Mottu, Shineray, Haojue e Bajaj no top 10? Como?
No ranking dos 10 modelos city/street mais vendidos, quatro "intrusas" mostram como o mercado de motos urbanas mudou
O caro leitor já reparou que publicamos aqui, todo mês, as listas com as motocicletas, motonetas e scooters mais vendidos em cada segmento. Habitualmente botamos apenas as "cinco mais", tanto por questões gráficas quanto por serem as de números realmente relevantes.
Mas hoje vamos destacar as 10 motos mais vendidas no segmento mais importante e de maior volume, o das city/street - nome dado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave) às motos urbanas com motores de até 300 cm³.
Naturalmente há obviedades, como a liderança isolada da Honda CG 160 e modelos da Yamaha em algumas das posições seguintes. Mas o que pouca gente sabe é que, nesse top 10, há algumas "intrusas" que, há não muito tempo, ninguém imaginaria que fossem aparecer por ali.
Essas motos na lista das 10 mais vendidas mostram que o mercado brasileiro de motocicletas de fato mudou, e que as "newcomers" - fabricantes cuja presença no país é relativamente recente -, já estão encontrando bons espaços e conquistando uma fatia razoável das vendas. Confira abaixo as 10 motos urbanas mais vendidas no Brasil no primeiro trimestre deste ano.
Motos mais vendidas no 1º trimestre de 2025 (em unidades):
O caro leitor deve ter reparado que a Yamaha Fazer 150 aparece duas vezes no ranking. Bem, ainda não descobrimos porque a Fenabrave lista dessa maneira. Então ignoremos isso e vamos dar atenção a fatos mais importantes.
O mais importante é a Mottu Sport 110i na terceria colocação, deixando para trás todos os modelos da Yamaha. Sim, a pequena motoquinha originalmente fabricada na Índia pela TVS, montada em Manaus pela Dafra e comercializada no Brasil quase que exclusivamente para um empresa de aluguel de motos de São Paulo já se tornou um problema para as rivais - principalmente para a Yamaha, cujos modelos nesse ranking ficam todos atrás da Sport 110i. E vale lembrar que, em março, isoladamente, a indiana ficou em segundo, à frente até mesmo da Twister e atrás apenas da CG 160. Definitivamente um feito histórico!
A Mottu Sport 100i faz esse sucesso devido ao preço baixo - inferior a R$ 10 mil - e às possibilidades de parcelamento. O comprador pode dar um sinal de R$ 2 mil e completar com 36 parcelas de R$ 360, por exemplo. Ou até alugar a moto por iniciais R$ 18 por dia e, ao fim de um prazo previamente acordado, comprar a moto com preço reduzido.
Mais abaixo no ranking também chama a atenção a presença da Shineray XY 150, conhecida como Free 150. Em sétimo lugar, o modelo da marca chinesa que é montado em Recife (PE) custa acessíveis R$ 12.990. E logo abaixo da Shineray, aparecem outra duas "intrusas": a Haojue DK 150, que parte de R$ 14.865, e a Bajaj Dominar 160, que começa em R$ 17.500.
O apelo do preço é o principal atrativo de todos esses modelos. A Honda CG 160 mais barata - a versão Start - custa R$ 16.400 na tabela, mas dificilmente é possível comprá-la com menos de R$ 19 mil. E a Yamaha urbana mais barata, a Factor 150, parte de R$ 18.290 - e acrescente frete, seguro e, talvez, um sobrepreço (leia-se ágio) por ser novidade.
Claro que custos de frete e seguro incidem sobre todos os modelos, mas mesmo assim a Sport 110i, a Free 150 e até a DK 150 são bem acessíveis. Inclusive por não terem sobrepreço.
Modelos com mais de 200 cm³ também são fortes
E para não dizer que não falamos das marcas "best-sellers" desde sempre, vale destacar que a Honda CB 300F Twister aparece em segundo e a Yamaha Fazer 250, em quinto. São posições importantes, já que são motos mais caras que as menores, com motores de 150 cm³, e que mostram a força dos dois modelos - reconhecidos pelo bom desempenho e pela confiabilidade.
Será que Mottu Sport 110i, Shineray Free 150, Haojue DK 150 e Bajaj Dominar 160 continuarão fortes nos próximos meses? A conferir.
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