A Kawasaki Ninja 300 tem uma trajetória curiosa no mercado brasileiro. Depois de ceder espaço para a Ninja 400, a moto retornou em 2025 com uma missão clara: ser a porta de entrada mais acessível da marca no segmento esportivo.
Dividindo a linha com a Ninja 500, que substituiu a Ninja 400, a estratégia da Kawasaki é simples e eficaz: oferecer duas opções distintas em preço e especificações técnicas para ampliar as chances de venda.

No modelo 2025, a Ninja 300 recebeu três atualizações pontuais: nova bolha mais alta para melhor proteção aerodinâmica, protetores laterais (sliders) como item de série e novo grafismo em branco e amarelo. Mas há um detalhe que reforça o foco em custo: você só pode comprá-la na cor verde... É isso ou nada.
O primeiro contato com a Ninja 300 impressiona pelo design, que se mantém bonito e atual, mesmo não sendo um projeto novo. O motor bicilíndrico de 296 cm³ entrega 39 cv de potência a 11.000 rpm e 2,7 kgfm de torque a 10.000 rpm - números que já antecipam o caráter esportivo da moto.
A sensação ao acelerar é empolgante. O motor é forte e elástico, não estressa o piloto com trocas constantes de marcha e convida naturalmente a buscar rotações mais altas. É definitivamente uma moto que seduz quem gosta de andar rápido.
Com valor de R$ 29.490 (mais frete), a Ninja 300 é R$ 7.500 mais barata que a Yamaha R3, que custa R$ 36.990 (mais frete) e quase R$ 8 mil abaixo da própria Ninja 500, que começa em R$ 37.470 (mais frete). Esse posicionamento agressivo tem explicação.
A diferença de preço se justifica pela ausência de alguns itens presentes nas concorrentes mais modernas. A iluminação utiliza lâmpadas convencionais em vez de LED, o painel não é 100% digital e não oferece informações como média de consumo ou indicador de marchas. Também não há pisca-alerta, tomada USB ou conectividade.
Outro fator que influencia os preços é a diferença no tamanho na rede de concessionárias. Enquanto a Yamaha tem 590 pontos de venda, a Kawasaki é representada por apenas 36 lojas no Brasil. Isso faz com que, em grande parte do país, a R3 seja praticamente a única opção esportiva abaixo de 500 cm³ com motor bicilíndrico.
Onde a Ninja 300 realmente brilha é na experiência ao pilotar. A base mecânica se mantém excelente, com o conjunto motor e ciclística bem equilibrados. O peso de 179 quilos facilita o manuseio, e os freios a disco com ABS nas duas rodas garantem segurança adequada.
A estabilidade em velocidades altas é um dos pontos fortes da moto, transmitindo confiança ao piloto. Com suspensão dianteira telescópica de 37 mm de diâmetro e monochoque traseiro ajustável, o conjunto oferece bom compromisso entre conforto e esportividade.
Com peso baixo, a Ninja 300 pode ser usada na cidade. Mas há ressalvas. Por sua posição, os retrovisores podem limitar a agilidade nos corredores entre os carros. E atenção: fechá-los para facilitar a passagem entre os carros parece tentador, mas configura infração de trânsito.
Durante o teste, registrei consumo de 21,3 km/l em uso misto, sem economizar no acelerador. Com tanque de 17 litros, a autonomia gira em torno de 320 quilômetros, dependendo do ritmo de pilotagem.
A primeira revisão pode ser feita entre 900 quilômetros e 1.100 quilômetros, ou em até seis meses depois da compra, com mão de obra gratuita. As demais revisões custam entre R$ 250 e R$ 500 apenas pela mão de obra, variando por região.
A segunda revisão é feita aos 6 mil quilômetros e é paga pelo cliente, assim como a terceira revisão, aos 12 mil quilômetros. Já a quarta revisão, programada para os 18 mil quilômetros, volta a ter mão de obra gratuita.
A Ninja 300 cumpre bem seu papel de esportiva de entrada mais acessível. Abre mão de algumas modernidades para manter o preço competitivo, mas entrega o essencial: uma pilotagem empolgante e segura. Para quem busca mais recursos, a Kawasaki oferece a Ninja 500 como opção mais completa - e naturalmente mais cara.
A estratégia faz sentido comercialmente. Quanto mais opções no portfólio, maiores as chances de conquistar diferentes perfis de consumidor. E para quem tem uma concessionária Kawasaki por perto e prioriza o prazer de pilotar pagando menos, a Ninja 300 pode ser uma excelente primeira esportiva.
A quantidade reduzida de concessionárias influencia com certeza o potencial de vendas da Ninja 300, na comparação com a R3. Para deixar mais clara ainda a grande distância nesse quesito entre Kawasaki e Yamaha, a variação do tamanho é de "apenas" 16,3 vezes mais concessionárias Yamaha. É muita coisa.
E você, acredita que uma esportiva sem conectividade e LED ainda tem espaço no mercado brasileiro em 2025?
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