A marca tem nome inglês, mas os "donos" são austríacos e a produção é feita na China. Falamos da Brixton Motorcycles, uma marca de motos de baixa cilindrada. O nome pode remeter à Inglaterra dos Beatles e dos Rollings Stones, mas é pura licença poética. Ela pertence ao grupo austríaco familiar KSR, controlado pelos irmãos Christian e Michael Kirschenhofer, e suas motos são produzidas na China.

Até hoje a marca se dedicou apenas a scooters e motocicletas com motores de 125 cm³ e 250 cm³ e de 15 marcas diferentes, que são vendidos em diversos países europeus e asiáticos. A KSR diz que vende em média 60 mil veículos por ano através de pouco mais de 2.300 concessionários presentes em cerca de 60 países. Mas, agora, uma revolução está por vir - e a princípio atenderá pelo nome de Brixton 1.200.
Trata-se de uma naked com visual retrô, que será a primeira moto de alta cilindrada do grupo. A moto tentará atrair compradores das inglesas (autênticas) Triumph para se consolidar e, para isso, apostará em um preço mais baixo.
A Brixton 1.200 chegou a ser exibida no Salão de Milão, na Itália, no ano passado, mas agora está em fase final de desenvolvimento. Basta ver as fotos para entender que o público das Bonneville será seu alvo. O design é bem similar, como aliás acontece com muitas motos produzidas na China, tão comumente "parecidas" com algum modelo já existente.
A versão final deverá ser lançada oficialmente (onde mais?) exatamente no Salão de Milão deste ano, que acontece em novembro próximo. E o que veremos é uma moto com forte pegada vintage, acabamento aparentemente de boa qualidade e uma mecânica convincente. Farol redondo, banco reto ou em duas alturas de couro com costuras aparentes, para-lama dianteiro curtinho, tanque com pegada cafe racer... Está tudo lá, como manda o figurino nesse tipo de moto.
Tudo leva a crer que a Brixton 1.200 terá um motor bicilíndrico refrigerado a água com quatro válvulas por cilindro e comando no cabeçote. Com cerca de 1.200 cm³ de capacidade cúbica, deve chegar aos 85 cv de potência com 11 kgf.m de torque. Qualquer semelhança com os modelos vintage da Triumph não é mera coincidência - a Bonneville 1.200 tem uns 80 cv e 11 kgf.m de torque. O motor da Brixton será feito pela fabricante Gaokin, que já fornece componentes e as próprias motos de baixa cilindrada para a Brixton.
Outras características e especificações da Brixton são rodas raiadas, freios a disco na frente e atrás com ABS fornecido pela Bosch alemã, suspensões da Kayaba japonesa (traseira bichoque), controle de tração, modos de pilotagem, iluminação full-LED, painel de TFT, e escape duplo reto. Vale lembrar que a Brixton Motorycles registrou esse ano o nome Lexington, então há uma possibilidade de a moto levar esse sobrenome.
Enquanto a Brixton - ou Lexington - não chega, vamos curtir dois dos modelos retrô que a marca vende.
Aí em cima está a Cronwell, que tem uma pegada scrambler com suas suspensões altinhas e aspecto geral quase trail. Tem luzes de rodagem diurna (DRLs), piscas com LEDs, velocímetro digital e ABS. O motor de 250 cm³ injetado é uma versão evoluída daquele que equipou as Haojue GN 250 - que no Brasil foram vendidas como Suzuki Intruder 250 ente 1997 e 2002. Ainda monocilíndrico e refrigerado a ar, rende 17 cv de potência e leva a moto à velocidade máxima de 114 km/h. NA Europa, a moto custa 3.500 Euros, cerca de R$ 22.000.
Já a Rayburn é menor, mas não menos charmosa. Aposta no visual ainda mais vintage com banco de couro tipo selim, bolsinha lateral de couro no lugar da tampa lateral, lanterna tipo jipe e pneus gorduchos. Tem os mesmos recursos da Cronwell, menos o ABS - aqui há dois discos, mas com freios combinados CBS. O motor é monocilíndrico com 125 cm³, refrigeração a ar e injeção eletrônica. Rende 11 cv de potência e leva a moto aos 100 km/h. Se não anda tão forte, vale destacar que faz quase 44 km/l de combustível com gasolina de boa qualidade.