Moto a combustão ou elétrica, eis a questão...

Muita gente tem pensado em trocar modelos tradicionais por movidos a bateria. Mas será que essa mudança vale a pena?

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Roberto Dutra
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Com o aumento na oferta de scooters e motos elétricas no Brasil e no mundo, muita gente tem começado a se perguntar se vale a pena mudar da motocicleta tradicional, com motor a combustão, para um modelo movido por propulsor elétrico alimentado por bateria, que se recarrega na tomada. Essa dúvida é bastante pertinente, mas envolve algumas questões importantes para que se tome uma decisão final entre uma moto a combustão ou elétrica. Confira abaixo as principais:

1. Autonomia

As motos com motor a combustão de baixa cilindrada, nossa referência aqui, rodam de 300 a 400 quilômetros com um tanque de combustível, em média - e em muitos casos vão além disso. Já os modelos elétricos vendidos no Brasil chegam, no máximo, a 200 quilômetros - e, mesmo assim, raramente. E vale destacar que a autonomia nas elétricas depende do tipo de uso: quem acelera forte terá autonomia menor.

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2. Tempo de recarga

Todo veículo elétrico exige algumas horas para recarregar sua(s) bateria(s). Sempre há a opção da "carga rápida", que demanda menos tempo, mas que, por outro lado, não dará ao usuário a maior autonomia que o veículo pode oferecer. Nos modelos com motor a combustão, é o de sempre: encha o tanque e vá longe.

Vendida pela Voltz Motors, a EVS é um dos modelos elétricos disponíveis no mercado brasileiro
Crédito: Divulgação
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3. Desempenho

Há muito mais modelos com motor a combustão do que elétricos à venda. Então, é mais fácil escolher o mais adequada ao uso pretendido: motos pequenas para o mundo urbano, motos médias para uso em cidade e estradas e motos grandes para viagens. No caso das elétricas, os modelos vendidos no país são todos para uso urbano e não recomendados para viagens.

Mas quando falamos em desempenho absoluto, as elétricas dão um baile: os motores movidos por baterias têm toda a sua força já disponível a 1 rpm, enquanto as equipadas com motores tradicionais exigem aceleração para ganhar força progressivamente e atingir seu pico. Além disso, as elétricas não poluem com emissões e têm baixo nível de ruído.

A Triumph é uma das grandes marcas do mundo que investem no desenvolvimento de motos elétricas
Crédito: Divulgação
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4. Manutenção

Nas motos elétricas, é menos frequente, mais simples e mais barata. Basicamente trocar pneus e pastilhas de freio, de acordo com o uso. Não costumam têm correntes (relação), óleos, filtros e afins como as motos a combustão. O mais caro será trocar a bateria, quando esta completar seu ciclo de vida, e dar a ela um fim ecologicamente correto. Mas, um alerta: a substituição de um motor elétrico que dê problema, por exemplo, é bem cara: na casa dos R$ 3.000 (motor elétrico de 2.000 watts).

Motos elétricas têm manutenção barata, mas eventuais trocas de peças são caras
Crédito: Reprodução da internet
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5. Custo do uso

O valor depende muito do modelo, do tamanho do motor elétrico e da(s) bateria(s), e até da tarifa de energia no domicílio do proprietário. Então, pegamos como referência valores próximos aos divulgados pela Voltz, marca que vende motos elétricas no Brasil - entre R$ 0,02 e R$ 0,04 por quilômetro rodado. Normalmente esse cálculo deve ser feito com a divisão do valor pago pela energia necessária para uma carga plena pela distância percorrida com essa mesma carga, até o fim, em quilômetros.

No caso das motos com motores a combustão, o cálculo é parecido, mas não igual. Tomando por base a Honda CG 160, que é a moto mais vendida do país, enchemos um tanque de 16,1 litros com gasolina a R$ 7,29 (preço médio no Rio) e pagamos R$ 117,36. Depois, dividimos esse valor pela rodagem completa com um tanque, de cerca de 440 quilômetros. Resultado: R$ 0,26 por quilômetro rodado.

6. Preços

As motos com motor a combustão mais baratas do país custam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, em valores aproximados, se considerarmos os modelos mais vendidos. Um scooter elétrico simplesinho começa em R$ 7.000, um modelo maior e mais sofisticado já encosta nos R$ 14.000 e uma moto elétrica do tamanho de uma motocicleta pequena/média bate nos R$ 20.000. Ou seja, os modelos elétricos não têm vantagem na "largada" e somente seu uso em longo prazo compensará o gasto inicial a mais.

A Start é a versão mais básica da Honda CG 160, modelo mais vendido do país
Crédito: Divulgação
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Em resumo

Levando-se em conta os critérios acima, os modelos elétricos ainda são mais indicados apenas para quem usará o veículo em locais fechados como condomínios ou sítios (no caso dos scooters), fará trajetos curtos no dia a dia ou até vai rodar para um destino pouco mais distante, mas terá tempo de recarga (no caso das motos) - algo que normalmente leva muitas horas.

Além disso, deve-se botar na conta que será preciso ficar com a elétrica por um bom tempo para que o custo inicial, maior que o das motos a combustão, seja compensado. Do contrário, pelo menos por enquanto, os modelos equipados com motores tradicionais ainda são uma opção mais racional - embora menos ecologicamente corretas.

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