Scrambler 400 XC: charme e diversão garantidos

Nova versão da moto da Triumph chegará ao Brasil em 2026 com bom preço e já desponta como excelente opção no segmento

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Roberto Dutra
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Meu primeiro contato com a Triumph Scrambler 400 foi com a versão "X", já lançada no mercado brasileiro, no Festival Interlagos - Motos do ano passado. Na ocasião, pilotei a Scrambler e sua "irmã quase gêmea" Speed 400. Ambas compartilham muitos componentes, como chassis, motor rodas, freios e etc.

Me encantei com as duas, mas por motivos diferentes. Na Speed 400, uma naked urbana, me encaixei melhor devido à minha altura, e considerei o modelo um pouco mais ágil e maneável do que a outra.

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Já a Scrambler 400 X me seduziu mais pelo design, embora o desempenho fosse praticamente igual ao da Speed 400. Mas seu visual Scrambler clássico e virtudes como o banco confortável e as ótimas suspensões - Showa invertida na frente, aliás - me seduziram.

A Triumph aposta na nova versão XC da Scrambler 400 para incrementar as vendas no Brasil
Crédito: Divulgação
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Me perguntaram, na ocasião, qual das duas eu compraria. Minha resposta foi "não sei". E continuei não sabendo até ter ido, na semana passada, conhecer e pilotar a Scrambler 400 XC no País de Gales, Reino Unido, a convite da Triumph. Problema resolvido: das três, eu compraria a nova Scrambler 400 XC!

Mas antes de explicar os motivos, é importante esclarecer que essa nova Scrambler 400 XC é apenas uma versão mais transada e equipada da 400 X que temos no Brasil. E já foi confirmada para cá, como revelamos aqui há poucos dias. Chegará até o primeiro trimestre do ano que vem e custará R$ 37.990.

A Scrambler 400 XC é uma versão mais incrementada da Scrambler 400 X, que já é vendida no Brasil
Crédito: Divulgação
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A Scrambler 400 XC, portanto, será R$ 4 mil mais cara que a 400 X. Isso em teoria, porque neste momento o preço da "X" está em R$ 33.990. Mas, em princípio, esse é um valor temporário, que será praticado somente neste mês de outubro.

É que a Triumph baixou o preço da "X", que custava R$ 36.690, e junto reduziu também o valor da Speed 400, de R$ 32.190 para R$ 29.990. Ou seja, se o preço da "X" voltar ao normal, a "XC" será apenas R$ 1.300 mais cara.

Mas, neste momento, os preços da a "X" e da Speed 400 voltaram aos patamares da época do lançamento, realizado pouco mais de um ano atrás. O motivo alegado é "celebrar" mais de 8 mil unidades vendidas das duas, somadas, um ano e pouco de produção em Manaus (AM) e também um índice de satisfação de 95% por parte dos clientes - segundo a Triumph.

A Scrambler 400 XC será vendida nas cores amarela, branca ou cinza e custará R$ 37.990
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Na prática, contudo, é um reposicionamento de preços justamente devido à chegada da Scrambler 400 XC - que, embora esteja prometida para 2026, poderá até estar nas concessionárias brasileiras antes, ainda este ano.

É preciso distanciar os preços das versões, para que cada uma seduza uma clientela específica. Tanto que a Triumph admite que a redução temporária nos preços pode se estender por prazo indeterminado.

Moto une charme e diferenças importantes

Pois a Scrambler 400 XC, mesmo sendo mais cara - e não importa a distância para a "X" - seduziu esse repórter aqui. Para começar, o visual é irresistível: tem o charme das Scramblers clássicas - principalmente na cor amarela da moto avaliada -, detalhes elegantes como os painéis laterais, a grade no farol e, ainda, especificações que a diferenciam da "X".

São exclusivos da "XC" o segundo para-lama dianteiro, mais alto, as rodas raiadas com pneus sem câmara, o number plate acima do farol, os manetes de freio e embreagem com ajustes de abertura, os protetores de motor e de cárter em alumínio, e o banco e a trave traseira do chassi na cor preta.

A Scrambler 400 XC tem um segundo para-lama, mais alto, grade no farol e number plate
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Pode parecer pouca coisa, mas não é - e esse conjunto muda a cara da moto, Se a Scrambler 400 X já era bacana, essa aqui é ainda mais legal. E mais: por suas características, é uma moto que une charme para desfilar bonito com funcionalidade, já que, embora seja mais urbana do que uma off-road, é de fato apta ao uso misto.

