A crise dos semicondutores combinada a fatores como a piora nos indicadores econômicos cobrou a sua conta do mercado brasileiro de automóveis, que segundo a Fenabrave fechou o primeiro semestre de 2022 com 851.444 carros de passeio e comerciais leves emplacados. Foi uma retração de 15,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Mas nem tudo é notícia ruim em se tratando de fabricantes de veículos. Algumas marcas registraram desempenhos impressionantes e conseguiram ganhar participação de mercado mesmo neste cenário de crise.
A criação da Stellantis, o grupo empresarial formado pela união de Peugeot e Citroën (PSA Group) e Fiat Chrysler Automóveis (FCA), representou uma verdadeira reviravolta para essas marcas francesas no Brasil. Se no primeiro semestre de 2021 a marca do leão emplacou apenas 11.966 automóveis, nos primeiros seis meses de 2022 esse volume foi de 21.686 veículos registrados: um crescimento de 81,2%.
O grande responsável por esse desempenho foi o compacto Peugeot 208, que somou 15.081 licenciamentos no período, ante as 6.052 unidades do primeiro semestre de 2021. Segundo a Stellantis, boa parte deste resultado é reflexo do sucesso das novas versões 1.0 do hatch, que representaram 35% do resultado total do modelo.
Seguindo na mesma tocada da sua marca irmã, a Citroën também teve motivos para comemorar os resultados do primeiro semestre de 2022. Foram emplacados 12.266 carros no Brasil, um crescimento de 34% na comparação com o mesmo período de 2021, quando a marca somou 9.154 vendas.
Segundo a Stellantis, o modelo que mais ganhou mercado no período foi o SUV C4 Cactus. O modelo produzido em Porto Real (RJ) somou 10.618 emplacamentos, volume 45% superior ao do mesmo semestre de 2021. Para a segunda metade do ano, a grande aposta da Citroën é o novo C3.
Até então com uma presença apagada entre os fabricantes brasileiros, a realidade da chinesa Chery mudou a partir de 2018, quando o controle da operação industrial no Brasil foi assumido pela Caoa. A partir da formação da Caoa Chery, a marca começou a ganhar espaço por aqui e fechou o primeiro semestre de 2022 com 18.822 emplacamentos. Foi um avanço de 22,8% na comparação com os 15.324 automóveis do mesmo período do ano anterior.
Os principais responsáveis por este resultado positivo foram o SUV médio Tiggo 7, que no final do ano passado foi atualizado com o lançamento da versão Pro, e o compacto Tiggo 3x, que apesar do bom volume de 3.412 unidades emplacadas ao longo do semestre teve a produção interrompida em maio com apenas um ano de mercado.
Polêmicas à parte, a Toyota acertou ao lançar no mercado brasileiro, em março de 2021, o Corolla Cross, modelo que ainda é o único utilitário esportivo híbrido flex de produção nacional. O SUV conseguiu bater o sedã para fechar o primeiro semestre como o carro de passeio mais emplacado da marca no Brasil, com 22.267 registros.
Esse resultado que foi decisivo para que a Toyota fechasse os primeiros seis meses de 2022 com 90.617 carros emplacados no Brasil - um avanço de 15,4% na comparação com os 78.549 emplacamentos do mesmo período de 2021.
A Mitsubishi já foi lembrada no Brasil por modelos como o icônico esportivo Eclipse e o sedã médio Lancer. Mas acabou se consolidando mesmo como uma marca de modelos off-road. E foram justamente as picapes 4x4 da marca que puxaram o resultado de 11.018 emplacamentos no semestre. Alta de 14,6% em relação aos 9.617 registros no mesmo período de 2021.
A linha L200 foi a principal responsável pelo resultado. Montada em Catalão (GO) em versões de luxo e para o trabalho, a gama fechou o primeiro semestre com 7.242 emplacamentos e o terceiro lugar entre as picapes médias, atrás da dupla Toyota Hilux e Chevrolet S10.