O último mês de 2024, dezembro, teve boa participação nesse resultado. Anotou 151.925 unidades emplacadas, volume discretos 3,3% maior que as 147.021 unidades de novembro, porém 14,4% superior ao do mesmo mês de 2023. Uma alta significativa!
Honda e Yamaha na frente. Na sequência, surpresas!
A Honda fechou o ano passado ainda como dona absoluta do pedaço. A marca da asa teve participação de 68,6%. A Yamaha ficou em segundo lugar, com 17,7%. Mas, depois das duas, nada de marcas famosas como Suzuki, Kawasaki, BMW ou Triumph.A terceira colocação ficou com a cada vez mais expressiva Shineray, com 4,1%; seguida pela curiosa Mottu em quarto, com 2,8%; pela renascida Haojue em quinto, com 0,99%; pela curiosa Avelloz em sexto, com 0,97%; e pela já consolidada Royal Enfield em sétimo, com 0,92%. Na oitava posição, aí sim, ficou a BMW, com 0,8%, seguida pela Triumph em nono, com 0,6%; e pela Bajaj na décima posição, com 0,4%
Mercado de motos em fase de mudanças
Isso tudo quer dizer que, de fato, o mercado brasileiro de motos está passando por uma fase de mudanças. Por ter origem chinesa e produtos de baixo custo, a Shineray sempre foi considerada uma marca "menor" por boa parte dos consumidores de motos. Mas é justamente por esses motivos que chegou à terceira colocação - posição que um dia já foi ocupada por Suzuki, Dafra e até Haojue.Já a Mottu é um caso mais do que curioso: tem apenas um modelo no país, a Sport 110i - que, na verdade, é uma TVS produzida na Índia e montada em Manaus, e foca principalmente no aluguel e vendas para trabalhadores de delivery.
Na sequência, a Haojue parece estar renascendo depois de amargar algumas temporadas bem estagnada, enquanto a Avelloz é outro caso excepcional, já que tem uma rede de concessionários um tanto limitada e, na maior parte do ano passado, tinha apenas um modelo em linha, a motoneta AZ1 - só no último bimestre é que lançou um segundo modelo, a também motoneta AZ125 Alfa.
A Royal Enfield, por sua vez, colhe os frutos de um planejamento de vendas bem feito - embora sofra com um pós-venda ainda deficiente, falta de peças reposição e até atropelo de lançamentos: tem uns quatro engatilhados para este ano, pelo menos.
Na sequência, o posicionamento da BMW é compreensível. É uma marca premium cujas motos médias e grandes - que são caras - naturalmente não alcançam grandes volumes, e cujos dois modelos mais baratos - a G 310 GS e a G 310 R - também não vendem muito e acumulam reclamações por problemas.
Fechando o "top 10" de participação das marcas, a Triumph tem praticamente o mesmo perfil premium da BMW - mas sem reclamações sobre suas duas motos menores, de 400 cm³ - e, por isso, não alcança grandes volumes. E a Bajaj merece aplausos.
A marca indiana chegou ao mercado brasileiro discretamente em 2022 com uma enxuta linha de três modelos. Aí cresceu de forma lenta, progressiva e planejada, e viu sua moto de maior cilindrada - a Dominar 400 - se tornar seu principal produto. Agora, apenas dois anos depois, chegou à décima posição em participação e vendas. Um desempenho muito positivo.
Ao que parece, no mercado brasileiro de motos "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia"...
Confira abaixo os números de vendas de motos no país em 2024, por marca - em unidades:
- Honda - 1.287.197
- Yamaha - 333.146
- Shineray - 76.961
- Mottu - 52.769
- Haojue - 18.549
- Avelloz - 18.121
- Royal Enfield - 17.253
- BMW - 15.085
- Triumph - 12.209
- Bajaj - 11.087
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