Anfavea aponta risco para investimentos no país

Para entidade, Brasil pode até perder parte dos R$ 180 bilhões previstos já anunciados para até o final da década

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Fernando Calmon
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A possibilidade de o Brasil perder parte dos R$ 180 bilhões até o final da década, já anunciados pelo conjunto de 26 fabricantes associados à Anfavea, é real. Foi a dura afirmação de Márcio Leite, que encerrará seu mandato à frente da entidade no final deste mês.

Engana-se quem pensa em colocar a culpa exclusivamente na reviravolta que os EUA decidiram em sua política de comércio exterior, que afetará dura e amplamente o comércio mundial, todavia ainda passível de complicadas negociações. O País, aliás, é um dos menos taxados.

O executivo focou em dificuldades internas que se arrastam sem solução: atraso de um ano na regulamentação do programa de incentivos Mover do atual Governo Federal; manutenção até 2026 do cronograma de subsídio à importação de veículos elétricos e híbridos (grande maioria dos países já os cortou por inanição financeira), além da insistência deste e historicamente de outros governos em manter automóveis sob taxação extra como produto nocivo à saúde e ao meio ambiente.

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Leite não falou, mas se sabe que esta “perseguição” ocorre há décadas, somente por arrecadar muito com pouco esforço. Governos adoram isso...

Anfavea acresita que o país corre o risco de perder parte dos investimentos anunciados pelas montadoras
Crédito: Divulgação
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Há novo pleito de marcas chinesas, não citadas por Leite, do qual fabricantes já instalados discordam: reduzir imposto de importação para veículos desmontados (CKD, em inglês) ou semidesmontados (SKD). Obviamente, "superchineses" descobriram que o mal falado "custo Brasil" é bem maior do que supunham e vão muito além de ônus trabalhistas.

Cinco dias antes, Arcélio Santos Jr., presidente da Fenabrave, afirmara: "Tem espaço para todos, desde que com isonomia".

O Balanço do primeiro trimestre de 2025 manteve-se positivo, sobre igual período de 2024. Vendas, 7,2% (média diária, 7,5%); produção, 8,3%; exportações, 40,6% (graças à Argentina); importações, 25,1%. Das 37,2 unidades vendidas a mais em relação aos primeiros três meses de 2024, 22,6 mil vieram de fora do país, sobretudo Argentina e China.

VW: 17 lançamentos na América do Sul de 2025 a 2029

Serão R$ 20 bilhões em investimentos (aumento de R$ 4 bilhões), novo valor anunciado agora e decidido antes das impactantes mudanças das taxas de importação de veículos pelos EUA, mas mantidos até 2029. A VW tem três fábricas no Brasil e uma na Argentina.

Além do Tera, o SUV compacto para o segmento de alto volume no qual a marca ainda não tinha um modelo e chega ao mercado em maio, serão lançados este ano Nivus GTS, Golf GTI e Jetta GLI. Outro destaque, para 2027, é a nova geração da picape média Amarok, produzida na Argentina.

O Nivus GTS é uma das novidades da Volkswagen para este ano
Crédito: André Deliberato/WM1
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Diferente da atual picape (base Ford Ranger), fabricada na África do Sul, será desenhada pelo Centro de Estilo América do Sul, em São Bernardo do Campo (SP). O Taos argentino será transferido para o México.

Na recém-encerrada ExpoLondrina 2025, a empresa apresentou duas novidades: retorno da versão Sense no Nivus e a estreia do T- Cross Extreme, nova opção topo de linha do SUV líder geral no País. Além da pintura em cinza fosco, pela primeira vez oferecida em um VW fabricado aqui - ao custo extra de R$ 3.500 -, há novas rodas de liga leve, detalhes em laranja no para-choque dianteiro e pacote segurança opcional ADAS 2 por R$ 4.500.

A empresa decidiu expandir presença no agronegócio ao proporcionar, em Londrina (PR), a compra do Extreme por R$ 188.990 ou 1.529 sacas de soja, na cotação do dia 3 de abril último. Essa modalidade barter (escambo) já foi utilizada no Brasil em 2021 por Fiat e Toyota, mas só esta continua a oferecer.

Tank 300 PHEV coloca GWM em segmento estratégico

SUVs chamados de raiz podem apresentar vendas limitadas, porém têm poder de transferir prestígio para a marca. Essa foi a escolha da GWM e o Tank 300 alcança esse objetivo.

Uma opção de SUV 4x4 com real aptidão fora-de-estrada para motoristas de perfil aventureiro, além de suprir uma lacuna em segmento sem muitas opções. Um desenvolvimento específico para o mercado brasileiro, onde a marca chinesa pretende ampliar sua rede de concessionária de 100 para 130 casas até o final de 2025.

O Tank 300 une características de SUV raiz, como o chassi "escada", com a sofisticação dos modelos premium
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Manteve o tradicional e robusto chassi tipo escada, sem esconder inspiração de estilo mais no Defender do que no Wrangler. Toque diferente no estilo: luzes de rodagem diurna dividem os faróis. Comprimento, 4,76 m; entre-eixos, 2,75 m; largura, altura, 1,93 m; porta-malas, 400 litros; tanque, 70 litros.

O conjunto motriz é híbrido, quatro cilindros, gasolina, turbo 2.0 litros, com potência combinada de 394 cv e torque de 76,4 kgf·m. O câmbio é automático de nove marchas e a caixa de transferência tem opções de tração 4x2, 4x4 em gama alta e 4x4 em reduzida.

O uso de tração 4x4 é só no modo híbrido, mas no total são nove modos de condução. A bateria de 37,1 kW·h proporciona alcance de até 106 quilômetros (padrão Inmetro). Em DC (corrente direta), este híbrido plugável permite recarga de 30% a 80% em 24 min.

Em primeira avaliação, de São Paulo a Brotas (SP), mostrou desempenho muito bom com pneus de uso misto. Apesar de elevada massa total de 2.630 quilos, acelera de zero a 100 km/k em 6,8 segundos.

Também se destacou no fora-de-estrada: bons ângulos de entrada, central e de saída; e o seletor eletrônico de tração atuou bem em todas as trocas e opções (2H, 4H e 4L). Dá para encarar boas aventuras off-road com conforto e segurança. Preço: R$ 330.000 (até o final deste mês).

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