Depois da tempestade, vem a bonança. Se 2020 foi um ano terrível para toda a cadeia produtiva do setor de motocicletas em nível mundial, este ano a recuperação segue a todo vapor. Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), o Polo Industrial de Manaus (PIM) superou a marca de 1 milhão de scooters, motonetas e motocicletas produzidas entre janeiro e outubro deste ano.
Com exatamente 1.004.983 unidades fabricadas até o final de outubro, o setor registrou seu melhor resultado desde 2015, quando foram fabricadas 1.137.103 unidades. De lá para cá, entre 2016 e 2020, a produção sempre ficou abaixo da marca de 1 milhão - conforme mostra o lista abaixo (números de janeiro a outubro para cada ano):
Com uma média de 100.498 unidades produzidas a cada mês, a estimativa é de fechar o ano com aproximadamente 1,2 milhão de unidades produzidas. Ainda será um número abaixo do registrado entre os anos de 2005 e 2015 - sempre acima desse patamar -, e ainda mais distante do recorde de 2008, quando foram feitas 2,1 milhões de unidades, mas é um volume que aponta um aquecimento real.
Outro número indicador da tendência de alta é o da média diária de vendas em outubro, de 5.105 unidades. Segundo a Abraciclo, foi o melhor resultado para o mês desde 2014 - que foi pouco maior, com 5.231.
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, explica os principais motivos para essa melhora no setor: "A tendência é que a procura pela motocicleta se mantenha aquecida devido às altas seguidas nos preços dos combustíveis. Além disso, o veículo é o principal instrumento de trabalho para quem atua nos serviços de entrega e opção de deslocamento seguro para evitar a aglomeração do transporte público", enumera ele.
Vale lembrar que as motos street de baixa cilindrada continuam dominando o cenário nacional. Segundo a Abraciclo, nas vendas de outubro, especificamente, elas tiveram 48,5% de participação. Em seguida vieram as trail, com 21,2%; as motonetas, com 15,3%; os scooters, com 7,8%, as naked, com 2,3%; as bigtrail, com 1,7%, os ciclomotores, com 1,5%,; as custom, com 0,9%; as esportivas, com 0,7%; e as touring, com 0,1%.
Pouca gente sabe, mas o Brasil também é exportador de motocicletas. E nesse setor também houve melhora acentuada: de janeiro a outubro, o país enviou para fora 46.947 motocicletas, o que representou um aumento de 79,8% em relação às 26.109 unidades exportadas no mesmo período do ano passado. Os principais compradores foram Argentina, Colômbia e Estados Unidos.