E isso nós vimos em um belíssimo test-ride que partiu da sede do Triumph Adventure Experience (TRX), nos arredores de Swansea, a três horas de Londres, até a chamada "arena", uma linda área de floresta que os pilotos da marca inglesa usam para treinar e ministrar cursos de off-road.

Outras diferenças importante da "XC" para a "X": protetores de motor e de cárter em alumínio
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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De certa forma nosso ride foi um pouco fora da proposta de uso da Scrambler 400 XC: é certo que a maioria dos compradores desta moto não a usará no fora-de-estrada, muito menos em trilhas pesadas - até porque a "XC" não é feita para isso.

Por outro lado, o rolé evidenciou que a moto aguenta mesmo o tranco. E, antes de chegarmos lá onde quase tudo ainda é mato, rodamos 50 quilômetros por ruas e estradas de asfalto, onde pudemos conferir outras virtudes da moto.

A versão XC tem rodas raiadas e pneus sem câmara - mas não vem com esse Michelin Anakee Wild cravudo que usamos no test-ride
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Como é pilotar a Triumph Scrambler 400 XC?

Saímos da sede do TRX e, num primeiro momento, passamos por ruas e avenidas com muito trânsito. Nesses trechos, vi que a "XC" acompanha facilmente o tráfego do dia-a-dia: não é tão ágil quanto a Speed 400 e o piloto sente o peso da moto o tempo todo, mas ainda assim resolve bem, passando por entre os carros e acompanhando a velocidade média tranquilamente.

Na sequência já encaramos alguns longos trechos de pista livre, as freeways, onde manter uma velocidade de 100 km/h, em média, ou até um pouco mais, foi extremamente fácil. Os 40 cv de potência e os 3,7 kgfm de torque do motor levaram os 260 quilos (moto mais piloto) sem gritar nem sofrer.

Durante o test-ride, a Scrambler 400 XC surpreendeu: superou os obstáculos com facilidade
Crédito: Divulgação
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Mas aqui vale uma ressalva: por suas características, esse motor - que tem mapa de injeção diferente do aplicado na Speed 400 - só acorda pra valer acima dos das 5.000 rpm. Antes disso as respostas são corretas e cordiais, mas não impressionam a não ser que você torça o cabo e "encha" o motor.

Sob condução civilizada, suba as marchas progressivamente e em quarta ou quinta marcha, dependendo das condições de rodagem, acelere pra valer: aí essa Scrambler XC vai fazer você sorrir, pois ganha força e velocidade e estimula a adrenalina.

A Triumph Scrambler 400 XC é ágil e fácil de pilotar, mas o condutor sente o peso da moto
Crédito: Divulgação
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Mais adiante entramos em estradinhas vicinais - ainda de asfalto, grazaDeus - bastante estreitas e bem sinuosas. E foi hora de trabalhar sem dó com o câmbio para extrair diversão e segurança.

Nesse trecho, provavelmente o mais adequado à sua personalidade, a Scrambler 400 XC exibiu excelente estabilidade com exemplar aderência dos pneus de uso misto Metzeler Karoo Street, ótima capacidade de inclinação e retomadas vigorosas a cada redução de marcha.

A Triumph Scrambler 400 XC enfrentou até profundas poças de lama sem grandes dificuldades
Crédito: Divulgação
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Também me impressionaram a leveza da alavanca de embreagem, que não por acaso é assistida e delizante, e o conforto e a anatomia do banco, melhores do que seu bonito design sugere.

Também é importante falar da posição de pilotagem: correta, com tronco reto, e sem esforços para alcançar as pedaleiras com os pés ou chegar aos punhos e manetes com a mãos. Mas é uma moto relativamente alta: com banco a 83,5 cm do solo, eu, com meus 1,70 metro de altura, fiquei com as pontas dos pés no chão - mesmo com botas grandes. Quem tem mais que isso, contudo, vai ficar tranquilo.

Hora do off-road com a  Scrambler 400 XC!

As paisagens do trecho eram tão bonitas e idílicas que eu seria capaz de fazer aquela rota mais uma dúzia de vezes naquele mesmo dia. Mas é preciso sofrer e, enfim, chegamos à tal "arena". E lá paramos nossas motos para pegar outras Scrambler 400 X que nos aguardavam - estas, equipadas com pneus Michelin Anakee Wild, mais cravudos e próprios para o off-road que viria a seguir.

Verdade seja dita: não fizemos trilhas brabas nem um off-road dificílimo. Mas para quem é nascido e criado no asfalto, e sempre teve motos custom grandes e pesadas, como eu, qualquer terrinha, areia ou lama já é motivo de preocupação. Nestas horas, dependo bastante da moto.

