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Basta vê-a de frente para notar que o conjunto ótico e a moldura que o envolve mudaram totalmente. Agora, o farol é de LED, inspirado nos conjuntos óticos que já vimos em lançamentos recentes da Yamaha - inclusive lá fora. Tem um projetor principal e, em torno dele, filetes de LED que poderiam funcionar como luzes de rodagem diurna (DRL) - mas não é o caso porque, nas motos atuais, o farol (baixo) fica aceso o tempo todo, a partir do momento em que se liga a moto. Então a função desses filetes de LED é apenas estética.
A moldura do farol dianteiro também mudou: na versão S, que tem o para-lama dianteiro rente ao pneu, saiu a peça relativamente simples de antes e aquele simpático "biquinho vazado" e, agora, há apenas um pequeno bico. Já na versão Z a moldura também é nova, mas o para-lama alto é o mesmo de antes. Em ambas a frente ficou moderninha, é fato, mas não necessariamente mais bonita.
Agora suba na moto e perceba mais duas novidades: finalmente o antigo painel com conta-giros analógico à esquerda e uma pequena telinha de LCD à direita foi aposentado, e surge um novo painel, todo digital, com tela de LCD maior e retangular, que ainda traz duas novas funções: exibe a marcha engatada e a função "ECO", que mostra quando se a pilotagem é feita na forma econômica.
Além disso, logo abaixo dele a Yamaha XTZ 150 Crosser passa a ter uma tomada 12V, recurso que pode parecer pouco importante mas que, nos dias de hoje, é muito usado. E vir de fábrica é ótimo, pois não é preciso instalar o acessório "por fora", o que muita gente faz (principalmente a turma dos aplicativos que mencionamos lá em cima) e, por vezes, com gambiarras que podem causar danos à parte elétrica da moto.
Por fim, a última das quatro novidades da moto nesta linha 2022 é mais discreta, mas também importante: a lanterninha traseira passa a ser de LED, o que melhora a visibilidade de moto e piloto pelos outros motoristas - e dura mais e consome menos bateria que a lanterna com lâmpada comum.
Na parte mecânica, zero mudanças: a Yamaha XTZ 150 Crosser continua com o mesmo conjunto de antes. O motor é o monocilíndrico a ar, injetado e flex, com 149 cm³, 12,2 cv de potência máxima a 7.500 rpm e 1,3 kgf.m de torque a 6.000 rpm (com etanol).
O câmbio tem cinco marchas com secundária por corrente, os freios são a disco nas duas rodas com ABS na frente e as suspensões têm cursos de 18 cm na frente e de 16 cm atrás. Os pneus mantêm as medidas de antes - 90/90 R19 na frente e 110/90 R17 atrás - mas novos modelos da marca Levorin substituem os Metzeler Tourance de antes.
Junto com as novidades veio um aumento de preços. A Crosser S custava R$ 16.190 e foi para R$ 16.590 e a Z custava R$ 16.390 e foi para R$ 16.790. As vendas começam no final deste mês de abril, nas cores preta, azul, areia e vermelha (essa é linda!). As principais concorrentes são a best-seller Honda NXR 160 Bros, vendida em versão única e que custa um pouco menos, R$ 15.790, e a recém-chegada Haojue NK 150, que está nas lojas por um pouco mais: R$ 17.597.
Hora da diversão
Depois da apresentação formal da Crosser 2022, fomos convidados pela Yamaha para um test-ride por lindas estradinhas na Serra da Mantiqueira, com boa parte do percurso feita em piso de terra - apenas no início e no fim encontramos asfalto. Chega a ser curioso fazer uma experimentação bem mais off-road do que on em uma moto que tem essa vocação mas que, no fim das contas, é muito mais usada em on do que off. Mas é divertido.E lá fomos nós sem descobrir novidades na performance da Crosser, mas confirmamos suas virtudes e porque é uma ótima opção para um leque bem amplo de compradores. No asfalto, a moto se comporta como qualquer outra de baixa cilindrada, porém com a vantagem das ótimas suspensões, e filtra os impactos de buracos, quebra-molas, valetas e afins (coisa que nenhuma city/street faz bem). O novo painelzinho é bacana, completinho e fácil de consultar.
Na terra, a Crosser é pura diversão. Se comporta muito bem, não dá sustos e transmite bastante segurança com o ABS na roda dianteira. Os novos pneus Levorin surpreenderam e mostraram boa performance, inclusive na terra. Mas vale destacar que rodamos sempre em piso seco - uma tempestade que se anunciava acabou não vindo, "grazaDeus".
As suspensões merecem destaque especial: como funcionam bem, principalmente a traseira, com link! Também gostamos das pedaleiras, "dentadas" na parte superior e que permitem inclusive que se pilote em pé (algo comum no off) com segurança.
A potência e o torque limitados exigem muitas trocas de marchas e, com frequência, que se use a segunda e a terceira por longos trechos para não perder o embalo. Foi o que fizemos, e de maneira severa. A Crosser gritou, mas não chiou, e chegamos ao fim do longo rolé de mais de 150 quilômetros com a moto impávida, sem parecer que foi fortemente exigida.
Leve e bem ágil, a Crosser é boa opção para o uso diário na cidade, como moto de lazer nos fins de semana desde que as viagens sejam apenas curtas ou médias, e também como modelo para iniciantes no mundo off-road. Ou, ainda, para aqueles que já têm um bom tempo de estrada, mas pouca intimidade com o universo fora-de-estrada - meu caso. A briga com a Honda NXR 160 continua!
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