Não é de hoje que falamos aqui no WM1 que as vendas de scooters e cubs crescem progressivamente no mercado brasileiro. Nos últimos anos assistimos a participação desses veículos crescer sem parar, e nos últimos meses elas ficaram praticamente empatadas com as das motos urbanas de baixa cilindrada - tradicionalmente as que sempre venderam mais no Brasil.
Pois no primeiro bimestre deste ano finalmente aconteceu o esperado: as vendas de scooters e cubs, somadas, superaram as das motos pequenas. Em janeiro, scooters e cubs responderam por 38,3% das vendas de veículos de duas rodas no país. Já as motos urbanas tiveram 36,1% de participação.
Agora em fevereiro, o cenário mudou discretamente: scooters e cubs com 37,8% e motoquinhas com 37,2% - empate técnico com discretíssima vantagem para os primeiros. No somatório do bimestre, scooters e cubs em primeiro, com 38%, e motos pequenas em segundo, com 36,6%. É algo inédito no país.
É importante salientar que, nessa soma, os scooters até vendem bem, mas quem manda mesmo são as cubs. Para quem não sabe o que são as cubs, a explicação é simples: são as motonetas, como as Honda Biz e Pop 110i, e suas similares.
Esses modelos ainda vendem muito mais que os scooters - a Biz, sozinha, emplacou mais de 40 mil unidades no primeiro bimestre de 2025. E a Pop 110i teve mais de 34 mil unidades vendidas. Para comparar, o Honda PCX 160 - scooter mais vendido do país - emplacou pouco mais de 8 mil unidades no mesmo período.
Existem algumas diferenças básicas entre scooters e cubs. Nos scooters, o piloto vai sentado, com as pernas dentro da estrutura, pés apoiados em plataformas e tem a proteção do "escudo" frontal. Além disso, um scooter sempre tem transmissão continuamente variável (CVT) e não exige trocas de marchas.
Já nas cubs o piloto vai montado, como em uma motocicleta, com uma perna para cada lado e os pés apoiados em pedaleiras. Além disso, normalmente não existe "escudo" frontal e é preciso trocar marchas, mesmo que a embreagem seja semi-automática. Entendeu as diferenças básicas?
Há vários motivos óbvios para esses números expressivos de vendas. No caso das cubs, o principal é o preço: esses modelos custam menos que quaisquer outros veículos de duas rodas de qualidade razoável vendidos no país.
Enquanto uma Honda CG 160 começa em R$ 16.440 (versão Start), a Biz parte de R$ 12.600 e a Pop 110i, de R$ 9.880. Outros exemplos? Com seu modesto motorzinho de 50 cm³, o pequeno Avelloz AZ1 custa R$ 10.490 e vende que nem pão quente.
O mesmo acontece com os Shineray Phoenix S Efi, de R$ 9.990, e Phoenix S carburado, de R$ 8.790. E os modelos Jet 125 SS e Rio 125 Efi custam iguais R$ 12.990. Quer pagar menos ainda? Shineray Phoenix 50, por R$ 6.990.
No caso dos dos scooters, a praticidade é o aspecto que mais atrai compradores. Muitos custam o mesmo - ou quase o mesmo - que uma moto de baixa cilindrada. Mas aí entram a facilidade de não precisar trocar marchas, apenas acelerar e frear, o espaço sob o banco para guardar capacete e outros objetos e a sensação de segurança que a estrutura e o escudo frontal proporcionam.
Não por acaso o público feminino busca bastante os scooters para a mobilidade urbana. Nesses veículos, elas podem até pilotar de vestidinho e sandálias, já que pés e pernas recolhidos ficam menos vulneráveis a sujeiras da pista, por exemplo. Ok, não é nada recomendável por questões de segurança, mas para muitas usuárias isso é uma vantagem.
Então essa turma, que até poderia comprar uma moto pequena, acaba optando por um scooter. O Elite 125, scooter mais barato da Honda, parte de R$ 13.610, enquanto o líder de vendas PCX 160 já começa em R$ 17.976 - preço de uma CG 160. Os concorrentes Yamaha Fluo 125 Hybrid e NMax 160, por sua vez, começam em R$ 16.690 e R$ 22.890, respectivamente.
Em resumo, tanto no caso de cubs como no dos scooters há fatores concretos para impulsionar as vendas. Será que veremos esses veículos assumirem definitivamente a liderança de vendas no mercado brasileiro de duas rodas? A conferir.