O WM1 cumpriu o doloroso dever de informar que o Renault Logan saiu de linha no mercado brasileiro. O modelo, que ainda é ótima opção no mercado de usados para quem busca um sedã barato de comprar e de manter, teve uma trajetória de sucesso por aqui.
O carro nasceu originariamente na Romênia, como modelo da Dacia - a marca de modelos de baixo custo que pertence à Renault.
Aqui, foi lançado em 2007, com motores de quatro cilindros 1.0 16V e 1.6 16V - sempre com câmbio manual de cinco marchas. Mas já no ano seguinte ganhou uma opção 1.6 8V e em 2009 o 1.6 16V saiu de linha.

A primeira reestilização veio em 2010, já como linha 2011. Foram mudanças discretas na parte externa e no interior, onde os botões dos vidros elétricos passaram do console central para as portas. Em 2011 também vieram as séries especiais Up e Avantage, esta apenas com o motor 1.0 16V.
Ainda em 2011 foi apresentada a linha 2012, que teve como principais novidades o câmbio automático de quatro marchas e a volta do motor 1.6 16V na versão Expression.
Já na linha 2013 o Logan passou por recalibragens no motor e, na sequência, a segunda geração nas versões Authentique, Expression e Dynamique.
Em 2014 foi apresentada a linha 2015 e a opção do câmbio automatizado Easy'R nas versões com motor 1.6 8V. E, também, a série especial Exclusive.
Uma grande virada aconteceu em 2016, quando foram introduzidos os motores SCe de três cilindros e 1.6 de quatro cilindros, e o acionamento do câmbio manual passou a ser por cabos, e não mais por varões.
Em 2017 voltou a série especial Avantage, baseada na Expression e com apenas 6 mil unidades produzidas.
Em 2019 o Logan passou por nova reestilização e, finalmente, pôde ser considerado um carro bonitinho. Além disso, ganhou opção de câmbio CVT, mais dois airbags - totalizando quatro - e nova nomenclatura, com as versões Life, Zen, Intense e Iconic.
Até o meio deste ano de 2024, o Renault Logan já havia somado mais de 430 mil unidades vendidas. O pico foi em 2014, quando 46,4 mil unidades do sedã foram emplacadas.
Mas, desde 2019, as vendas do modelo têm caído progressivamente - com exceção de 2022, quando ficaram pouco acima das de 2021 (10,3 mil contra 9,4 mil). Na média, foram 24 mil unidades anuais desde 2007.
O Logan ainda é uma boa opção para quem quer um sedã barato de comprar e de manter. Em qualquer ano/modelo os preços do carro costumam ser acessíveis.
E nas versões mais antigas, com os motores 1.0 e 1.6 de quatro cilindros, as peças são fáceis de achar e baratas - até mesmo nas concessionárias autorizadas. Em todas, vale ressaltar, o Logan tem fama de carro robusto e que não dá problema com frequência.
Outros baratos do Logan são a simplicidade - não tem vasta eletrônica embarcada -, o espaço na cabine - que leva quatro pessoas com sobras e até cinco sem apertos -, e o porta-malas enorme, que comporta 510 litros.
Ou seja, mesmo quem bota cilindro para rodar com GNV ainda dispõe de bastante espaço.
Além dos preços interessantes, as últimas linhas ainda têm a vantagem de exibir um design simpático - algo inexistente no primeiro Logan e que foi apenas melhorado discretamente na única troca de geração que o carro teve.
Nenhum carro é perfeito, e o Logan também não é. Entre os pontos negativos do modelo, podemos listar o isolamento acústico relativamente deficiente, o banco traseiro não rebatível nos carros produzidos até 2013, as articulações da tampa do porta-malas que são tipo "pescoço de ganso" (mas ainda assim sobra espaço), acabamento simples, ausência de indicador de temperatura nos modelos a partir de 2014 e os oito recalls que ele teve - que contemplaram itens como travas das válvulas do motor, parafusos de fixação do eixo traseiro e tubulação de combustível, entre outros.
Ou seja, quem comprar um Logan usado deve, obrigatoriamente, verificar se o ano/modelo em questão teve recall e se atendeu ao chamado para reparo.
Nossa dica? Prefira os ano/modelo 13/14 em diante.