Um dos grandes dramas na vida de quem tem motocicleta no Brasil é o preço das peças de reposição originais. Naturalmente os valores para os componentes das motos de baixa cilindrada são mais em conta, mas normalmente quanto maior a moto , maior é o gasto. Aqui vale uma explicação: muita gente se pergunta porque peças de reposição originais são tão caras? A explicação, em boa parte dos casos, está na tributação: muitas peças de reposição para motos médias e grandes são importadas, e sua taxação é maior que as das peças usadas nas linhas de montagem de Manaus, que fazem parte de "kits". Nesses momentos caímos na tentação de comprar as chamadas peças "paralelas" - aquelas vendidas em lojas de motopeças, das mais variadas marcas. Então, vale a pena investir em peças paralelas na hora de consertar ou revisar moto?

Não existe regra pétrea quando se trata de peças para moto. Quem vive há bastante tempo no mundo das duas rodas sabe que, em muitos casos, o uso de peças paralelas não trará problema algum - quando têm qualidade, são fabricadas por marcas conhecidas e, de acordo com o caso, não têm uma função mecânica primordial.
Por exemplo, normalmente não há problemas no uso de retentores de bengalas, lâmpadas, piscas completos, filtros de óleo, cabos de acelerador e embreagem, e até kits de relação que não sejam originais. Basta que sejam de boa qualidade - e eles existem. Vão custar menos que os originais, não serão difíceis de instalar e resolverão o problema.
Mas quando o assunto é motor, e eventualmente parte elétrica, principalmente no caso de motos médias e grandes, a recomendação é mesmo usar peças originais. Pelo menos as peças específicas de cada modelo, como juntas internas ou correntes de comando e seus tensores e esticadores, além de reguladores de voltagem e até estatores, por exemplo. Se o caso for de retífica, quando o motor é completamente aberto, vale "misturar" as peças internas originais com as periféricas paralelas.
O grande problema de usar peças paralelas de má qualidade ou em funções primordiais é que, em prazo relativamente curto, é grande o risco de se ter que refazer o serviço. Essas peças simplesmente não aguentam o esforço mecânico a que são submetidas. Já quando se opta por peças paralelas de qualidade reconhecidamente boa ou as originais, e o serviço é bem executado por um mecânico que conheça o assunto, a chance de ter que "consertar o conserto" é bem menor.