O Brasil é um dos maiores mercados automotivos do mundo e é conhecido pela sua importante base industrial. Tanto que os carros importados representam uma pequena fração do total de veículos comercializados por aqui.
Embora ninguém duvide que o Volkswagen Gol seja fabricado em solo brasileiro, existe também o caso oposto: automóveis nacionais que muita gente acredita até hoje que são ou eram importados. Isso acontece por fatores como a baixa produção ou pelo curto período de tempo em que foram feitos aqui no Brasil.
Vendido no Brasil nas variações 1.6 (injeção monoponto), SLX 2.0 8V e na esportiva Sedicivalvole (16V), o italiano Fiat Tipo estreou aqui em 1993 e em pouco tempo se tornou um sucesso de vendas. Tanto que isso motivou a marca a optar pela nacionalização do modelo médio em 1996.
O carro feito em Betim (MG) era produzido na configuração única 1.6 MPI, apenas com carroceria de quatro portas e equipada com um motor com injeção multiponto e 92 cv. O modelo podia ser equipado ainda com o airbag do motorista, uma novidade no mercado brasileiro na época. Mas incêndios envolvendo unidades importadas do Tipo afetaram a reputação do até então bem-sucedido hatch, que já no ano seguinte acabou descontinuado no Brasil.
O icônico off-road britânico foi um dos carros com produção mais longa da história da indústria automobilística. Lançado em 1948, seguiu em produção até 2016 com diversos melhorias, mas mantendo sempre o estilo rústico e a carroceria de alumínio. Pois esse desbravador de caminhos virou nacional antes mesmo de a Land Rover montar a sua primeira fábrica no Brasil, em 2016.
Entre 1998 e 2005, a empresa Karmann-Ghia ficou responsável pela montagem do Defender para o mercado brasileiro. A produção acontecia em regime CKD, com os carros importados em lotes de peças (kits) que eram finalizados na fábrica da companhia, em São Bernardo do Campo (SP). Boa parte desses Defender brasileiros acabaram incorporados pelo Exército e pela Polícia Militar de São Paulo.
O sucesso da terceira geração do Golf no Brasil contribuiu para que a Volkswagen decidisse pela nacionalização do modelo em 1999, já em sua quarta geração. No lançamento, eram três as versões: 1.6 de 100 cv, 2.0 de 115 cv e a esportiva GTI, com um 1.8 turbo de 150 cv.
Mas nenhuma delas é mais rara que a versão GTI VR6. Mostrada em 2003, era feita no Brasil para exportação, mas teve 99 carros separados como uma série especial para o mercado local. Além do motor 2.8 VR6 de 200 cv, se destacava pela combinação da carroceria de duas portas e pelo pacote aerodinâmico exclusivo.
Em janeiro de 2008, a Mercedes-Benz começou a fazer na fábrica brasileira de Juiz de Fora (MG) o CLC, um cupê de duas portas baseado no sedã Classe C e que era, basicamente, uma reestilização profunda do antigo C Sportcoupé.
Curiosamente, mesmo com a produção local, em seu primeiro ano toda a produção do CLC oriunda da unidade industrial mineira foi exportada para a Europa - o lançamento por aqui foi acontece só no ano seguinte. Mas já em 2010 o CLC foi descontinuado e a fábrica de Juiz de Fora passou a produzir caminhões.
A Mahindra é uma das marcas de automóveis mais tradicionais da Índia. Começou a fabricar sob licença o Jeep Willys nos anos 1950 e desde então é conhecida por seus SUVs e picapes. Em parceria com a brasileira Bramont, a Mahindra começou a oferecer no Brasil, a partir de 2007, o SUV Scorpio e uma picape com cabines simples ou dupla, que tinha o singelo nome de Pik up - sim, era a picape Pik Up.
Os carros eram produzidos em CKD em um esquema bem incomum: as carrocerias eram montadas em Pouso Alegre (MG) e transportadas até Manaus (AM), onde os carros eram finalizados. Esse esquema durou até 2015, quando a Bramont encerrou a produção dos carros da Mahindra. Foram feitas menos de 4 mil unidades no Brasil.



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