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Na pista com a Honda CB 650F 2018

Naked média fica mais atraente e um pouco mais esportiva; motor de quatro cilindros de 88,5 cv agrada

por Agência Infomoto

Design jovem e atual, nova posição de pilotagem agressiva, motor mais potente e com um ronco encorpado, além da suspensão dianteira atualizada. As mudanças feitas pela Honda deixaram o modelo 2018 da CB 650F melhor e um pouco mais esportiva do que a geração anterior. A boa notícia: com o mesmo preço de R$ 33.500 (sem frete e seguro).



Lançada em 2014 e filha direta da “crise” financeira que afetou a Europa desde 2008, a CB 650F nasceu com a proposta de ter preço acessível e pilotagem mais amigável do que a aposentada CB 600F Hornet. Nesse novo modelo, entretanto, a Honda quis tornar a naked mais esportiva e atraente fazendo algumas melhorias em uma moto que, vale dizer, já cumpria bem seu papel. O de ser uma naked média de quatro cilindros, fácil de pilotar e capaz de empolgar iniciantes e até mesmo pilotos mais experientes.


O novo desenho dá pistas de que a CB 650F 2018 ficou mais “invocada”. O farol poligonal agora também é de LED, como a lanterna traseira, e as linhas estão mais angulosas. As carenagens do tanque estão menores, deixando o motor de quatro cilindros em linha mais à vista. As saídas de escape – 4 em 1 – lembram as Honda CB dos anos de 1970, exceto pela ponteira curta, que tem novo formato e promete um ronco mais instigante.



POSIÇÃO MAIS AGRESSIVA


Ao montar na CB 650F, antes de entrar na pista do novo Circuito dos Cristais, em Curvelo (MG), logo se percebe que a posição de pilotagem mudou. O guidão está 13 mm mais baixo e mais à frente. Com isso o piloto fica mais inclinado, mas sem comprometer o conforto, e também aumenta o peso sobre o eixo dianteiro: posicionamento que aumenta a sensação de controle para pilotar esportivamente.




 


RESPIRANDO MELHOR


Os quatro cilindros, agora pintados de preto, deslocam 649 cm³ e têm duplo comando no cabeçote e refrigeração líquida. A carenagem na lateral do tanque deixou a CB jovem e ainda melhorou o fluxo para a nova caixa de ar. Com isso o motor, que teve mudanças na alimentação e adotou dutos de admissão maiores, ganhou 1,5 cavalos de potência: agora são 88,5 cv a 11.000 rpm.



Mas, na pista, o que aumenta a sensação de esportividade não é a cavalaria extra, mas sim a nova relação do câmbio. A Honda encurtou a relação de marchas entre a segunda e a quinta, fazendo com que a nova CB 650 atinja mais rapidamente a mesma velocidade em cada marcha, mas sem perder final. Na prática, embora o torque tenha se mantido o mesmo de 6,22 kgf.m (a 8.000 rpm) a naked acelera melhor e chega antes aos 232 km/h, velocidade máxima declarada pela Honda.


FIRME EM ALTOS GIROS



 


Apesar desta proposta, digamos, mais pacata, as melhorias na CB 650F tornam-se mais aparentes quando os giros do motor aumentam. A pista livre foi o ambiente ideal para “torcer” o acelerador com vontade e manter o conta-giros acima dos 8.000 rpm, quando a arquitetura do motor de quatro cilindros em linha mostra porque faz tanto sucesso.



A rotação aumenta juntamente com o ronco mais empolgante da nova ponteira. Ao final da reta, em quinta marcha, aos 11.000 rpm, o velocímetro indicava 209 km/h. Pouco para vencer uma corrida, mas o bastante para se divertir.


A frenagem mais forte para contornar uma curva fechada à direita destacava a nova suspensão dianteira, que utiliza garfo telescópico convencional Showa de 41 mm com a tecnologia Dual Bending Valve (SDBV). Em resumo, a bengala tem duas válvulas internas que “dificultam” a passagem do óleo da suspensão, deixando-a com um acerto mais firme no fim de curso – melhor que o anterior para andar na pista, mas ainda insuficiente para fazer uma volta rápida em um treino cronometrado. Para isso, seria preciso gastar mais do que os R$ 33.500 pedidos pela Honda para também levar para casa suspensão upside-down com ajustes de compressão e retorno.



 


UMA NAKED HONESTA  


 Apesar de os fãs da antiga Hornet com seus 102 cv e suspensão invertida torcerem o nariz para a CB 650F, a naked média de quatro cilindros da Honda é uma moto honesta. Tem bom nível de acabamento, proporciona conforto para o deslocamento diário e pequenas viagens, além de poluir e consumir menos.


O modelo 2018 é mais atraente e esportivo do que o anterior, mas não é uma revolução – até porque não havia nada de tão “ruim” na antiga CB 650F. Exatamente por isso, a manutenção do preço foi, a meu ver, um acerto da Honda para disputar o mercado de nakeds média – estimado em torno de 5.500 motos por ano.



Ela pode não ser tão ágil e divertida no uso urbano como a Yamaha MT-07 (R$ 31.990) ou a nova Kawasai Z 650 (R$ 32.990), porém é mais confortável para viajar e o motor de quatro cilindros mostra que, em altos giros, nem se compara ao bicilíndrico que equipa suas concorrentes.


Capaz de retomadas vigorosas só mostra sua limitação acima dos 200 km/h. Claro, a CB 650F não é uma superesportiva e nem uma naked sofisticada como a recém-lançada Suzuki GSX-S 750 (R$ 36.500) ou a renovada Kawasaki Z 900 (R$ 41.900), mas é honesta: pela sua etiqueta de preço de R$ 33.500 entrega o que promete.


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