nas trilhas, guidom 1 cm mais alto, pedaleiras em posição mais externa, para-brisa mais alto, hastes mais compridas nos espelhos, para melhorar a retrovisão - coisa que costuma receber pouca atenção dos fabricantes -, e protetores de mãos e faróis auxiliares, de acordo com a versão.
À frente do piloto, certo saudosismo: em plena era das telas de TFT, a Kawasaki optou por uma de LCD, mais simplezinha. Nas laterais do console interno, há entradas 12V e USB. Com novo desenho, o tanque de combustível tem ótima capacidade: leva 23 litros!
Da mesma forma, a carenagem frontal foi redesenhada. Outra mudança discreta aconteceu no banco, que mantém o estilo enduro - e, provavelmente, duro - mas ficou mais baixo: a 87 cm do solo, 2 cm a menos do que antes, o que facilita a vida de pilotos de baixa estatura.
De acordo com a versão, os equipamentos mudam. Serão quatro: básica, ABS, Traveler (com top case, porta USB e tomada 12V) e Adventure (com malas laterais, faróis auxiliares e protetor de motor). Os preços vão de US$ 6.700 a US$ 7.800 nos EUA (aproximadamente de R$ 36 mil a R$ 43 mil, em conversão direta).
O motor em todas é o mesmo, com perfil de trail raiz: um monocilíndrico de 652 cm³, agora injetado (era carburado), com 5,4 kgf.m de torque a 4.500rpm. A potência não foi revelada, mas estimamos algo entre os 44 cv da geração anterior e 48 cv.
O câmbio tem apenas cinco marchas, o que nos faz prever que há muita força em cada marcha. E a moto vai precisar, pois ficou 10 kg mais pesada do que na geração anterior: 206 quilos contra 196 de antes.
Para enfrentar as pirambeiras, a suspensão dianteira tem 20 cm de curso e a traseira, monochoque, tem 18,5 cm. A roda dianteira tem aro de 21 polegadas e a traseira, de 17 polegadas - ambas raiadas e com pneus de uso misto (90/90 e 130/80, respectivamente). . Os freios têm ABS e um sistema aprimorado com a fornecedora Bosch para retardar a interferência no fora-de-estrada.
Como nada é impossível, vamos torcer para a marca trazer a moto para o Brasil - por um preço acessível - e já mostrá-la no Salão Duas Rodas 2021, que acontece entre 16 e 21 novembro em São Paulo. Motivos não faltam: o segmento de trails médias é quente no país, carece de novidades e os donos da Versys-X300 iriam adorar!
Veja abaixo o vídeo-teaser oficial da KLR 650: