Novas Honda CB 500X e 500F: evolução sem revolução

Motos ganham aprimoramentos importantes na linha 2020, mas ainda não são uma nova geração. Veja como elas andam

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Redação WM1
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A Honda começou o ano em alta velocidade. Lançou as linhas 2020 da Biz, da CG Titan (com mais uma versão) e da Twister (com série especial), agora apresenta à imprensa as renovadas CB 500 F e X e, no mês que vem, será a vez das CB 650 deste ano.

Fomos a Campos do Jordão (SP) conhecer as novas CB500 - a naked F e a crossover X. A linha deixa de ter a versão esportiva CB 500R - a responsabilidade por seduzir o público que gosta das carenadas ficará com uma das CB 650.

As motos mudaram um bocado, mas não chegam a ser uma nova geração, como a Honda diz. Houve evolução, mas não revolução nas novas Honda CB 500X e 500F.

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A passagem pelo salão de beleza trouxe para ambas novas aletas laterais bem bonitas, tanque maior (17,1 litros, contra 16,7 litros de antes), faróis com visual mais refinado e agora com iluminação full-LED. E, ainda, bancos, espelhos, guidons e painel de LCD novos - este, o já conhecido "blackout" da Honda, com fundo preto.

Honda CB 500F sendo pilotada em movimento com tanque prata e sobre viaduto
As Novas Honda CB 500X e 500F ganharam faróis com visual mais refinado
Crédito: Divulgação
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O painel tem indicador de marcha engatada e luz de "shift-up", que indica o momento ideal para subir a marcha. De fábrica, ela pisca quando o motor alcança 8.750 rpm. Mas é possível ajustar ao gosto do piloto, com atuação entre 5.000 a 8.750 rpm. Claro que ambas também receberam novos grafismos - e, justiça seja feita, de bom gosto!

Melhorias no conjunto

Na parte mecânica, aprimoramentos importantes no motor, nas suspensões e na embreagem. O bicilíndrico com duplo comando, refrigeração líquida e 471 cm³ das duas continua rendendo 54 cv de potência a 8.500 rpm. O torque máximo permaneceu em 4,5 kgf.m, mas agora vem nas 6.500 rpm (antes, vinha em 7.000 rpm).

Painel da Honda CB 500F mostra velocímetro digital e conta-giros analógico
Quadro de instrumentos "Black-Out" tem indicador de marcha engatada e luz de "shift-up"
Crédito: Divulgação
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O que mudou, mesmo, foi a entrega de potência e torque, favorecendo o uso urbano e evitando trocas frequentes de marchas. Alfredo Guedes, engenheiro e assessor técnico da Honda, explica como se deu esse ganho:

"Retrabalhamos os comandos de escape e admissão, melhorando o fluxo da entrada de ar, com o reposicionamento da bateria. Além disso, mudamos o mapeamento de injeção para ter uma mistura ar/combustível melhor", diz o engenheiro.

Guedes ressalta que não houve perda de potência e que as motos continuam atendendo às normas de emissões. "Ainda tivemos ganhos em baixas e médias rotações, entre 3.000 rpm e 7.000 rpm: o motor entrega a potência mais rapidamente e o torque vem mais cedo", completa.

Honda CB 500X fazendo a curva com tanque vermelho
Suspensão da linha 2020 da Honda CB 500X foi elevada na dianteira e na traseira
Crédito: Divulgação
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No curso das suspensões, a CB 500X ganhou 1 cm na frente e quase 2 cm na traseira: passou a ter 15 cm e 13,5 cm, respectivamente. A F não ganhou curso (12 cm na frente e 11,9 cm atrás, com nove regulagens na pré-carga assim como na X), mas recebeu novas molas e a calibragem do amortecedor mudou para ficar mais firme.

A embreagem passou a ser do tipo deslizante - sistema que impede travamentos da roda traseira nas reduções de marcha mais radicais - e ganhou acionamento assistido. Por fim, ambas ganharam sinalização de emergência: em frenagens fortes, que resultem em desaceleração superior a 0,6g: o alerta é acionado automaticamente.

Crossover ficou sofisticada

Na CB 500X, o banco de dois níveis ficou mais estreito e arredondado na parte do piloto, para compensar o ganho de altura gerado pelo aumento no curso das suspensões e permitir que mesmo quem tem estatura baixa alcance o chão com os pés.

Foto mostra parte da traseira da CB 500X com a lanterna com pontos de led acesos
Na CB 500X, o banco de dois níveis ficou mais estreito e arredondado na linha 2020 da crossover
Crédito: Divulgação
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Além disso, o guidom ficou mais alto e reto, e o para-brisa cresceu 11 cm na altura. A CB 500X também passa a ter roda dianteira com aro 19" (antes era 17"), o que melhora bastante a performance em pisos não asfaltados. Junto, ganhou pneus de uso misto 60%/40% (antes, eram 80%/20%).

Nudez foi valorizada

Já a CB 500F ganhou um desenho mais "socado", quase robótico, bem no chamado estilo streetfighter. Também recebeu novas aletas laterais, rabeta mais afilada e o mesmo painel "blackout" da CB 500X. Os jovens vão adorar.

Como andam as novas Honda CB 500X e 500F

O primeiro trecho foi com a CB 500X. Desde sempre a mais interessante e versátil das três (agora, duas) "quinhentas", a X teve suas virtudes ampliadas. A posição de pilotagem é ereta, confortável e descansada. O novo guidom chega naturalmente às mãos e os comandos são, como sempre, fáceis de usar.

Faróis de full-LED e guidons novos são algumas das mudanças das novas Honda CB 500F e CB 500X
Crédito: Divulgação
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Com o novo banco mais estreito (porém não muito confortável), ficar em pé nas pedaleiras nos trechos "off" ficou até mais fácil. Mas é uma necessidade rara: o longo curso das suspensões absorve bem as imperfeições da pista e o piloto não sente tanto os trancos.

No asfalto, a proteção dada pelo novo para-brisa mais alto e mais largo é limitada. Resolve bem em baixas velocidades, mas já a partir dos 80 km/h sentimos vento no capacete. Não é turbulência e nem incomoda muito, mas está lá.

Ao sair da X e ir para a F, a expectativa é de desconforto. Mas, surpresa: o banco aqui é melhor que o da X! Com espuma macia e desenho mais anatômico, permite o encaixe perfeito do quadril e te bota na posição adequada para que pernas e braços se acomodem em pedaleiras e manetes.

Respostas em giros baixos e médios melhoraram. Motor fica cheio mais cedo e por mais tempo
Crédito: Divulgação
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O guidom mais baixo naturalmente cansa os braços mais cedo que na X, mas a sensação nesta F é de se "vestir" a moto tão perfeitamente que o prazer da pilotagem divertida supera o incômodo.

Prazer ao pilotar

Em ambas, o tal painel "blackout" é completíssimo sim, mas nem sempre fácil de enxergar - sob o sol forte, e se você estiver de óculos escuros, terá alguma dificuldade.

Nas duas, as respostas do motor em giros baixos e médios realmente melhoraram, e o motor fica mais cheio mais cedo e por mais tempo. As trocas de marchas são menos frequentes e o prazer de pilotagem, inquestionavelmente maior.

A embreagem, agora assistida, ficou incrivelmente macia - é o fim do cansaço na mão esquerda, nos engarrafamentos!

A linha 2020, obviamente, ganhou novos grafismos, que a deixaram com ar mais sofisticado
Crédito: Divulgação
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Mas nenhuma das duas tem "pegada", ímpeto ou emoção - tanto que, acima dos 100 km/h, os ganhos de velocidade são comportados. Ambas são típicas motos da Honda: certinhas, previsíveis, com tudo no devido lugar. Proporcionam pilotagem tranquila, segura e fácil, contornando curvas sem sustos e freando de maneira satisfatória.

São importantes opções de custo/benefício para o uso urbano, mas também motos que podem viajar, te levar a qualquer lugar, com a necessária confiabilidade. A CB 500X custa R$ 28.900 e a CB 500F, R$ 26.900.

por Roberto Dutra

Novas aletas laterais e tanque maior completam as alterações na linha 2020 da Honda CB 500
Crédito: Divulgação
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