Esse foi o melhor desempenho para os primeiros seis meses do ano nos últimos 14 anos e o terceiro melhor resultado semestral da história. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
Segundo a entidade, em junho foram produzidas 154.113 motocicletas, o que representou um crescimento de 45% em relação ao mesmo mês do ano passado, porém 10,7% de queda quando comparado a maio.
Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Bento, esses números refletem o ritmo acelerado de produção de motos adotado pela indústria: "O setor continua operando em plena capacidade para atender à demanda consistente do mercado".
"As boas expectativas da indústria para o segundo semestre continuam. Mas é preciso atenção diante do cenário macroeconômico, especialmente em relação aos juros e a inflação", ponderou Bento.
A Abraciclo estima que a produção de motocicletas alcance 1.880.000 unidades em 2025, o que corresponderia a um crescimento de 7,5% em relação a 2024.
Produção de motos por categoria
A categoria street manteve a liderança no ranking de produção de motos do primeiro semestre. De janeiro a junho, foram produzidas 509.995 unidades, ou 51% do volume total. Em segundo lugar, ficou a categoria trail, com 211.660 unidades e 21,2% da produção, seguida pelas motonetas, com 136.600 unidades e 13,6% de participação.E naturalmente os modelos de baixa cilindrada foram os mais fabricados com 121.836 unidades e 79,1% da produção. Em segundo ficaram os modelos de média cilindrada, com 28.540 unidades e 18,5%, seguidos pelos modelos de alta cilindrada, com modestas 3.737 unidades e 2,4% de participação.
Vendas no varejo
No varejo, as vendas tiveram o melhor desempenho da história tanto para um primeiro semestre quanto no mês de junho. No acumulado do ano foram emplacadas 1.029.546 unidades, volume que representou alta de 10,3% em relação ao mesmo período do ano passado.Já no mês de junho, isoladamente, foram 179.407 emplacamentos, uma alta de 8,2% na comparação com junho de 2024 e uma retração de 7,2% em relação a maio. Com 20 dias úteis, junho teve média diária de 8.970 unidades vendidas.
A Abraciclo estima que este ano serão emplacadas 2.020.000 motocicletas, scooters, motonetas e motociclos, o que representaria um crescimento de 7,7% em relação a 2024.
Exportações sob alerta
As exportações também tiveram resultados positivos, com 18.611 unidades embarcadas para fora do país de janeiro a junho - alta de 18,5% diante do mesmo período do ano passado. E, em junho, 3.065 unidades foram exportadas, volume 39,1% maior que o de junho de 2024 - porém 9,3% menor que o de maio.A Abraciclo projeta crescimento de 13% nas exportações do setor este ano, com 35 mil unidades enviadas para fora. Mas entrou em alerta diante do "tarifaço" anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entrará em vigor no início de agosto.
Segundo Marcos Bento, presidente da Abraciclo, essa possibilidade e mais os juros altos que têm sido praticados no Brasil podem se tornar um problema para alcançar todas as projeções otimistas.
"Nós temos contratos de exportação e não queremos perder esses contratos. Então temos preocupação com essa questão: se o 'tarifaço' entrar de fato em vigor, com certeza seremos afetados. O mercado americano é nosso terceiro destino nas exportações. Esperamos que a questão seja resolvida para não termos esse 'tarifaço'", analisou ele.
Bento também lembrou que o atual cenário internacional, com escalada de conflitos, também está sendo monitorada: "Tivemos um primeiro semestre bastante positivo, mas temos preocupações com relação à instabilidade internacional e essa taxação já mencionada. São fatores que trazem pressão pra câmbio e para taxa de juros. Mas continuamos otimistas para alcançar a projeção de 1,88 milhão de unidades produzidas este ano".
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