O motor de 40 cv de potência e 3,7 kgfm de torque proporcionou desempenho satisfatório o tempo todo
Crédito: Divulgação
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E embora não seja exatamente uma moto para off-road, a Scramber 400 XC se saiu muito bem. Foi bastante ajudada pelos novos pneus, é fato, mas atravessou trechos de cascalho e, principalmente, terra e lama como se fosse um passeio no parque. Mais uma vez o motor mostrou ser mais que suficiente para aventuras leves, com desempenho absolutamente satisfatório e sem jamais titubear.

Para isso, basta trabalhar bem com o câmbio, manter o motor "cheio" quando necessário e acelerar sem pena. A moto exibiu força, cavou quando necessário e superou os obstáculos com tranquilidade e segurança.

Além das respostas consistentes, a moto também exibiu frenagens seguras o tempo todo - embora não impressionantes - e estabilidade tão boa quanto no asfalto. E confirmou o conforto do banco, pois ao fim de um dia inteiro de pilotagem não senti cansaço ou dores nas pernas, nos quadris ou nas costas.

Os bancos da "XC" são iguais aos da "X", porém com capas na cor preta: conforto surpreendente
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Outros detalhes importantes a ressaltar são os bons espelhos retrovisores, que permitem enxergar além dos cotovelos, os manetes de freio e embreagem com ajustes de abertura que facilitam a vida, e o painel de instrumentos com boa visibilidade - a despeito de não ser, infelizmente, de TFT, algo que já deveria ter sido providenciado.

Além do painel defasado, também merecem críticas a pouca eficiência dos protetores de mãos, que não têm "almas" de metal e, por isso, protegem pouco tanto as mãos quanto os manetes em caso de queda, e as pedaleiras do piloto, cuja posição atrapalha um pouco nas manobras de pés no chão e que são bem expostas, a ponto de não serem nada protegidas pelos arcos externos do protetor de motor.

O painel de instrumentos também é o mesmo da X: ainda nada de TFT...
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Conclusão: valerá a pena comprar a Scrambler 400 XC?

Sim, valerá. Se o preço da Scrambler 400 X permanecer no atual patamar, a distância de R$ 4 mil será salgada, talvez até excessiva. Mas, ainda assim, a "XC" é mais bonita, charmosa e equipada. Será uma moto mais legal de se ter na garagem.

E se o preço da Scrambler 400 X voltar ao patamar anterior, compondo uma diferença de apenas R$ 1.300, a "XC" valerá ainda mais a pena - por pouca grana a mais você levará para casa uma moto mais bonita, charmosa e equipada. Nas duas hipóteses, será uma compra satisfatória.

Afinal de contas, além dessas virtudes a "XC" é uma moto extremamente versátil, rodando bem no asfalto e na terra. Algo muito bem-vindo no Brasil - onde, afinal de contas, mesmo nas grandes cidades não temos as ruas e estradas com o asfalto que parece um "tapete" como o que eu vi lá na terra da Rainha Elizabeth II do Reino Unido.

Ficha técnica - Triumph Scrambler 400 XC

Preço: R$ 37.900 (6.545 libras na Inglaterra)

Cores: amarela, branca ou cinza

Motor: monocilíndrico refrigerado a água com quatro válvulas, comando duplo, 398 cm³, 40 cv de potência a 8.000 rpm e torque de 3,7 kgfm a 6.500 rpm

Transmissão: câmbio de seis marchas com secundária por corrente Embreagem assistida e deslizante e controle de tração desligável no modo de condução off-road

Suspensões: dianteira com tubos invertidos Showa de 43 mm e curso de 15 cm, e traseira monochoque com ajuste na pré-carga, reservatórios de gás externos e curso de 15 cm

Freios: a disco nas duas rodas, com 320 mm de diâmetro na frente e 230 mm de diâmetro atrás. ABS desligável na dianteira no modo de condução off-road

Pneus: Karoo Street de uso misto sem câmaras em rodas raiadas, nas medidas 100/90 R19 na frente e 140/80 R17 atrás

Dimensões e peso: 2,11 metros de comprimento, 90,1 cm de largura, 1,16 metro de altura, 1,41 metro de entre-eixos, vão livre de 19,5 cm e banco a 83,5 cm do solo e 186 quilos em ordem de marcha

Tanque: 13 litros

Consumo: 26,3 km/l - dado de fábrica

Autonomia teórica: 338 quilômetros

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    Tags:Triumph
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