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Moto Morini: aceleramos as motos italianas

Aproveitamos o Festival Interlagos - Motos para experimentar dois dos três modelos que já estáo à venda no Brasil

por Roberto Dutra

A Moto Morini foi, sem dúvidas, uma das estrelas do Festival Interlagos - Motos deste ano. Isso porque é uma marca nova no mercado brasileiro: anunciou no ano passado que viria, depois confirmou os modelos e aproveitou o evento para mostrar, em primeira mão, não só os três primeiros que já estão à venda no país, mas também outros que deverão chegar no ano que vem - a grandona X-Cape 1.200 e a trail Alltrhike 450. Mas essas duas são outras histórias.
O WM1 aproveitou o evento para experimentar duas destas três primeiras motos da leva de estreia: a adventure X-Cape 650 e a custom Calibro 700. Infelizmente, por falta de tempo, a naked Seiemmezzo (cujo nome significa "seis e meio", em alusão à cilindrada) ficou de fora.
Então vamos rapidamente ao que interessa. Mas, antes, confira os preços das motos que a Moto Morini já comercializa no Brasil - são três, totalizando sete versões:

Como é pilotar a X-Cape 650?

A adventure da Moto Morini impressiona à primeira vista. Embora seja uma moto média, parece ser maior. É elegante e, ao mesmo tempo, levemente agressiva.
O ride se limitou a três voltas no Autódromo de Interlagos. E o que vi foi uma moto equilibrada. Com tanque para graúdos 18 litros de combustível e cerca de 240 quilos em ordem de marcha, não é especialmente ágil nem leve, mas responde bem às ordens do piloto via guidão.
Me impressionaram, mesmo, três características. Primeiro, o belíssimo painel com tela de TFT, que é bonito e bem completo. Além disso, o banco do piloto é particularmente confortável. Muito macio, mas sem ser molenga, e bem anatômico. Certamente horas passadas ali em cima não serão muito cansativas.
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O ótimo banco ajuda a compor uma ótima posição de pilotagem com o guidão em boa altura e posição. Mas, atenção: o banco fica a no mínimo 82 cm so solo, e pilotos de baixa estatura poderão encontrar alguma dificuldade. Já o vão livre de 19 cm é coerente com as pretensões de uso misto da moto.
Por fim, o desempenho. O motor entrega 60 cv de potência com 5,4 kgfm de torque, ótimos números para uma moto média bicilíndrica. O resultado são respostas imediatas e vigorosas e uma velocidade máxima de 170 km/h - mais do que suficiente, já que, por ser semi-carenada - mas não esportivamente -, já ali a partir dos 150 km/h a moto já dá uma discreta balançada.
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Importante destacar que, com medidas 110/80 R19 (dianteiro) e 150/70 R17 (traseiro), os pneus Pirelli Scorpion Rally STR de uso misto - mais para o asfalto - proporcionam ótima aderência à moto.
A X-Cape também mostrou ótima performance nas curvas e nas freadas. Se a Moto Morini fizer o dever de casa direitinho - ou seja, criar uma rede de concessionários eficiente e oferecer um pós-venda digno -, sem dúvida será um modelo com o qual as concorrentes terão que se preocupar.
E a seara é grande: hoje temos aí Kawasaki Versys 650, que começa em R$ 54 mil; Honda NC 750X, que hoje parte de R$ 53 mil e, mais distante, Suzuki V-Strom 800, de R$ 63.800. A briga, mesmo, será com a aguardada CFMoto 450 Ibex, de R$ 40 mil.
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Bora rodar de custom italiana?

Moto custom é coisa de norte-americano ou, eventualmente, de japonês, certo? Pois as Harley-Davidson usadas na faixa dos R$ 40 mil e modelos como as Kawasaki Vulcan 650S e Eliminator 500 que se cuidem: a Moto Morini Calibro 700 tem condições de incomodar.
A começar pelo design: a moto é bonita e transita entre o discreto e o sofisticado com leveza. O tamanho não impressiona, mas está longe de parecer uma moto menor. A frente é imponente com "fairing" (moldura) no farol de LED e sanfonas no garfo dianteiro, o tanque não chega a ser em gota total mas é coerente com o estilo, e a traseira é curta e "caidinha".
Na versão bagger, a moto tem mais quitutes: uma semi-carenagem dianteira que lembra os "morcegos" de algumas Harley-Davidson, baús laterais e capa do banco do garupa que simula monoposto. Chique, viu?

As duas usam o mesmo motor bicilíndrico de 693 cm³ obviamente refrigerado a água, que entrega 69 cv de potência com 6,8 kgfm de torque. Segundo a Moto Morini, a Calibro chega à velocidade máxima de 175 km/h. Tá ótimo, não precisa de mais do que isso.
Subi na moto e o banco me impressionou: com ótimo desenho e muitíssimo macio (mas não molenga), parece uma almofada anatômica. A posição de pilotagem, porém, não é tão "tipicamente custom" - as pernas ficam mais dobradas que o desejável, já que as pedaleiras do piloto são relativamente recuadas.
Se por um lado isso é um pouco incoerente com o estilo custom, por outro permite ter mais domínio da moto através dos quadris. E a Calibro, na pista, mostrou ser isso mesmo: uma moto bem fácil de pilotar.
Isso apesar de também não ser especialmente leve - tem cerca de 220 quilos em ordem de marcha. Mas como tem centro de gravidade mais baixo que o da X-Cape 650, aqui tudo fica mais fácil.

No rápido ride em Interlagos, as respostas ao acelerador foram convincentes, as frenagens não impressionaram mas não assustaram e, nas curvas, a moto deita com limites - cheguei a raspar pedaleira uma vez. Mais importante que tudo isso, porém, é que a moto entrega o que uma custom tem que entregar: prazer na pilotagem. Só faltou, mesmo, um painel de instrumentos mais bacana.
Concluo que a Calibro 70, assim como a X-Cape 650, poderá ser uma concorrente interessante no segmento das custom se a Moto Morini fizer o dever de casa. Mas vai brigar em um "andar intermediário" no cenário das custom médias.
É que seu preço supera longe os das Royal Enfield Super Meteor 650 e Shotgun 650. Então a italiana vai jogar na mesma área das japonesas Kawasaki - diretamente com Vulcan 650 S, que parte de R$ 52 mil, e Eliminator 500, que começa em R$ 40 mil. E, mais difícil até, tentar seduzir os que hoje compram Harley-Davidson usadas nessas faixas de preços - predominantemente os modelos Sportster e Dyna.
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