Acordos desfeitos: Nissan continuará sozinha

Memorandos de fusão assinados com Honda e Mitsubishi em dezembro foram rescindidos. Agora, marca prepara reestruturação

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Roberto Dutra
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A Nissan, a Honda e a Mitsubishi concordaram em rescindir o acordo referente a uma colaboração tríplice, que foi assinado em 23 de dezembro do ano passado.

Apesar da rescisão, as três empresas dizem que, no futuro, vão colaborar mutuamente dentro de uma estrutura de parceria estratégica voltada para a era da inteligência e dos veículos eletrificados. Em resumo, as três fabricantes japonesas vão se ajudar, mas cada uma continuará operando separadamente.

Fusão Nissan Honda Mitsubishi 2
O anúncio da fusão de Nissan, Honda e Mitsubishi foi anunciado em dezembro do ano passado
Crédito: Divulgação
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Nissan e Honda: nada de fusão

Além da rescisão do acordo tríplice, outro memorando também foi rescindido: o que previa, especificamente, a fusão de Nissan e Honda - com integração de negócios entre as duas empresas.

Desde a assinatura do memorando, as equipes de gestão das duas empresas, incluindo os diretores executivos, discutiram e consideraram o ambiente de mercado ao redor, os objetivos da integração de negócios e as estratégias e estruturas de gestão pós-integração.

Durante as discussões entre as duas empresas, várias opções foram consideradas em relação à estrutura da integração de negócios. A Honda propôs mudar a estrutura proposta de uma holding conjunta - onde nomearia a maioria dos diretores e o CEO com base em uma transferência de ações conjunta - para uma estrutura onde seria a empresa-mãe e a Nissan, uma subsidiária por meio de uma troca de ações.

Como resultado dessas discussões, as duas empresas concluíram que, para priorizar a velocidade da tomada de decisões e a execução de medidas de gestão em um ambiente de mercado cada vez mais volátil rumo à era da eletrificação, seria mais apropriado encerrar as discussões e rescindir o acordo.

De toda forma, assim como previsto no acordo tríplice, que inclui a Mitsubishi, no futuro a Nissan e a Honda colaborarão dentro de uma parceria estratégica voltada para a era da inteligência e dos veículos eletrificados. Os objetivos são criar novos valores e maximizar os valores corporativos das duas empresas.

A fábrica da Nissan de Samut Prakan, na Tailândia, deverá ser a primeira a ser fechada
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Nissan: plano radical de reestruturação

O cancelamento dos acordos que envolviam Honda e Mitsubishi jogou a Nissan de volta à "solidão". Agora, a fabricante terá que resolver seus problemas financeiros por conta própria - e já faz planos nesse sentido.

A Nissan pretende cortar, no total, 9 mil postos de trabalho em suas fábricas de automóveis e motores. Serão 5.300 demissões entre 1º de abril deste ano e 31 de março de 2026, e mais 1.200 demissões entre 1º de abril de 2026 e 31 de março de 2027 - os prazos contemplam os anos fiscais da marca.

Essas duas etapas soma 6.500 demissões. As outras 2.500 já haviam sido anunciadas em novembro do ano passado, e serão realizadas com planos de demissão voluntária e cortes.

Com tudo isso, a produção mundial da Nissan deverá cair de 5 milhões para 4 milhões de veículos por ano até março de 2027. Para completar, cinco fábricas serão fechadas completamente - a primeira será a de Samut Prakan, na Tailândia.

Mas os planos de lançamentos de novos modelos estão mantidos - nesse aspecto, a diferença é que a marca pretende reduzir de 52 meses para 37 meses o tempo de desenvolvimento de um novo projeto - do início à produção.

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