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BMW X2 conquista pela dirigibilidade

SUV compacto também chama atenção pelo design, mas deve equipamentos de tecnologia para um carro de R$ 246.950

por Lukas Kenji

O desenho atlético despertou atenção logo de cara. Já o porte chegou a causar dúvida: SUV ou hatch, afinal, qual é a do BMW X2? A marca alemã afirma que a primeira opção é a correta, embora diga que a dinâmica do carro condiz com a segunda alternativa. Pode parecer piegas e discurso de marketing, mas a dirigibilidade realmente é o ponto forte do modelo que começa a chegar às concessionárias na versão topo de linha M Sport X, que sai por R$ 246.950. Existe ainda uma versão mais barata, chamada de Sport GP, que custa R$ 211.950 e chegará às lojas no segundo semestre.
Em teste realizado no interior de São Paulo (SP), nasceu a sensação de que o X2 é um X1 mais gostoso de dirigir. E não foi necessária muita engenharia para tanto. A plataforma deles é a mesma, feita para modelos de tração dianteira e motor transversal, no caso, um 2.0 turbo a gasolina de 192 cv entregues entre 5.000 rpm e 6.000 rpm. A diferença está no câmbio, que é o DCG de dupla embreagem e sete velocidades, além do centro de gravidade baixo, que nos dá a impressão de guiar um veículo mais compacto.

A bitola maior é outro diferencial importante, uma vez que a distância entre-eixos dos SUVs é a mesma. São 2,67 metros. Já o comprimento é de 4,36 m, portanto, 7 cm menor do que o X1. A largura é de 1,82 m, enquanto a altura é de 1,54 m. Já o porta-malas não é lá essas coisas, por ter 370 litros - o SUV de entrada da BMW tem 505 litros.
Justamente quando falamos de tamanho, conseguimos diferenciar os irmãos X1 e X2. Enquanto o primeiro é opção para famílias que se importam mais com espaço do que com prazer ao dirigir, o segundo é mais jovial e foca no consumidor que prioriza emoção. Sendo assim, compete com utilitários como o Range Rover Evoque, Jaguar E-Pace e Volvo XC40.

Muito equilíbrio, pouca força
Em termos de dinâmica, o alemão é realmente superior. Gruda no chão em curvas fechadas e mostra equilíbrio absurdo para um modelo de tração dianteira em que 53% do peso é distribuído no eixo frontal. É um equilíbrio pouco visto entre os SUVs.
Mas, quando falamos de retomada, falta força. O torque de 28,5 kgf.m não é suficiente para deixar o X2 a postos para qualquer acelerada – e olha que o ápice de poder surge logo aos 1.350 giros e fica constante até 4.600 rpm! O propulsor é mais virtuoso quando a aceleração está na ascendente.

Isso não desabona a dirigibilidade do carro, que tem estrutura dinâmica impecável. A suspensão é rígida na medida certa, enquanto a direção é extremamente direta e precisa. Pode ficar mais pesada graças ao botão Sport, que também atua no intervalo de trocas de câmbio.
Além do chamado handling, outro quesito diferencial do X2 é o design. Você pode gostar ou não, mas com certeza ele vai chamar atenção. A parte dianteira destaca-se pelo recorte do para-choque, enquanto a extremidade traseira tem mais identidade dentro da linha BMW. Há escapamento duplo, base plástica de cor cinza e lanternas com detalhes em LED chamativos. Mas o destaque fica por conta dos logos da marca bávara cravados na coluna C, que remetem aos modelos CSL e 2000 CS.

O interior também é caprichado. Toda a estrutura rígida é emborrachada e há materiais refinados de acabamento que são envoltos por LEDs de tom vermelho que enfeitam console e portas. Uma ressalva vale para a simplicidade do painel de instrumentos. Embora seja nítida o refinamento das peças, ele não entrega o luxo e modernidade que carros desta categoria merecem.
Já a central multimídia tem funcionamento rápido e pode ser operada por botões ou por toques na tela de 8,8 polegadas. No caso da BMW, existe disposição somente do sistema Apple CarPlay.


Esqueceram da tecnologia
Mas a falta do Android Auto passa despercebida quando você lembra que o modelo que beira os R$ 250 mil não tem tecnologias de direção semiautônoma. Não há sistema de permanência em faixa, nem controle de cruzeiro adaptativo, o ACC.
Os principais itens do carro ficam resguardados ao sistema de estacionamento, internet (por meio de chip igual ao de celular), head up display (que projeta informações da viagem no para-brisa), controles de estabilidade e tração, discos de freio ventilados, seis airbags, aletas para trocas manuais do câmbio, ar-condicionado automático de duas zonas, chave presencial, teto-solar panorâmico, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, além de rodas de 19 polegadas.
Já a versão de entrada Sport GP, que ainda não está nas concessionárias tem tela multimídia menor, de 6,5 polegadas e não tem o head up display. Outros itens que não estão nesta versão são estéticos e pertencentes ao pacote M Sport, como saias, spoilers e partes pintadas em preto brilhante.


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