Yamaha XMax 250: quem espera sempre alcança

Porque vale a pena comprar o scooter médio, que custa R$ 24 mil e tem uma fila que exige bastante paciência

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Roberto Dutra
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O scooter XMax 250 foi mostrado no Salão Duas Rodas de São Paulo, em novembro no ano passado, e logo depois a Yamaha abriu sua pré-venda via site. O ano virou e tudo caminhava bem, mas a pandemia do novo coronavírus atrapalhou a logística da marca - assim como de todas as outras.

Com fábricas no mundo inteiro e no Brasil parando, a montagem do modelo em Manaus - que usa muitas peças importadas - foi interrompida. Assim, o cronograma de vendas dos lotes atrasou e os reflexos são sentidos até agora.

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Quem entra no site da Yamaha do Brasil pode fazer a compra online, mas tem de se cadastrar, esperar para ser informado de que as pré-reservas do próximo lote foram abertas, dar a sorte de conseguir fechar o negócio com um sinal de R$ 2 mil - e esperar pelo menos 30 dias pelo brinquedo novo. Segundo nos informou uma concessionária, em setembro não houve essa abertura de cadastro, mas em outubro haverá.

Yamaha XMax 250
De perfil podemos ver o porte do Yamaha XMax 250. Tem o tamanho de uma moto média
Crédito: Stephan Solon/Divulgação
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Por enquanto, ainda é um drama conseguir comprar um XMax 250. Isso pode levar o comprador mais apressado a escolher outro modelo ou marca, que tenha pronta-entrega. Então, aconselhamos a ter paciência e esperar: o modelo da Yamaha vale cada dia de espera. Fizemos um test-ride severo com o scooter e descobrimos um conjunto realmente impressionante.

Vem na garupa

Antes mesmo de partir, o Yamaha XMax começa a me seduzir. Tem chave presencial: você não engata no miolo de ignição, apenas a leva no bolso e a proximidade libera a ativação do motor. Faróis e lanterna são de LED, há dois porta-objetos no escudo frontal (um tem tomada 12V), o espaço sob o banco comporta facilmente um capacete e uma mochila, o acabamento geral é caprichado e o painel, completíssimo e bonito.

Yamaha XMax 250
Vindo: o XMax 250 tem visual frontal invocado e imponente
Crédito: Stephan Solon/Divulgação
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A propósito, que scooter bonito! A frente é invocada, mas sem exageros, a traseira tem algo de futurista e o para-brisa é discreto. O banco com duas alturas facilita a visão periférica do garupa e as rodas de 15 polegadas na frente e 14 polegadas atrás lhe dão um porte vistoso. Pra completar, tem cores bacanas - e a combinação do "nosso", preto fosco com detalhes dourados, é matadora.

Me aboleto no banco e encontro uma posição de pilotagem muito cômoda, com braços e pernas posicionados naturalmente. Não é preciso esticar ou encolher nada. O banco é mais macio do que anatômico, mas mesmo nesse quesito não deixa a desejar. Hora de acelerar.

Yamaha XMax 250
Indo: com LEDs nas lanternas, a traseira do Yamaha XMax 250 tem design algo futurista
Crédito: Stephan Solon/Divulgação
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Nosso roteiro é o mesmo que fizemos recentemente com a MT-03, cuja avaliação já publicamos aqui na WebMotors. Inclusive, agora também acompanhamos vários colegas jornalistas que vão em um ride com a pequena naked. Saída de São Paulo, Rodovia Castello Branco, Estrada dos Romeiros e retorno pela Bandeirantes. Coisa de uns 140km.

Minha principal referência em relação a scooters é minha coluna: nunca andei em um que não me causasse dor nas costas depois de no máximo uns 40 quilômetros rodados - tanto pelas suspensões, habitualmente rígidas e de curso curto, quanto pelos bancos inexplicavelmente duros. É com essa expectativa que começo o roteiro.

Yamaha XMax 250
Além de bonito, o painel traz todas as informações necessárias - inclusive com computador de bordo
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Ainda dentro de São Paulo o XMax não encontra muitas dificuldades para se desvencilhar dos carros no trânsito pesadinho. Naturalmente, não tem a mesma desenvoltura do irmão caçula NMax 160, mas vai muito bem. É bom de esterço, ágil e parece pesar menos que seus 179 quilos (em ordem de marcha). Porém, sofre ao passar sobre asfalto malhado e buraqueira - e o piloto sofre junto. Definitivamente scooters são para ruas civilizadas.

Apesar das patinadas naturais e inerentes a scooters que usam câmbio CVT, as respostas são firmes e rápidas. Acompanho as motos sem qualquer problema e, ao entrar na Marginal Pinheiros, o XMax começa a me impressionar pela disposição. Como será esse bicho na estrada, onde scooters sofrem com a falta de velocidade, gritam, vibram e eventualmente balançam por causa de suas limitações aerodinâmicas?

Pois é, não vi nada disso nesse motor monocilíndrico de 250 cm³, quatro válvulas e refrigeração líquida. Os números de potência e torque - 22,8 cv a 7.000 rpm e 2,5 kgf.m a 5.500 rpm - não impressionam no papel, mas na pista é outra conversa: são muito bem aproveitados!

As respostas vêm tão rapidamente quanto o scooter na estrada: logo estamos ali entre os 100/120 km/h permitidos em cada trecho e o XMax acelera como se não houvesse amanhã. Não grita, não vibra e só balança muito de vez em quando. Mesmo assim, pouco - a maior parte do tempo parece estar rodando sobre trilhos, tamanha sua estabilidade.

Yamaha XMax 250
O XMax 250 não é só bom de acelerar: o scooter também faz curvas, mesmo na estrada, com muita segurança
Crédito: Stephan Solon/Divulgação
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A sensação de segurança é incrementada pela frenagem excepcional - temos ABS - e pelo controle de tração na roda traseira, para evitar patinadas. Um luxo!

O conforto continua

A melhor notícia é que olho no painel e já superamos a distância-limite de 40km e minhas costas não dão qualquer sinal de sofrimento. O curso das suspensões é curto como de hábito nos scooters (11 cm na frente e 9,2 cm, atrás), mas a calibragem com sintonia fina entre rigidez e maciez e o ótimo banco fazem um mundo de diferença. Seguimos pela rodovia acompanhando de perto as MT-03 e, pela primeira vez na minha vida, é realmente um prazer viajar em um scooter.

Já na sinuosa Estrada dos Romeiros é hora de brincar de fazer curva. Mais uma vez este Yamaha se sai bem, mas exige cuidado constante para não raspar suas partes baixas no asfalto, o que acontece com alguma facilidade. Na parada para o lanche, divirto-me ao perceber que a turma que está de MT-03 chegou mais cansada do que eu, de XMax. Não quero trocar, não...

No escudo frontal há dois porta-objetos de tamanho igual. Mas apenas um tem trava com chave
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Começamos o retorno e o XMax segue lépido e fagueiro, sempre na cola da MT-03. Claro que, em boa parte, devido às limitações legais de velocidade - naturalmente as naked têm final superior. Mas quando você chega aos 120km/h com acelerador de sobra, percebe que está em um scooter diferente. Tal volúpia chega a me lembrar o Yamaha TMax 530 - que pilotei muitos anos atrás e é uma espécie de "Fórmula Um" dos scooters.

A dificuldade, aqui, é enxergar para trás: os retrovisores do XMax têm desenho modernoso e haste curta, e pouco mais se vê além dos próprios cotovelos. São os mesmos da MT-03 e de outros modelos Yamaha, e em quase todos existe a mesma limitação. Entender como se abre o banco e as porta-luvas pelo botão giratório no escudo é outro incômodo, mas um cursinho rápido resolve.

O espaço sob o banco é ótimo. Cabe mochila, capacete, capa de chuva etc
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Chegamos ao fim do nosso test-ride com um consumo de 27,8 km/l. Sob condução menos severa, certamente esse número melhora. Como tem um tanque para 13,2 litros de gasolina, podemos estimar uma ótima autonomia - de no mínimo 360 quilômetros!

Por fim, voltemos à principal referência de avaliação: minha coluna. Ela está lá, intacta e sem dores. Também por isso, mas principalmente por isso, posso afirmar com segurança que o Yamaha XMax 250 é o melhor scooter que já pilotei na vida.

 

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